sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Alvo é a democracia

Bem medidas as coisas, o ataque de Joaquim Barbosa e Sergio Moro ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, é um ato que tenta afrontar a autoridade da presidenta Dilma Rousseff.

Por Paulo Moreira Leite*, publicado em seu blog


Não cabe a um juiz, muito menos de primeira instância, nem a um magistrado aposentado, dizer à presidenta da República o que ela deve fazer. O ministro da Justiça pode, deve e já foi criticado por várias razões. Só não pode ser judicializado. Nem Joaquim Barbosa nem Sergio Moro podem dar a impressão aos brasileiros de que tem a atribuição de lhe dar tarefas, definir funções e estabelecer limites.

A democracia não é uma gritaria irracional de arquibancada, onde vence quem fala mais grosso. Magistrados falam pelos autos, lembrou Sérgio Moro, ontem. Lembrou mas curiosamente não cumpriu. Assim como Joaquim Barbosa. Ele evitava receber advogados quando estava no STF mas agora recomenda aos réus da Lava Jato que procurem o juiz.

Vivemos sob o regime de divisão de poderes, que devem ser respeitados em suas diferenças e funcionar em harmonia.

A atuação do ministro da Justiça é extensão legítima da soberania da presidenta, que recebeu do eleitor a incumbência de montar seu governo e orientar seus atos. A não ser em bailes de carnaval, não se pode “exigir” da presidenta que demita seu ministro, da mesma forma que não se podia “exigir”, antes, que fosse nomeado. (Exigir, explica o mini-Houaiss, significa “pedir em tom autoritário, determinar por ordem ou intimação”).

Cardozo não só tem o direito de receber advogados sempre que julgar necessário. Tem o dever de agir desse modo — toda vez que considerar que essa decisão pode ser útil para realizar sua obrigação política fundamental, que é garantir e defender a Constituição, onde vigora a noção de que toda pessoa é inocente até que se prove o contrário.

Uma recusa pode ser considerada omissão — e isso sim seria grave, digno de indignação.

Lançar suspeitas sobre um ministro que recebe um advogado é um exercício primário de linchamento.

Trai o vício típico de quem se acha no direito de acusar sem provar — o que é lamentável mas não é novo.

O argumento de que advogados devem dirigir-se a juízes e não a políticos seria apenas ridículo se não fosse, antes de tudo, vergonhoso.

Numa democracia, nenhuma autoridade tem o monopólio da defesa dos direitos da cidadania, até porque não há garantia de que esteja sempre a disposta a honrar este dever. Foi um senador conservador de Alagoas, Teotônio Vilela, quem abriu a porta das cadeias para ouvir os presos políticos que enfrentavam a tortura da ditadura. Foram familiares, foram advogados, que se dispuseram a colher relatos de horror e sofrimento. Alguns eram políticos. Outros, se tornaram.

Mesmo em tribunais superiores, em teoria muito mais protegidos em suas prerrogativas especiais, a regra era o silencio das togas encurvadas, da boca fechada. Denuncias de tortura e execução estavam disponíveis em quantidade, em corajosos depoimentos de réus e testemunhas, mas ninguém foi investigado por isso. Nenhum processo foi anulado porque um cidadão fora pendurado no pau-de-arara ou havia sido submetido ao interrogatório com choques elétricos. Sobraram denúncias, arquivadas cuidadosamente, e só divulgadas quando nada mais poderia ser feito para localizar e punir os responsáveis.

Há um outro ponto. Nas últimas semanas, denúncias de abuso nas delações premiadas e nas prisões preventivas de acusados da Operação Lava Jato se tornaram frequentes, gerando um ambiente de mal-estar nos meios jurídicos. Marco Aurélio Mello, um das vozes mais respeitadas do Supremo, já manifestou seu descontentamento. Celso Bandeira de Mello, um de nossos grandes advogados, também. O que se assiste é uma tentativa de blindagem: intimida-se um ministro na tentativa de calar quem poderia falar, paralisar quem poderia reagir.

Essa é a questão.

*Paulo Moreira Leite é jornalista e editor do Brasil 247.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

O bem comum foi enviado ao limbo

Por Leonardo Boff

As atuais discussões políticas no Brasil em meio a uma ameaçadora crise hídrica e energética se perdem nos interesses particulares de cada partido. Há uma tentativa articulada pelos grupos dominantes, por detrás dos quais se escondem grandes corporações nacionais e multinacionais, a midia corporativa e, seguramente, a atuação dos serviços de segurança do Império norte-americano, de desestabilizar o novo governo de Dilma Rousseff. Não se trata apenas de uma feroz critica às políticas oficiais mas há algo mais profundo em ação: a vontade de desmontar e, se possível, liquidar o PT que representa os intersses das populações que historicamente sempre foram marginalizadas. Custa muito às elites conservadoras aceitarem o novo sujeito histórico – o povo organizado e sua expressão partidária – pois se sentem ameaçadas em seus privilégios. Como são notoriamente egoistas e nunca pensaram no bem comum, se empenham em tirar da cena essa força social e política que poderá mudar irreversivelmente o destino do Brasil.

Estamos esquecendo que a essência da política é a busca comum do bem comum. Um dos efeitos mais avassaladores do capitalismo globalizado e de sua ideologia, o neo-liberalismo, é a demolição da noção de bem comum ou de bem-estar social. Sabemos que as sociedades civilizadas se constroem sobre três pilastras fundamentais: a participação (cidadania), a cooperação societária e respeito aos direitos humanos. Juntas criam o bem comum. Mas este foi enviado ao limbo da preocupação política. Em seu lugar, entraram as noções de rentabilidade, de flexibilização, de adaptação e de competividade. A liberdade do cidadão é substituida pela liberdade das forças do mercado, o bem comum, pelo bem particular e a cooperação, pela competição.

A participação, a cooperação e os direitos asseguravam a existência de cada pessoa com dignidade. Negados esses valores, a existência de cada um não está mais socialmente garantida nem seus direitos afiançados. Logo, cada um se sente constrangido o garantir o seu: o seu emprego, o seu salário, o seu carro, a sua família. Impera o individualismo, o maior inimigo da convivência social. Ninguém é levado, portanto, a construir algo em comum. A única coisa em comum que resta, é a guerra de todos contra todos em vista da sobrevivência individual.

