domingo, 31 de dezembro de 2017

Os corruptos por trás dos atos contra Dilma

Aécio Neves (PSDB), derrotado nas urnas em 2014 (e chamado de “Mineirim” na lista de propina da Odebrecht), foi delatado várias vezes por empreiteiros e executivos por receber propina e caixa dois ao partido, gravado em ligação pedindo 2 milhões de reais a um empresário e dizendo que mataria o próprio primo. Teve pedido de prisão solicitado pelo MP e rejeitado pelo senado federal, no qual tem grande influência. Alvo de vários inquéritos na lista de Edson Fachin, Aécio é quem tem o maior número de pedidos de investigação feitos pelo ministro STF. O político participou das manifestações que ajudaram Eduardo Cunha (PMDB) e Temer (PMDB) a derrubar a então presidenta eleita Dilma Rouseff.

Alckmin (PSDB) O atual presidente do PSDB, Alckmin, e o atual ministro do STF indicado por Temer, Alexandre de Morais (filiado ao PSDB na época), também ajudaram nas manifestações. Alckmin (chamado de “Santo”pela Odebrecht na lista de propina) é acusado de favorecimentos de empresas no cartel de trens de SP, roubo de merenda das crianças, recebimento de propina e caixa 2 pela Lava Jato (R$ 10,7 milhões) e recentemente foi delatado por empreiteiros e executivos que alegam ter pagado propina diretamente para ele para conseguir obras em seu governo.

3) Jair Bolsonaro (sem partido) Congressista há mais de 25 anos, o político também esteve nas manifestações. O tradicional político (que arrumou espaço para toda família no meio público) é acusado de enriquecimento ilícito e de ter empregado sua mulher e parentes dela na Câmara de Deputados.

4) Eduardo Cunha (PMDB) - Deputado foi preso logo após o impeachment e atualmente comanda boa parte das ações de Temer ainda da prisão de Curitiba por meio do político Marun (PMDB) (Ministro de Temer representante do Centrão), conhecido como braço direito de Cunha. O deputado aprovou durante sua atuação na Câmara as chamadas pautas bomba e travou o governo de Dilma no legislativo, junto aos políticos do PSDB e PMDB, articulou a saída da petista na casa. Durante as manifestações “contra a corrupção” e até hoje o político foi visto como amigo da “causa” pelo MBL e Vem Pra Rua.

5) José Serra (PSDB) - Apoiado pelo movimento “Vem Para Rua” em São Paulo, José Serra, se tornaria Ministro das Relações Exteriores no governo Temer. O político tucano é acusado nas delações “por recebimento de pagamentos irregulares nas campanhas de 2004 (R$ 2 milhões), 2006 (R$ 4 milhões), 2008 (R$ 3 milhões) e 2010 (R$ 23 milhões).” O peessedebista era chamado de “Careca” na lista de propina da Odebrecht.

6) Aloísio Nunes (PSDB) - Vice de Aécio na eleição de 2014, Aloísio Nunes, que se tornaria Ministro das Relações Exteriores no governo Temer, parece que também não aceitou o resultado das eleições e foi para rua. O político é acusado de “ter recebido R$ 500 mil em caixa dois na campanha para o Senado em 2010″. Ele ainda é “investigado na Lava Jato nas delações da UTC e no Trensalão dos tucanos em São Paulo.”

7) Senador Anastasia (PSDB) - O relator do impeachment no senado, Anastasia, braço direito de Aécio Neves em Minas Gerais, “foi citado nas delações pelo recebimento de R$ 7,3 milhões, em 2009 e 2010, a pretexto de doação eleitoral para campanha ao governo de Minas.”

8) Rodrigo Maia (DEM) - Maia (chamado de Botafogo na lista de propina da Odebrecht) veio a se tornar presidente da Câmara dos Deputados, substituindo Eduardo Cunha, durante o governo de Michel Temer (PMDB). “Citado nas delações porque teria recebido R$ 350 mil em campanha, em 2008, sem ser candidato, e outros R$ 100 mil para garantir aprovação da Medida Provisória do Refis, o atual presidente da Câmara Rodrigo Maia teria ainda solicitado em 2010, segundo as delações, R$ 600 mil para a campanha do pai, César Maia.” Botafogo recentemente foi citado como beneficiário de “caixa 3” pela Odebrecht.

