sexta-feira, 18 de maio de 2012

CPMI rejeita tratar 'caso Veja' em separado

Deputados e senadores recusam pedido à Polícia Federal para que sejam fornecidos áudios com as conexões entre a revista semanal e o grupo de Carlinhos Cachoeira
Por: Redação da Rede Brasil Atual

Publicado em 17/05/2012, 17:21

Última atualização às 17:25

São Paulo – A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira rejeitou hoje (17) separar os diálogos entre jornalistas da revista Veja e os integrantes do grupo do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, alvo da apuração no Congresso. Por maioria, deputados e senadores barraram requerimento do senador Fernando Collor (PTB-AL) que pedia à Polícia Federal o envio das escutas nas quais fossem flagradas conexões com a publicação do Grupo Abril.

Collor lembrou que o diretor da sucursal de Brasília da revista, Policarpo Júnior, depôs na Câmara como testemunha de defesa de Carlinhos Cachoeira, em 2005. “Ele trouxe cinco horas de gravações feitas pelo bicheiro e entregues àVeja”, disse. No mesmo sentido, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou que a permanência da conexão com a organização criminosa suscita dúvidas que precisam ser investigadas pela CPMI. “Se não houvesse tantas ligações entre ele e Cachoeira, não estaríamos investigando”, disse.

A Operação Monte Carlo da Polícia Federal flagrou mais de 200 chamadas telefônicas entre Policarpo Júnior e os integrantes do grupo de Cachoeira. Segundo a revista Carta Capital, Cachoeira influenciava a publicação de matérias na revista, como na ocasião em que desejava promover o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) como possível ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, Policarpo teria deixado de revelar a conexão entre Demóstenes e o contraventor, mesmo sabendo disso há anos.
Delta

Na mesma reunião foi aprovada a quebra de sigilos fiscal, bancário e telefônico das filiais da construtora Delta nos estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. A intenção é apurar os elos entre a empresa, Cachoeira e esquemas de desvio de dinheiro de obras públicas.

O relator da CPMI, Odair Cunha (PT-MG), afirmou que os requerimentos de convocação do ex-diretor da Delta, Fernando Cavendish, e da matriz da empresa, em São Paulo, poderão ser apreciados em outro momento. "Há indícios evidentes de que essa empresa, a Delta, sob o comando do senhor Cláudio Abreu, serviu à organização criminosa. Na minha opinião, não há ainda indícios suficientes para quebra de sigilos além das suas filiais no Centro-Oeste", disse.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) tentou derrubar a retirada dos requerimentos da pauta, mas foi vencido pelo plenário da CPMI, que aprovou a decisão do relator. "É um mal começo se nós aprovarmos esse sobrestamento", avaliou.

Além da decisão de ainda não investigar a Delta nacional, o relator também optou por não colocar em votação as convocações de três governadores: o de Goiás, Marconi Perrilo (PSDB), do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). De acordo com o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), esses requerimentos poderão retornar à pauta da comissão no dia 5 de junho, data marcada para a próxima reunião administrativa.

Com informações de Agência Brasil, Agência Câmara e Agência Senado.

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