Neste contexto, quem vai implementar o bem comum do planeta Terra? Em recente artigo da revista Science (15 de janeiro deste ano) 18 cientistas elencaram os nove limites planetários (Planetary Bounderies), quatro dos quais já ultrapassados: o clima, a integridade da biosfera, o uso do solo, os fluxos biogeoquímicos (fósforo e nitrogênio). Os outros encontram-se em avançado grau de erosão. Só a ultrapassagem desses quatro, pode tornar a Terra menos hospitaleira para milhões de pessoas e para a biodiversidade. Que organismo mundial está enfrentando essa situação que detrói o bem comum planetário?

Quem cuidará do interesse geral de mais de sete bilhões de pessoas? O neoliberalismo é surdo, cego e mudo a esta questão fundamental como o tem repetido como um ritornello o Papa Francisco. Seria contraditório suscitar o tema do bem comum, pois o neoliberalismo defende concepções políticas e sociais diretamente opostas ao bem comum. Seu propósito básico é: o mercado tem que ganhar e a sociedade deve perder. Pois é o mercado que vai regular e resolver tudo. Se assim é por que vamos construir coisas em comum? Deslegitimou-se o bem-estar social.

Ocorre, entretanto, que o crescente empobrecimento mundial resulta das lógicas excludentes e predadoras da atual globalização competitiva, liberalizadora, desregulamentora e privatizadora. Quanto mais se privatiza mais se legitima o interesse particular em detrimento do interesse geral. Como mostrou em seu livro Thomas Piketty, O Capitalismo no século XXI quanto mais se privatiza, mais crescem as desigualdades. É o triunfo do killer capitalism. Quanto de perversidade social e de barbárie aguenta o espírito? A Grécia veio mostrar que não aguenta mais. Recusa-se a aceitar do diktat dos mercados, no caso, hegemonizados pela Alemanha de Merkel e pela França de Hollande.

Resumindo: que é o bem comum? No plano infra-estrutural é o acesso justo de todos à alimentação, à saúde, à moradia, à energia, à segurança e à cultura. No plano social e cultural é o reconhecimento, o respeito e a convivência pacífica. Pelo fato de sob a globalização competitiva foi desmantelado, o bem comum deve agora ser reconstruído. Para isso, importa dar hegemonia à cooperação e não à competição. Sem essa mudança, dificilmente se manterá a comunidade humana unida e com um futuro bom.

Ora, essa reconstrução constitui o núcleo do projeto político do PT originário e de seus afins ideológicos. Entrou pela porta certa: Fome Zero depois transformada em várias políticas públicas de cunho popular. Tentou colocar um fundamento seguro: a repactuação social a partir dos valores da cooperação e a boa-vontade de todos. Mas o efeito foi fraco, dada a nossa tradição individualista a patrimonialista.

Mas no fundo vigora esta convicção humanística de base: não há futuro a longo prazo para uma sociedade fundada sobre a falta de justiça, de igualdade, de fraternidade, de respeito aos direitos básicos, de cuidado pelos bens naturais e de cooperação. Ela nega o anseio mais originário do ser humano desde que emergiu na evolução, milhões de anos atrás. Quer queiramos ou não, mesmo admitindo erros e corrupção, o melhor do PT articulou e articula esse anseio ancestral. É a partir daí que pode se resgatar, se renovar e alimentar sua força convocatória. Se não for o PT serão outros atores em outros tempos que o farão.

Cooperação se reforça com cooperação que devemos oferecer incondicionalmente.Sem isso viveremos numa sociedade que perdeu sua altura humana e regride ao regime dos chimpanzés.

Leonardo Boff, é colunista do JB online, teólogo, filósofo e escritor.

Um país em decomposição

Luiz Carlos Bresser-Pereira, cientista político

Com a integração ao Nafta, o México tornou-se, na prática, colônia dos EUA. As elites passaram a se subordinar às elites do vizinho do norte

O Brasil enfrenta um momento de grave divisão interna, e o caso da Petrobras envergonha a todos, mas nossos problemas estão longe da crise profunda, estrutural, em que se encontra mergulhado o México.

O fato desencadeador da crise foi o trágico massacre --em setembro do ano passado-- de estudantes da escola de professores Ayotzinapa, da cidade de Iguala, pela polícia municipal em conluio com criminosos sob a direção do prefeito.

O massacre provocou uma grande onda de protestos no México, enquanto a popularidade do presidente Enrique Peña Nieto caia vertiginosamente, dada sua incapacidade de reagir. Não é uma crise apenas do presidente mexicano ou do sistema político do país.

A jornalista desta Folha Sylvia Colombo escreveu à época que a crise revelava "dois Méxicos" --o moderno, industrial e o "que opera pela lógica do crime organizado, na qual imperam a extorsão, o sequestro e a pistolagem".

Não estou seguro que existam dois Méxicos. Existe um México rico e "moderno", americanizado, mas que está longe de apresentar taxas de crescimento satisfatórias que mostrem um país voltado para o futuro. Desde que o México aderiu ao Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), em 1994, é o país que menos cresceu na América Latina. O México que eu vejo é o do crime organizado, da falência do Estado e, mais do que isto, da destruição da nação.

As sociedades antigas eram organizadas em tribos, cidades e impérios. As sociedades modernas, em nações, cada uma com seu respectivo país ou Estado-nação. É nesse contexto histórico que nação e Estado se constroem mutuamente. É no quadro da nação que os grandes valores e objetivos sociais são definidos. O Estado nas sociedades modernas só existe realmente quando seu poder é dotado da legitimidade que só a nação lhe pode dar.

Considerados esses princípios, quando uma sociedade perde a ideia de nação e se torna colônia, ela entra em decomposição. Foi isso que ocorreu com o México. Com sua integração ao Nafta, o país tornou-se, na prática, uma colônia dos EUA. Suas elites deixaram de se identificar com seu povo e passaram a se associar de forma subordinada às elites do vizinho ao norte.

Ora, sem nação ou sociedade civil nacional, o país perde rumo. Seu povo perde referências, suas elites limitam-se a procurar reproduzir por todos os meios os padrões de consumo dos países ricos.