9) Agripino (DEM) - “Com dois codinomes – “Gripado” e “Pino” -, José Agripino Maia do DEM é mais um político que também apareceu na Paulista em março contra Dilma e é acusado pela Odebrecht. Ele teria recebido R$ 1 milhão a pedido do seu amigo Aécio Neves.” O político fazia vários discursos na tribuna do congresso e seus vídeos eram viralizados por “movimentos” parceiros.

10) Cássio Cunha Lima (PSDB) - Ao lado de militante do “Vem Pra Rua”, “o tucano acusado de ter recebido R$ 800 mil não contabilizados (caixa dois) na campanha ao governo da Paraíba em 2014″, no senado, dizia que o Brasil não aguentava tanta corrupção do PT.

11) Caiado (DEM) - “A família do senador do DEM aparece no ranking “sujo” de trabalho análogo ao escravo, segundo o site Repórter Brasil. Ruralista, Ronaldo Caiado é um dos mais estridentes antipetistas no Parlamento e esteve nos protestos na Paulista. Ele também foi acusado em março de 2015 de receber propina do bicheiro Carlinhos Cachoeira em pelo menos três campanhas para a Câmara Federal: 2002, 2006 e 2010. O acusador foi seu ex-parceiro de partido na época, Demóstenes Torres.”

12) Paulinho da Força (Solidariedade) - “Citado nas delações porque teria recebido R$ 1 milhão de propina na campanha à Câmara em 2014, além de outros R$ 200 mil em espécie para a campanha de 2010, o fundador da Força Sindical, segunda maior central sindical do país, vinha ao menos desde 2015 defendendo a queda de Dilma em um discurso “contra a corrupção”. Ele ainda “teve os direitos políticos suspensos pela Justiça, por improbidade na utilização dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).”

13) Blairo Maggi (PMDB) - Presente na lista de inquérito de Fachin: “O pedido de instauração de inquérito acusa Maggi de ter recebido R$ 12 milhões na campanha para o governo de Mato Grosso no ano de 2006.” O político também ficou famoso após um avião ser pego pela PF com drogas após ter decolado de uma de suas fazendas.

14) Empresário Alexandre Accioly (amigo de Aécio) - “O empresário Alexandre Accioly, dono da academia Bodytech (que tem como sócios Bernadinho e Luciano Huck), aparece na delação da Odebrecht como (…) laranja de Aécio, ao fornecer uma conta fora do país para o tucano receber propina; (…) Pelo menos dois delatores da Odebrecht falaram da obra; em delação, Marcelo Odebrecht disse ter acertado um repasse de R$ 50 milhões para Aécio, em troca do apoio e da participação da Cemig e de Furnas no leilão de uma das usinas do Rio Madeira”.

15) Geddel (“Babel”), PMDB, e seu irmão Lúcio Vieira Lima “Bitelo” (PMDB) - “Os irmãos do PMDB Geddel Vieira Lima e Lúcio Vieira Lima participaram em família de manifestação em março de 2016. Com o apelido de “Babel”, o ex-ministro de Temer teria recebido R$ 5,8 milhões da empreiteira. Já o deputado “Bitelo” teria recebido R$ 1,9 milhão.” Já no governo Temer os irmãos se envolveram novamente no episódio de pedido de propina à JBS e malas de dinheiro no valor de 51 milhões de reais.

16) Paulo Skaf (PMDB) - “O chefão da FIESP é uma das estrelas da delação de Cláudio Melo Filho, da Odebrecht. Ele afirma que Michel Temer pediu, em 2014, R$ 10 milhões a Marcelo Odebrecht. Para o delator, o atual ministro Eliseu Padilha ficou responsável por receber R$ 4 milhões, sendo que os outros R$ 6 milhões dados a Paulo Skaf, candidato do PMDB ao governo do estado.” Skaf cedia a sede da FIESP aos manifestantes e chegou a financiar almoço e carros de som aos manifestantes, além de bonecos infláveis como o famoso PATO amarelo.

17) Antonio Imbassahy (PSDB) - “Antonio Imbassahy, delatado por um ex-diretor da Odebrecht: a empreiteira teria dado R$ 300 mil ao então deputado federal em troca de favores. Mesmo depois da denúncia, a carreira de Imbassahy seguiu normalmente: ele se tornou ministro da Secretaria de Governo de Michel Temer, em substituição a outro suspeito, Geddel Vieira Lima.”

18) Bruno Araújo (PSDB) - “Ele é suspeito de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro”. “O ministro do governo Temer é acusado por delatores de receber doação de R$ 600 mil não declarados em 2010 e 2012. Foi de Bruno Araújo o voto 342 na Câmara dos Deputados contra Dilma Rousseff — número necessário para abertura do processo de impeachment.”

19) Romero Jucá (PMDB) - Famoso pela célebre frase “Um grande acordo nacional, com o Supremo, com tudo.” Alvo de vários inquéritos,“um deles sobre recebimento de R$ 10 milhões para favorecer a Odebrecht na construção da usina de Santo Antônio, Jucá foi às ruas em março do ano passado pelo impeachment de Dilma Rousseff e “contra a corrupção”. Presidente do PMDB, o senador é o político que acumula, ao lado de Aécio Neves, o maior número de pedidos de investigações feitas por Fachin.” Segundo delatores da Odebrecht, “Jucá tinha o apelido de “Caju”, e centralizou a distribuição de pelo menos R$ 19 milhões dentro do PMDB”.

20) Wladimir Costa (Deputado – SDD-PA) - Wladimir Costa ficou famoso por estourar um “foguete” durante seu voto no Impeachment e por ter tatuado a foto de Temer em seu braço. “Costa foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) porque não prestou contas dos gastos em sua campanha e não informou a origem dos recursos.”

21) José Carlos Aleluia (DEM) - “Acusado de ter recebido R$ 300 mil em caixa dois em 2010 e R$ 280 mil em doação oficial, com contrapartidas, em 2014, Aleluia foi às ruas de Salvador, em 2015, contra a corrupção.” O seu apelido na lista de propina da Odebrecht era “Missa”.

22) Silas Malafaia - O pastor Silas Malafaia, da Associação Vitória em Cristo, foi alvo de um mandado de condução coercitiva no dia 16/12/2016, “pela Polícia Federal no âmbito da Operação Timóteo, que investiga um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral.” “Em 17 de fevereiro de 2017, a PF indiciou Silas Lima Malafaia por lavagem de dinheiro e corrupção. De acordo com a PF, o pastor “se locupletou com valores de origem ilícita””.

Fontes:





sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Promotor relembra estratégias de Maluf para se safar da Justiça

Sílvio Marques, do MP, investigou o político por 16 anos; entenda os escândalos em que o deputado federal se envolveu.

BBC BRASIL.com 20 DEZ2017 17h21 atualizado às 17h30

Após dezenas de depoimentos, quebras de sigilos de contas no Brasil e no exterior e intensos embates jurídicos que "pareciam não ter fim", o promotor paulista que investiga o deputado federal Paulo Maluf (PP) há 16 anos se diz satisfeito.

Foto: BBCBrasil.com

"A sensação é de dever cumprido", afirma Sílvio Marques, do Ministério Público de São Paulo. "Hoje nasce um novo lema: roubou, fez e foi preso".

Maluf, que se entregou à Polícia Federal nesta quarta-feira, acumula um extenso currículo de acusações e processos que incluem superfaturamento em obras de avenidas e túneis, fraude em compra de frango na Prefeitura de São Paulo e um processo por doar 25 fuscas para jogadores da Seleção Brasileira de 1970 com dinheiro público (veja detalhes abaixo).

Nesta terça, o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin determinou que Maluf comece a cumprir a pena de 7 anos, 9 meses e 10 dias em regime fechado por lavagem de dinheiro - um caso que teve início na mesa do promotor Marques, em São Paulo.

"Ele fez de tudo para atrasar, enrolar e empurrar (os processos) com a barriga", diz o promotor, que desvendou um esquema de caixa 2 e remessas para o exterior a partir do depoimento de um ex-diretor financeiro da empreiteira Mendes Jr., citado na decisão de Fachin.

Segundo o promotor Marques, Maluf recorreu a "truques jurídicos" para atrasar seu julgamento.

"A principal artimanha foi contestar insistentemente todos os laudos periciais feitos pelo Ministério Público de São Paulo. Ele queria anular nossos pareceres técnicos, sempre para ganhar tempo. Mas o Supremo não aceitou e disse que o nosso laudo estava correto", diz o promotor.

"Essa estratégia causa atrasos no julgamento dos processos, mas não só isso. Essas estratégias se estendem até a prescrição do caso. Maluf se livrou de vários processos por conta disso", diz Marques. No caso do processo avaliado por Fachin, um dos crimes investigados - de corrupção passiva - prescreveu antes que os magistrados pudessem sentenciá-lo.