Não há mais a ideia de uma nação que se renova todos os dias diante dos novos desafios que estão sempre surgindo. Não há mais critérios para enfrentar os novos problemas que surgem, não há mais a solidariedade básica que é necessária para uma nação poder afirmar seus valores e fazê-los valer.

É triste ver tudo isso acontecer a um povo orgulhoso por sua origem, um país cuja grande revolução de 1910 fazia inveja aos demais povos da América Latina. No passado, quando visitava o México, eu sentia ali uma nação forte e um país pujante, via a nação de Diego Rivera e de Octavio Paz. Hoje vejo uma nação dividida e perplexa, e um país que é uma sombra do passado.

Haverá uma saída para uma situação com essa gravidade? Poderá o México refundar sua nação e se renovar? Creio que sim, mas não existem receitas simples para um problema tão difícil. A solução terá que ser encontrada no quadro da própria nação mexicana a ser reconstruída.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Vamos assumir o controle de nossa vida digital

Hernán Rincón
Presidente da Microsoft América Latina

12 fevereiro, 2015 - Apesar de nossa vida diária já estar permeada pela tecnologia, quando o assunto é hábitos para controlá-la, ainda estamos engatinhando. Segundo Aristóteles, “os bons hábitos adquiridos na juventude fazem grande diferença”. Esse é o momento de integrar hábitos e tornar nossa vida digital mais segura, plena e com o controle dela em nossas mãos.

Nesse mundo mobile first, cloud first, trabalhar, nos informar e nos divertir na nuvem é parte de nossa vida digital. Queremos ajudar cada pessoa e empresa a fazer mais e alcançar mais. Nossa interação com a tecnologia deve ter comportamentos para nosso benefício. Vou falar de quatro que estimulamos na Microsoft: privacidade, segurança, abertura e mobilidade.

Privacidade

A privacidade não deve ser opcional. Hoje, compartilhamos nossa informação on-line a cada momento. Desde a nossa localização até documentos, fotos, vídeos e muito mais. Devemos estar conscientes de nunca perder o controle de decidir com quem queremos compartilhar essas informações e de como elas podem ser utilizadas pelos outros.

Pessoas e empresas devem controlar a administração a proteção de seus dados, não importa o dispositivo, o serviço ou a plataforma que são usados. Nossos dados são nossos.

Nossa privacidade não deve ser o preço a pagar por serviços na Internet. Os serviços que usamos devem ter políticas transparentes e claras a respeito e, como usuários, devemos nos preocupar em conhecê-las e entendê-las.

Segurança

De mãos dadas com a privacidade vem a proteção de nossa informação. Nossos dados pessoais são um bem valioso e atraente para os malfeitores, que nos podem causar muitos problemas caso tenham acesso e façam uso não autorizado de nossas informações.

Os serviços e as plataformas que usamos devem oferecer experiências seguras e confiáveis para minimizar os riscos que nos espreitam na vida digital.

Os perigos podem diminuir consideravelmente se usarmos software legítimo e mantê-lo atualizado. Os usuários e as empresas precisar optar por soluções seguras e por programas que contem com atualizações de segurança periódicas, de datacenters cada vez mais protegidos.

Devemos adotar as melhores práticas, tais como: contar com contrassenhas seguras; bons hábitos ao navegar na Internet para evitar cair em fraudes, malware e roubos de identidade; usar software de proteção para dispositivos e utilizar plataformas confiáveis.

Abertura

A indústria deve estar comprometida com a abertura. Só assim os usuários terão maior proveito da tecnologia sem importar a escolha que melhor se adapte às suas necessidades. À medida que for maior a abertura de plataformas e de padrões, poderemos ter serviços mais eficientes e convenientes.

Acreditamos que a indústria deve prover aos clientes opções e oportunidades para construir pontes entre tecnologias em ambientes heterogeneos, o que se traduz em benefícios tanto de ordem operacional quanto da ordem de custos para pessoas e empresas.

Os usuários devem buscar e apoiar empresas com esquemas claros de interoperabilidade e abertura.

Mobilidade

Devemos fazer da mobilidade um hábito. Hoje, nossas vidas pessoal e profissional se misturam. Pessoas e empresas devem aproveitar as vantagens que a nuvem nos oferece, que permitem o uso de aplicações de ferramentas a partir de qualquer lugar, sem importar o dispositivo ou a plataforma.

Neste hábito, convergem os demais. Um cenário de privacidade, abertura e segurança da computação em nuvem se traduz em uma vida digital móvel e plena, com liberdade de escolha, agilidade e flexibilidade, permitindo maior produtividade.

A privacidade, a segurança, a abertura e a mobilidade devem ser hábitos integrados à nossa vida digital. Depende de nós termos o controle de nossa vida digital. Convidamos a indústria, os governos e as empresas a se unirem na promoção desses hábitos e a agirem em conformidade com eles.

Implementação de novas tecnologias nas escolas não satisfaz alunos, pais e professores

Consultoria Santo Caos realiza estudo em formato de documentário, com mais de 100 horas de depoimentos, para chamar a atenção sobre os principais problemas do atual modelo educacional brasileiro

São Paulo, janeiro de 2015 - Nas últimas décadas, as gerações passaram por grandes mudanças comportamentais e de valores. Essas transformações refletiram também na Educação, fazendo com que os públicos envolvidos com o ensino, sejam escolas, diretores, gestores, pais, ou alunos ficassem insatisfeitos com o que é aplicado. A partir desse pressuposto, a consultoria em engajamento Santo Caos realizou um estudo em formato de vídeo documentário chamado “Do Giz ao Tablet”, que aponta os principais problemas do modelo de ensino atual. Para Guilherme Françolin, sócio e diretor de novos negócios da Santo Caos, um dos pontos mais relevantes foi perceber que as escolas não entendem como podem usar a tecnologia para potencializar a educação. “Por mais que um tablet, lousas digitais ou ferramentas tecnológicas na sala de aula proporcionem um potencial incrível, muitas vezes são meios utilizados apenas como mera apostila digital, uma forma de acessar conteúdos que a escola disponibiliza. Deste modo, diminui-se toda a capacidade que este recurso possa atingir”, afirma.