Segundo as investigações de Marques e do colega José Carlos Blat, também do MP paulista, Maluf teria enviado pelo menos US$ 100 milhões (ou R$ 350 milhões) em remessas ilegais para o exterior, entre 2002 e 2004.

O ex-prefeito de São Paulo sempre negou todas as acusações.

Nesta quarta, o advogado Ricardo Torso, afirmou que pedirá à Justiça que Maluf seja transferido para a prisão domiciliar.

"Ele tem 86 anos, (pode) ficar em casa em domiciliar até o julgamento", disse. A defesa também afirmou que o político tem câncer de próstata. No fim da tarde de quarta-feira, Maluf seria transferido da carceragem da Polícia Federal em São Paulo para o Complexo Penitenciário da Papuda.
'Nunca mais votem em mim'

Filho de imigrantes libaneses, o empresário paulista é figura tradicional e controversa na política: foi governador biônico de São Paulo - nomeado pela ditadura -, prefeito da capital por duas vezes e deputado federal por quatro mandatos.

Em São Paulo, "doutor Paulo" costuma apontar para uma obra pública e comentar: "foi o Maluf que fez". Ele construiu, por exemplo, as marginais Tietê e Pinheiros, o túnel Ayrton Senna e o Minhocão, viaduto de mais de 3 km de extensão que degradou parte do centro de São Paulo.

Também colocou nome de parentes em obras viárias: o túnel Maria Maluf (sua mãe) e a avenida Salim Farah Maluf (seu pai).

Em 1996, quando deixava a prefeitura de São Paulo, Maluf era aprovado por 46% dos paulistanos, segundo pesquisa Datafolha da época. Na campanha para eleger Celso Pitta como sucessor, ele apelou para uma frase que depois seria lembrada por opositores: "Se Pitta não for um grande prefeito, nunca mais vote em mim".

Pitta venceu e chegou a ser afastado do cargo após denúncias de corrupção. Maluf nunca mais conseguiu se eleger para cargos do Executivo.

No entanto, as grandes polêmicas da carreira do deputado são acusações de corrupção. Ele já foi processado diversas vezes - em alguns casos, terminou condenado. No total, até esta quarta, havia ficado preso por 40 dias - entre 10 de setembro e 20 de outubro de 2005.

A BBC listou alguns dos processos contra o deputado e as estratégias que ele usou para escapar de punições mais pesadas. Em alguns casos, ele se beneficiou da prescrição dos crimes ou de recursos que prolongaram os processos por décadas.

1 - Embargos infringentes

Em maio deste ano, após 17 anos do início das investigações, Paulo Maluf foi condenado à prisão e perda de mandato pela primeira turma do STF por lavagem de dinheiro.

Ele foi acusado de desviar milhões da construção da avenida Jornalista Roberto Marinho quando era prefeito de São Paulo (1993-1996).

Após a decisão do STF, os advogados entraram com embargos infringentes - quando a defesa questiona a decisão de um colegiado de magistrados.

Maluf pediu anulação do processo, alegando problemas na perícia técnica dos documentos que comprovariam a autoria do crime.

"A acusação era de corrupção e lavagem de dinheiro. Com essas estratégias de atraso, ele conseguiu se livrar da acusação de corrupção, que prescreveu", diz o promotor Marques.

Ainda assim, US$ 100 milhões que teriam sido desviados por Maluf para contas no exterior voltaram aos cofres de São Paulo a partir de convênios com Ministérios Públicos de países como EUA, Suíça, França, Jersey e Luxemburgo.

2 - Procurado pela Interpol e polícia francesa

Paulo Maluf também conseguiu se livrar de ser preso pela Interpol. Ele começou a ser procurado pela organização internacional em 2010, quando já ocupava o cargo de deputado federal.

O Ministério Público de Nova York acusa Maluf de lavar milhões nos Estados Unidos, montante que teria sido desviado da obra da avenida Jornalista Roberto Marinho.

Caso ele saísse do país, poderia ser preso pela Interpol. Desde 2008, Maluf não faz viagens internacionais.

Maluf também foi condenado pela Justiça francesa a três anos de prisão por lavagem de dinheiro - a defesa recorreu.

Segundo o promotor paulista, a nova Lei de Imigração, recentemente sancionada pelo presidente Michel Temer, permite que Maluf cumpra a pena aplicada pela justiça francesa em prisões brasileiras.