Segundo Françolin, após ouvir mais de 100 horas de declarações de especialistas, pais, diretores, gestores e professores, além de mapear oito escolas do Estado de São Paulo – entre públicas e particulares - ficou claro que ninguém está satisfeito com o que é oferecido atualmente. O executivo revela que na visão dos pais e especialistas na área ouvidos pela consultoria, o grande gargalo atualmente está relacionado a padronização, seja do conteúdo ou na maneira como os alunos são tratados. “No decorrer das gravações percebemos que tanto para os pais quanto especialistas, o ensino precisa ser repensado em relação ao estilo que o aprendizado é conduzido, já que na vida fora da escola as pessoas precisam desenvolver competências e habilidades que possam ser aplicáveis. No atual modelo, prevalece a padronização e não a liberdade para aperfeiçoar-se no que gosta”, explica.

Guilherme esclarece que ainda de acordo com o documentário, os professores acreditam que a principal dificuldade para melhorar o ensino são os programas pedagógicos aplicados que pouco acrescentam aos alunos. “Para os educadores, a grade atual de ensino pouco agregam aos alunos, já que os conteúdos que são passados visam apenas o ingresso dos jovens nas universidades e não um melhor preparo para a vida”, comenta. O executivo também reforça que para os gestores e diretores a cobrança excessiva dos pais no vestibular é um dos fatores que dificulta a evolução do ensino. “Embora os pais sejam os ‘financiadores’ das instituições, muitos gestores e diretores acreditam que há uma cobrança exacerbada em cima dos jovens para serem aprovados nos vestibulares. Isso costuma gerar um entrave na mudança do ensino. O que se observa, felizmente, é que os jovens estão buscando outros caminhos”, diz.

Na opinião de Guilheme Françolin, a busca por uma mudança no modelo educacional brasileiro é clara. No entanto, para que haja uma transformação, cabe a cada um encontrar o problema e junto a profissionais qualificados buscar soluções para eles. “Os pais da geração Y entendem que a necessidade da educação escolar mudou. O que grande parte deles percebe é que com o pleno emprego e acesso fácil a internet, somente passar conhecimento não basta. Para eles, neste modelo de ensino, seus filhos saem despreparados emocionalmente para a vida, embora tenham boas notas e absorvam uma quantidade significativa de informação. Para o futuro, é necessário trabalhar com mais clareza as competências comportamentais, estas que serão aplicadas na faculdade e posteriormente exigidas no mercado de trabalho”, complementa.

Dicas fáceis ajudam a ter sucesso nos estudos em 2015

Com ações simples, crianças e jovens podem potencializar o que aprendem na sala de aula e ampliar seus conhecimentos

Depois de muita brincadeira, descanso e diversão, é hora de voltar para a sala de aula. Com um ano inteiro pela frente, o começo do período letivo é o momento ideal para traçar metas, planejar a vida escolar e se organizar para o que está por vir . E não são apenas os alunos que precisam concentrar energias nos estudos para que o boletim fique do jeito que os pais gostam. Os adultos também precisam monitorar o processo de aprendizagem das crianças e jovens para que bons resultados sejam alcançados. Para isso, algumas dicas podem ajudar e muito a ter sucesso nos estudos em 2015.

O primeiro passo é o planejamento. Crianças e jovens precisam ter horários certos para cada tarefa, assim como locais que favoreçam os estudos. A coordenadora da Rede Cristã de Educação, Carla Miller, explica que o processo de aprendizagem sempre é mais efetivo depois do descanso. “Se o aluno estuda no período da tarde, por exemplo, o recomendado é que a criança ou adolescente acorde e, antes de brincar ou realizar uma atividade esportiva, já dedique um tempo à lição de casa ou revisão de conteúdo”. Para quem estuda pela manhã, o conselho é fazer um intervalo antes de voltar aos livros, sempre com uma pausa após o almoço ou depois da aula de inglês ou do futebol.

Estudar em casa, um pouquinho todo dia, é fundamental – Fazer alição de casa ou sínteses dos conteúdos trabalhados em sala de aula é essencial. Carla explica que o compromisso com os estudos deve ser algo diário, com horário fixo e, pelo menos, duas horas de duração, criando uma rotina. “Estar em dia com a matéria é o segredo, pois faz com que o aluno internalize melhor o que aprende . O contato constante com as matérias ajuda o aluno a identificar suas dúvidas, dando-lhe oportunidade de pedir ajuda ao professor no que for necessário”. E tem mais, esse hábito simples facilita também a preparação para as provas. “Na véspera da prova, será preciso apenas uma revisão simples do que aprendeu”, completa.

A escolha do local, com boa luz, silêncio e espaço para organizar os materiais também deve ser levada em consideração. O ambiente precisa ser arejado, com uma cadeira confortável e tudo que favoreça a concentração. “A organização externa interfere diretamente na interna. Sentar em uma almofada, no chão da sala, com materiais fora do alcance e em meio ao barulho, não ajuda o corpo a se preparar para o estudo”, exemplifica a coordenadora da Rede Cristã de Educação.

Aproveite a ajuda que as novas tecnologias oferecem – Existem várias ferramentas à disposição das crianças e jovens que abrem um mundo de informação, com acesso rápido e fácil a qualquer assunto. Mas é preciso ensinar aos alunos como selecionar esses conteúdos, reconhecendo sites e fontes confiáveis. “Orientar sobre isso também é uma função da escola. Muitos livros didáticos trazem sugestões e recomendam links a serem acessados, mas os professores também devem destacar esse aspecto durante as aulas, ao falar de qualquer conteúdo”, diz Carla.

Algumas escolas e redes de ensino também oferecem novas ferramentas e mídias que ajudam os estudantes a ampliar o conhecimento no contraturno escolar. A Rede Pitágoras e a Rede Cristã de Educação, por exemplo, contam a Plataforma Digital de Aprendizagem. No ambiente virtual é possível acessar enciclopédia, dicionários, jogos, aulas, textos, imagens, as coleções digitalizadas, entre outras atividades. Tudo num lugar só.

Participe ativamente das atividades em sala de aula – Fazer anotações, tirar dúvidas e participar dos debates propostos pelo professor também é essencial para apresentar bons resultados na escola. “Manter a concentração e interagir com o professor durante as aulas faz diferença. Participe das aulas, faça perguntas e evite desviar a atenção, essa postura facilita o processo de estudo individual e a internalização do conteúdo”, aconselha a coordenadora.