"Agora depende do Supremo Tribunal de Justiça, responsável por este tipo de caso, segundo a nova lei", diz Marques.

3 - Fuscas para a seleção

Em 1970, Maluf era prefeito e deu 25 fuscas para os jogadores da seleção brasileira de futebol que haviam acabado de vencer a Copa do Mundo. O presente foi comprado com dinheiro público, segundo a Justiça.

Quatro anos depois, ele foi condenado a devolver o dinheiro dos fuscas, mas recorreu da decisão. Em 1981, o STF confirmou a decisão, mas o político também recorreu por meio de embargos. Outra decisão só ocorreu em 1995 - 14 anos mais tarde - e Maluf venceu com um argumento técnico sobre o processo.

4 - Compra de frangos

Em 2010, Maluf foi condenado por improbidade administrativa em um processo sobre compra irregular de frangos para a prefeitura de São Paulo, em 1996. Ele foi condenado a devolver R$ 21 mil aos cofres municipais.

Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, houve superfaturamento na compra. O caso foi apelidado de "frangogate".

Depois de um recurso, o Tribunal de Justiça absolveu o deputado.

5 - Maluf se livra de ser ficha suja

Em 2014, após se eleger deputado federal mais uma vez, Maluf conseguiu se livrar da lei de Ficha Limpa que quase o impediu de assumir o mandato.

Antes, a Justiça eleitoral havia considerado o parlamentar ficha suja devido a sua condenação por superfaturamento na construção do túnel Ayrton Senna.

Porém, a maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou que, para ser ficha suja, era necessário que o parlamentar tivesse participado do esquema de forma dolosa.

Na primeira condenação, a Justiça paulista não afirmou que Maluf teve a intenção de participar do superfaturamento. Por isso, ele não foi barrado.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Para Datafolha, Lula transfere votos em caso de plano B nas eleições de 2018

17 de dezembro de 2017 por Blog do Esmael


Se o TRF-4 impedir o ex-presidente Lula no julgamento do próximo dia 24 de janeiro, em Porto Alegre, o petista tem poder de transferência de votos para o plano B nas eleições de 2018. A informação é do Datafolha.

O plano B do PT nas eleições do ano que vem é o senador paranaense Roberto Requião, hoje no PMDB, que faria uma “filiação democrática” no partido de Lula.

Lula lidera as pesquisas de intenções de voto em todos os cenários possíveis e, segundo as mais recentes sondagens, ele venceria a disputa já no primeiro turno.

De acordo com o Datafolha, quando o petista não está na disputa, ele consegue mobilizar metade dos brasileiros, que acenam com a possibilidade real de votar em um candidato indicado por Lula.

Sem o petista na corrida presidencial, também aumenta o índice dos que pretendem votar em branco ou anular cresce em pelo menos dez pontos percentuais, ou seja, é um eleitorado cativo que ainda pode ser mantido.

O Datafolha afirma que identificou um país dividido não em dois, como sugerem os dados isoladamente, mas em três grandes grupos:

1- O “Pró-Lula” que é composto por 38% do eleitorado cuja quase totalidade votaria no candidato indicado pelo ex-presidente.

2- O “Anti-Lula” soma 31% do eleitorado e está mais consolidado nas regiões Sul e Sudeste, diz o instituto.

3- O “eleitor-pêndulo” soma 31% do eleitorado, que reprova o governo federal e critica a precarização dos serviços públicos; eles se dividem entre as candidaturas de Jair Bolsonaro (PSC), Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT). Entretanto, ressalta o Datafolha, a taxa de rejeição de Lula nesse grupo é baixa e isso lhe garante a vitória nas simulações de segundo turno.

O Datafolha explica que os “eleitores-pêndulo” são aqueles que titubeiam mais em relação aos dois outros grupos.

sábado, 16 de dezembro de 2017

Paulistano faz lista com 23 marcos do primeiro ano de gestão de Dória


por Matheus Cardoso

• Instalou telas para esconder moradores de rua em grandes avenida da cidade. Alegou que não e foi desmentido pelos próprios funcionários da prefeitura.

• Declarou guerra contra a arte de rua e pintou painéis urbanos de cinza. Meses depois, disse que avaliou mal a questão e inaugurou painéis pela cidade.

• Visando o populismo, o prefeito se fantasiou de gari para iniciar o programa cidade Cidade Linda, que buscava ampliar os serviços de limpeza e zeladoria na cidade. Até dezembro, todos os índices de zeladoria apresentaram resultados piores que no ano anterior.

• Resolveu mudar o nome do Bom Retiro para “Little Seul”. Após críticas, alegou que o nome não seria mudado oficialmente.

• Desmantelou a Virada Cultural em 5 palcos em bairros diferentes. Ao descaracterizar e descentralizar o evento, que tinha a ideia de fazer as pessoas transitarem pelo centro de São Paulo ao se locomoverem entre as atrações, o evento registrou seu menor público desde a criação, em 2005.

• Em seu ato mais desastroso, visando acabar com a Cracolândia, João Dória promoveu uma ação de guerra contra civis. Com total desrespeito à dignidade e a existência humana, o prefeito usou de violência, demolição de um abrigo com pessoas dentro e pediu ao MP a internação compulsória de usuário de drogas. A ação espalhou os usuários de crack pela cidade e iniciou diversas “minicracolândias”.

• Semanas depois, João Dória anuncia o lançamento do projeto “Nova Luz”, que visa a demolição da arquitetura histórica de parte do centro para renovação e construção de modernos edifícios aos moldes da Berrini. O que justificaria a barbárie na Cracolândia.

• O prefeito mandou aplicar jatos d’água em moradores de rua. Ao ser questionado, o prefeito alegou “foi um descuido”.

• Tentou distribuir farinata ou “ração humana”, para a população carente. Ao ser duramente criticado pela adoção do “alimento”, João Dória alegou “o pobre tem fome, o pobre não tem hábito alimentar”. Ao ver a medida se transformar em publicidade negativa, o prefeito voltou atrás com o projeto.

• Durante grande parte do ano, viajou a outros estados para receber premiações em um esforço de pré-campanha presidencial. Ao ser criticado, alegou que consegue administrar a cidade pelo celular.

• Para mascarar números da gestão, a gestão Dória age para dificultar acesso a dados e viola Lei de Acesso à Informação. Secretário da Comunicação disse em gravação que vai “botar pra dificultar” pedidos de jornalistas.

• Com suas “doações”, a gestão Dória concedeu diversos “favores” aos doadores. Operou livremente a mão invisível do mercado. Um exemplo disso foram as doações de remédio próximos a validade, onde as empresas se livraram dos custos de descarte e ganharam R$66 milhões em isenções fiscais.

• Publicou um “showreel” da cidade e anunciou o maior programa de privatizações de São Paulo. O prefeito quer realizar 55 privatizações e PPPs leiloando São Paulo à iniciativa privada.

• Contrariando tendências mundiais, lançou o programa Marginal Segura que aumenta a velocidade máxima nas marginais Tietê e Pinheiro. O prefeito dificultou o acesso às informações públicas e não é possível obter informações concretas sobre o número de acidentes, mas foram registradas 20 mortes no período.

• Sem construir um único quilômetro de ciclovia, João Dória burocratizou o processo de ampliação da malha cicloviária. E em alguns pontos, removeu a ciclovia em prol de comerciantes que alegavam perder vagas de estacionamento em seus negócios. Só em 2017, foram 32 ciclistas mortos em São Paulo.

• Quer transformar as crianças da rede pública em mídia alternativa, colocando propaganda nos uniformes escolares. Após polêmica, anunciou que irá vetar a lei.

• Cortou a verba da saúde e com isso, paralisou as obras nos hospitais Brasilândia e Parelheiros, que atenderam parte da demanda das periferias norte e sul da cidade.

• Cortou o transporte escolar e disse aos pais para mudarem filhos de escola.

• Em uma posição autoritária, João Dória demitiu ou afastou diversos funcionários que fizeram declarações contrárias a suas decisões.

• Proibiu as crianças da rede pública de repetir as refeições, marcando a mão de quem já comeu com um carimbo.

• Ofereceu para a iniciativa privada a gestão de informação sobre o Bilhete Único, facilitando o monitoramento do direito de ir e vir do cidadão.

• Deixou cães e gatos sem comida no Centro de Controle de Zoonoses, por problemas de licitação. Alguns animais morreram de fome e outras doenças relacionadas à falta de alimentação.

• Cortou em mais da metade a verba do "Leve Leite", e com os ajustes deixou de fora do programa 690 mil crianças e adolescentes.