Usar o material didático é ainda uma dica que vale seguir. Ler, grifar, resumir, comentar, vale tudo. “Fazer as próprias anotações, escrevendo do seu jeito o que entendeu, também facilita a compreensão dos conteúdos”. Fazer um caderno de estudo, com os registros do que aprendeu, pesquisou ou revisou na web, fazendo sínteses de tudo, é outra boa estratégia.

Parceria escola e família não pode faltar – A educação é um processo compartilhado entre alunos, pais e escola. Cada um tem seu papel bem definido na busca por bons resultados. Carla Miller acredita que os três pontos devem estar em equilíbrio, com escola oferecendo ensino de qualidade, estudantes se envolvendo de fato no processoe com a família acompanhando de perto a vida escolar das crianças e jovens.

“Os pais e familiares podem ajudar muito nos pontos de organização do local e horário de estudos, estimulando comportamentos que influenciam o aprendizado e verificando se lições de casa, trabalhos e pesquisas estão sendo feitas com a dedicação necessária e dentro dos prazos. Participar da reunião de pais também é importante. É fundamental estar presente, entender o que ocorre no dia a dia, com quem o aluno convive e interage e como é o espaço onde ele passa a maior parte do seu tempo.”

A coordenadora da Rede Cristã de Educação destaca que é importante participar de fato do processo de aprendizagem das crianças e jovens, sem terceirizar a educação dos filhos. “Se todos cumprirem seus papeis, sempre em sinergia, não tem como dar errado!”, conclui.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Cresceu o número de brasileiros que recebeu aumento de salário nos últimos 12 meses

O reconhecimento profissional muitas vezes é associado ao aumento salarial. Nesse quesito, o último ano parece ter sido melhor para o profissional brasileiro do que o ano anterior, já que 37,9% receberam aumento nos último 12 meses. Em 2013 esse número era de 34,5%. Os dados são da nova Pesquisa dos Profissionais Brasileiros da Catho, que traça um panorama sobre a contratação, demissão e carreira dos profissionais do país.

Os motivos do aumento salarial variam bastante, mas a maioria (33,8%) recebeu uma premiação por bom trabalho. Promoção de cargo é o segundo motivo mais comum de aumento, com 28,2% dos respondentes, enquanto 16,8% receberam o benefício por conta de aumento geral na empresa.




Por nível hierárquico, os gerentes foram os profissionais que mais receberam aumento salarial no último ano, 48,6%. Coordenador/Supervisor (43%) foi o segundo e Analista (39,7%) o terceiro. Trainees e estagiários foram os profissionais que menos receberam aumento, com apenas 20%.



Ainda que o aumento salarial tenha se tornado realidade para mais brasileiros em 2014, a avaliação do salário em relação ao mercado não é das melhores. 34,2% dos profissionais brasileiros acreditam que recebem um salário pio ou muito pior do que a média de mercado. 44,8% avaliam seu salário como igual/compatível, enquanto apenas 14,8% acreditam ganhar mais do que o mercado paga.



Edição 2014 Pesquisa Catho

A Pesquisa dos Profissionais Brasileiros - Um Panorama sobre a Contratação, Demissão e Carreira dos Profissionais é uma publicação da Catho, site de empregos líder no Brasil, desde 1988. Originalmente lançada a cada dois anos, passou a ser anual em 2013.

O levantamento de 2014 contou com 26.459 respondentes de todo o Brasil. Do total de respondentes, 65% estão empregados; sendo que 35,9% são de grandes empresas (com mais de 500 funcionários). A pesquisa foi feita no período de 16 a 31 de março de 2014.

Microsoft dá dicas para evitar dores de cabeça na vida digital

Kaoane Setti

São Paulo, 12 de fevereiro de 2015 – Na última terça-feira, foi celebrado em todo o mundo o Dia da Internet Segura (Internet Safer Day). A data, criada há oito anos, tem o objetivo de alertar para os riscos na vida digital, tanto de usuários domésticos quanto nas empresas. Com mais de três bilhões de pessoas conectadas no mundo todo, a internet se tornou o grande elo da sociedade e também um ambiente que pode apresentar vulnerabilidades. Para isso, a Microsoft reuniu algumas orientações que vão ajudar usuários de todos a perfis a utilizar a rede com o máximo de segurança.

Cada vez mais presente – seja pelas tecnologias 3G, 4G ou pelo sinal do Wi-Fi – a conectividade está cada vez mais presente na vida das pessoas, seja para acessar os e-mails, enviar mensagens, fotos e vídeos pelo celular, utilizar as redes sociais e até realizar transações bancárias. Com o aumento da oferta de serviços de download e transmissão de dados, a Internet deixou de ser exclusividade do computador, do smartphone ou tablet e chegou a outros dispositivos, como a TV, o videogame e até eletrodomésticos.

Para afastar os riscos de ataques de hackers, vírus, entre outras ameaças, confira abaixo algumas dicas da Microsoft:

Proteja a sua privacidade

Privacidade não é uma opção, é uma premissa. E não deve ser vista como preço a ser pago pela utilização da Internet. As pessoas e as empresas devem ver os serviços de internet como meios para satisfazer suas necessidades, mas que devem estar obrigatoriamente agregado aos aspectos de segurança, privacidade e conformidade.

Cuidado ao preencher formulários digitais! Certifique-se de é um site ou serviço é confiável antes de fornecer as suas informações pessoais ou da sua empresa, como senhas, dados bancários entre outros. Serviços on-line devem ter políticas claras e transparentes de privacidade e fornecer aos usuários informações sobre como os dados de seus clientes serão utilizados e quem terá acesso a eles. Lembre-se que um fornecedor pode hospedar os seus dados, mas só você, cliente, é o dono dessas informações.

Softwares originais sempre

Os cibercriminosos são uma ameaça real e é importante saber de quem está recebendo, e a quem está fornecendo informações antes de compartilhá-las. As pessoas e as empresas devem optar por soluções e programas que disponibilizam atualizações de segurança regularmente, o que não é oferecido em cópias não originais. Além disso, no caso de uma empresa, é importante verificar se todas as unidades – inclusive o datacenter – estão devidamente protegidos. Lembre-se que uma única máquina vulnerável pode ser a porta de entrada para o ataque de um hacker.

Cuidado ao instalar programas

Uma prática comum dos cibercriminosos é tentar comprometer a sua identidade ou informações bancárias solicitando a instalação de softwares infectados, através de downloads aparentemente inocentes como fotos, músicas, links, e-mails, também nas redes sociais ou em jogos online. Na dúvida, não arrisque. 

Os serviços e plataformas utilizados devem oferecer experiências seguras e confiáveis para minimizar o impacto que os malwares (softwares maliciosos), e outros riscos podem causar na vida digital. Essas ameaças podem ser reduzidas ao máximo quando utilizado um software original que possa se manter atualizado.

Mobilidade e Segurança andam juntas

Um dos termos que mais têm chamado atenção no mundo da tecnologia é a “Computação em Nuvem”. Esse modelo de internet permite que as pessoas estejam conectadas o tempo todo e em qualquer lugar todos os serviços online que utiliza, seja o e-mail, o canal de música, a rede de dados da empresa, além de aplicativos e ferramentas, independentemente do dispositivo (celular, tablet ou PC) ou da plataforma (sistema operacional) que esteja utilizando.

Cada vez mais os serviços e desenvolvedores de ferramentas e aplicações devem oferecer políticas de compatibilidade entre diferentes sistemas para que os usuários possam tirar o máximo proveito da tecnologia, sem qualquer limitação. Com isso, é possível manter a produtividade, sem limitar o usuário a uma única plataforma ou a funcionalidades dos dispositivos, afinal de contas o tipo de celular, do PC ou do tablet deve ser uma escolha do usuário e não uma imposição do fabricante.

Mobilidade, experiência sem volta

A mobilidade está transformando a ideia de que o tempo e o espaço são os únicos elementos que ditam o ritmo de produtividade. O mundo está cada vez mais móvel, no qual a tecnologia se adapta às pessoas, e não o contrário. A computação em nuvem e a mobilidade abrem uma gama de possibilidades sem precedentes e que permitem, por exemplo, continuar um trabalho que está sendo feito no computador direto no celular ou até mesmo na TV. Com todo esse universo de conexão, é fundamental estar atento aos seus hábitos no consumo de internet para não correr risco.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

CARNAVAL: BRASILEIROS OPTAM POR VIAJAR PARA DESTINOS NACIONAIS

São Paulo, 11 fevereiro de 2015 – Um levantamento realizado pelo PiniOn, plataforma mobile de pesquisas que capta a opinião dos usuários sobre temas diversos, com 2 mil pessoas de todo Brasil, indica que 97% dos respondentes que pretendem viajar no Carnaval escolheram destinos nacionais para passar o feriado.

Confira os principais resultados da pesquisa:
48% dos respondentes pretendem viajar no carnaval de 2015:
- 97% para destinos nacionais, 3% para destinos internacionais;
- 66% para curtir o carnaval em outra cidade, 34% porque não gosta de carnaval.
- As pessoas pretendem gastar em média R$1.406,00 nesta viagem.

Meio de transporte:
- 66% de carro;
- 21% de avião;
- 10% de ônibus;
- 2% de moto.

Local de hospedagem:
- 27% residência de familiares;
- 19% residência de amigos;
- 17% em hotel;
- 13% em casa alugada;
- 11% em pousada;
- 7% na casa própria;
- 2% em albergue ou hostel;

Preços das hospedagens:
- 41% consideram caros;
- 38% consideram muito caros;
- 17% não consideram nem caros nem baratos;
- 3% consideram baratos;
- 1% considera muito baratos.

Companhias para a viagem:
- 36% amigos;
- 32% familiares;
- 28% marido/esposa;
- 22% parentes;
- 5% sozinho;

Lugares para curtir:
- 53% blocos de rua;
- 22% festas fechadas;
- 22% trios elétricos;
- 15% bailes de salão;
- 12% discotecas/baladas;
- 9% escola de samba.
52% não pretendem viajar no carnaval 2015:

Onde irão curtir na própria cidade:
- 49% blocos de rua;
- 20% festas fechadas;
- 10% escola de samba;
- 7% trios elétricos.

Destes, 27% não gostam de carnaval, por que:
- 46% muito barulho;
- 40% comportamentos vulgares;
- 40% alto consumo de drogas e bebidas;
- 29% muita sujeira;
- 28% cidade muito cheia;
- 16% motivos religiosos;
- 15% preços muito altos;
- 13% alteração no trânsito das cidades.

Institutos do Hospital das Clínicas, da USP, conquistam Acreditação ONA

A certificação reconhece instituições comprometidas com a qualidade do atendimento e a segurança do paciente; Instituto do Coração, Instituto Central e de Traumatologia e Ortopedia foram certificados no dia 4 de fevereiro

São Paulo, 2015 - Três institutos que compõem o Hospital das Clínicas da USP conquistaram, no último dia 4 de fevereiro, a acreditação da ONA (Organização Nacional de Acreditação), entidade sem fins lucrativos que certifica a qualidade dos serviços de saúde. Eles receberam o certificado de nível 1, concedido a instituições que atendem aos critérios de segurança do paciente em todas as áreas de atividade, incluindo aspectos de estrutura e atendimento. A avaliação foi realizada pelo IBES (Instituto Brasileiro de Excelência em Saúde), credenciado pela ONA.

As unidades certificadas são os institutos Central (ICHC), que abriga a Emergência, do Coração (InCor), especializado em cardiologia e pneumologia, e de Ortopedia e Traumatologia (IOT), um dos maiores hospitais de trauma da América Latina. 

Dos 7 institutos do HC, 6 são certificados pela ONA. Os primeiros a receber a acreditação, no final de 2013, foram o Instituto da Criança (ICr), que reúne das especialidades pediátricas, de Psiquiatria (IPq), referência em neurocirurgia funcional e em diferentes transtornos psiquiátricos, e de Radiologia (InRad), que abriga o Centro de Medicina Nuclear e oferece serviços de Radioterapia, Ressonância Magnética e Radiologia, entre outros.

Para Maria Carolina Moreno, superintendente da ONA, a acreditação do Hospital das Clínicas da USP ajuda a popularizar a certificação de saúde no país. “A acreditação é uma prática consolidada em outros países, mas ainda é pouco conhecida no Brasil. Ela ajuda a população a reconhecer as instituições que se preocupam com a qualidade e a segurança”, explica.

Saiba mais

A acreditação é um sistema de avaliação da qualidade de serviços de saúde a partir de critério pré-definidos. O processo é voluntário, ou seja, é a instituição que manifesta o interesse em ser avaliada. Após a certificação, os serviços de saúde continuam sendo avaliados periodicamente durante todo o período de validade do certificado, que pode ser de dois ou três anos.

Todos os padrões e diretrizes da metodologia da ONA estão descritos no Manual Brasileiro de Acreditação, documento reconhecido e certificado pela ISQua (International Society for Quality in Health Care), associação parceira da OMS (Organização Mundial de Saúde) e responsável pela validação de metodologias de acreditação em todo o mundo. 

Sobre a ONA

A Organização Nacional de Acreditação (ONA) é uma entidade nãogovernamental e sem fins lucrativos que certifica a qualidade de serviços de saúde, com foco na segurança do paciente. Sua metodologia de acreditação é reconhecida pela ISQua (International Society for Quality in Health Care), associação parceira da OMS e que conta com representantes de instituições acadêmicas e organizações de saúde de mais de 100 países.

Com 15 anos de atuação e mais de 400 instituições certificadas, a ONA se consolidou como a principal acreditação de saúde do país. 

Seus manuais são específicos para nove diferentes tipos de estabelecimentos: hospitais, ambulatórios, laboratórios, serviços de pronto atendimento, home care, clínicas odontológicas, clínicas de hemoterapia, serviços de terapia renal substitutiva e serviços de diagnóstico por imagem, radioterapia e medicina nuclear. A ONA também certifica serviços de apoio a instituições de saúde, como lavanderia, dietoterapia, esterilização e manipulação.

AXÉ MUSIC (Fricote - Luiz Caldas)


terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

ANP regulamenta uso do biometano

Combustível já vinha sendo testado em veículos leves e, recentemente, também em um ônibus

São Paulo, 10 de fevereiro de 2015 – Publicada em 2 de fevereiro de 2015 no Diário Oficial da União, a Resolução ANP Nº 8, que versa sobre o biometano, é um novo marco para o mercado de gás natural no Brasil. O regulamento estabelece a especificação do biometano oriundo de produtos e resíduos orgânicos agrossilvopastoris e comerciais destinado ao uso veicular (GNV) e às instalações residenciais e comerciais.

O biometano, que no Rio Grande do Sul recebeu a marca GNVerde, é um combustível alternativo e 100% renovável que já está sendo testado em veículos desde 2013, com o apoio da Companhia de Gás do Estado (Sulgás).

A distribuidora aguardava a resolução da ANP para iniciar a comercialização do GNVerde, que poderá ser misturado ao gás natural na rede de distribuição da Sulgás. Para tanto, em breve vai lançar a primeira chamada pública para aquisição de biometano em cinco regiões do Estado. “Até então estávamos em fase experimental, apoiando projetos e pesquisas no Estado”, conta a gerente de planejamento da companhia, Jucemara Rolim Bock.

A expectativa da Sulgás é que a viabilização de plantas de produção de GNVerde potencialize a interiorização do gás natural. “Regiões que hoje estão distantes de nossa rede de gasodutos poderão ser atendidas a partir de uma produção local, reduzindo os custos de infraestrutura”, explica.

Ônibus com biometano

Com o objetivo de comprovar a viabilidade do uso do GNVerde como uma alternativa limpa e sustentável para o abastecimento do transporte coletivo, o primeiro ônibus abastecido com biometano a rodar no Brasil esteve no Rio Grande do Sul em janeiro de 2015.

O modelo Scania Citywide Euro 6 veio da Suécia em 2014 para um período de demonstrações na América do Sul e, antes de chegar ao Estado, passou pelo México, Colômbia e Foz do Iguaçu, no Paraná. Na primeira demonstração no Brasil nos meses de outubro e novembro, em parceria com a Itaipu Binacional, ficou comprovado que, em relação ao custo por quilômetro, o do biometano é menor em 56% ante um veículo similar a diesel. Nas próximas semanas, o ônibus será apresentado em São Paulo. Fabricado pela Scania, o veículo tem 15 metros de comprimento, com dois eixos direcionais e capacidade para até 120 passageiros. 

Resultados da segunda demonstração do primeiro ônibus movido a biometano do Brasil

Durante o mês de janeiro, o veículo foi abastecido diariamente com o GNVerde produzido pelo Consórcio Verde Brasil (formado pelas empresas Ecocitrus e Naturovos), em Montenegro (RS), e fazia uma rota demonstrativa entre as unidades da Braskem, no Polo Petroquímico de Triunfo (RS). 

Os resultados das análises de desempenho do ônibus com o GNVerde foram todos positivos, de acordo com o responsável pelo estudo e coordenador do Laboratório de Biorreatores da Univates, professor Odorico Konrad. “Os níveis de poluição ficaram bem abaixo dos determinados pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), e as emissões de ruído também foram menores que os padrões determinados pelas autoridades. Em teste estático, com o motor a 610 rpm o ruído foi de 77,53 decibéis, em média. A 2.500 rpm, a média do ônibus foi de 95,67 decibéis, quando o limite é de 98 dB", afirma.

Ainda segundo Konrad, transportando os colaboradores dentro do parque da Braskem, a média de consumo foi de 2,13 km/metro cúbico. 

"São resultados ótimos que verificamos. O ônibus a biometano comprovou sua viabilidade nessas duas demonstrações. Sua autonomia diária pode chegar a 400 quilômetros, e ele emite 70% menos poluentes que os veículos similares a diesel", afirma Silvio Munhoz, diretor de Vendas de Ônibus da Scania no Brasil.

Sobre a Sulgás

A Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) é a empresa responsável pela comercialização e distribuição de gás natural canalizado no Estado. Criada em 1993, atua como uma sociedade de economia mista, tendo como acionistas o Estado do Rio Grande do Sul e a Petrobras Gás S/A – Gaspetro. Iniciou a comercialização do gás natural em 2000, com a conclusão do gasoduto Bolívia-Brasil. Nos últimos anos, a Sulgás tem investido em ações para promoção de novas fontes de suprimento de gás natural no Estado, entre as quais algumas pesquisas para o aproveitamento de biogás.

Sobre a Braskem

A Braskem é a maior produtora de resinas termoplásticas das Américas. Com 36 plantas industriais distribuídas pelo Brasil, Estados Unidos e Alemanha, a empresa produz anualmente mais de 16 milhões de toneladas de resinas termoplásticas e outros produtos petroquímicos. Maior produtora de biopolímeros do mundo, a Braskem tem capacidade para fabricar anualmente 200 mil toneladas de polietileno derivado de etanol de cana-de-açúcar. 

Sobre o Consórcio Verde-Brasil

O Consórcio Verde-Brasil é formado pelas empresas Ecocitrus e Naturovos, que juntas buscam a solução para resíduos orgânicos gerados em processos produtivos de diferentes indústrias.

A Ecocitrus é uma cooperativa de citricultores ecológicos da região do Vale do Caí que atua há cerca de 20 anos no modelo de agricultura familiar. Produz frutas cítricas e derivados orgânicos totalmente livres de agrotóxicos, além de complexos serviços de gestão de resíduos, obedecendo a padrões socialmente justos e ecologicamente sustentáveis.

A Naturovos, com sede no município de Salvador do Sul, é uma empresa de alimentos pertencente ao Grupo Solar, presente há mais de 40 anos no mercado. Atualmente, é a maior produtora de ovos do sul do Brasil e uma das maiores forças do mercado em produção de ovos e derivados. 

Sobre a Scania 

A Scania é um dos principais fabricantes mundiais de caminhões e ônibus para transporte pesado e de motores industriais e marítimos. Os produtos de serviços têm participação crescente nos negócios da empresa, assegurando aos clientes soluções de transporte econômicas e com alta disponibilidade operacional. Com 41.000 colaboradores, a Scania está presente em mais de 100 países, com linhas de produção na Europa e América do Sul com possibilidade de intercâmbio global de componentes e veículos completos. Em 2013, as receitas totais da Scania alcançaram 86,8 bilhões de coroas suecas e o resultado financeiro após a dedução de impostos foi de 6,2 bilhões de coroas suecas. 

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Pesquisa indica que 66% da população atribui a culpa da falta de água ao governo estadual

Pesquisa revela que população não acredita nas providências do Governo estadual para resolver o problema da falta de água 

Levantamento realizado pelo Pinion indica que grande parte dos paulistas também não confia na qualidade da água distribuída pela Sabesp nos últimos três meses.

São Paulo, 04 de fevereiro de 2015 – A escassez de água vivida em São Paulo é a pior dos últimos 80 anos e a situação tende a piorar com a falta de chuva, podendo afetar inclusive o sistema de fornecimento de energia elétrica. O PiniOn, plataforma mobile de pesquisas que capta a opinião dos usuários sobre temas diversos, realizou um levantamento com mil pessoas, no estado de São Paulo, para saber, entre outras questões, como estão sendo afetadas e se tomaram providências para economizar água. Para 87% dos respondentes, as autoridades não estão tomando providências suficientes para resolver o problema, sendo que 66% atribui a culpa ao governo estadual e 97% diz que a situação poderia ter sido evitada com mais planejamento.

A crise hídrica também está mexendo no bolso da população. A conta de água de 57% dos respondentes já foi reajustada e 97% acreditam que ainda sofrerão reajustes. A confiança na qualidade da água distribuída pela Sabesp também foi afetada: 73% das pessoas que responderam a pesquisa não acreditam na qualidade da água que está sendo fornecida nos últimos três meses.

A amostra também aponta que 98% dos respondentes estão acompanhando os noticiários sobre a crise da falta de água. Atentos a essa realidade, 95% afirmaram já ter mudado seus hábitos para economizar água. Entre aqueles que ainda não o fizeram, 58% pretendem mudar e o percentual daqueles que pretendem estocar água para não sofrer com cortes no abastecimento chega a 69% dos respondentes.

Confira os principais resultados da pesquisa:

Classes mais afetadas no fornecimento de água:

- 71% da classe C;

- 52% das classes A e B.

Onde passaram por cortes no abastecimento de água nos últimos três meses:

- 93% em casa;

- 26% no trabalho;

- 10% em locais de lazer (restaurante, bar, shopping);

- 3% em lugares de estudo (universidade, escola);

- 3% em um serviço de saúde (hospital, clínica ou posto de saúde).

Principal responsável pela crise hídrica:

- 66% governo estadual;

- 53% população;

- 50% Sabesp;

- 47% governo federal;

-44% do clima (muito calor e poucas chuvas);

- 39% do desmatamento de florestas;

- 34% do governo municipal. 

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

AOS CANALHAS QUE QUEREM DESTRUIR A PETROBRAS

Por Mauro Santayanna

O adiamento do balanço da Petrobras do terceiro trimestre do ano passado foi um equívoco estratégico da direção da companhia, cada vez mais vulnerável à pressão que vem recebendo de todos os lados, que deveria, desde o início do processo, ter afirmado que só faria a baixa contábil dos eventuais prejuízos com a corrupção, depois que eles tivessem, um a um, sua apuração concluída, com o avanço das investigações.

A divulgação do balanço há poucos dias, sem números que não deveriam ter sido prometidos, levou a nova queda no preço das ações.

E, naturalmente, a novas reações iradas e estapafúrdias, com mais especulação sobre qual seria o valor — subjetivo, sujeito a flutuação, como o de toda empresa de capital aberto presente em bolsa — da Petrobras, e o aumento dos ataques por parte dos que pretendem aproveitar o que está ocorrendo para destruir a empresa — incluindo hienas de outros países, vide as últimas idiotices do Financial Times – que adorariam estraçalhar e dividir, entre baba e dentes, os eventuais despojos de uma das maiores empresas petrolíferas do mundo.

O que importa mais na Petrobras?

O valor das ações, espremido também por uma campanha que vai muito além da intenção de sanear a empresa e combater eventuais casos de corrupção e que inclui de apelos, nas redes sociais, para que consumidores deixem de abastecer seus carros nos postos BR; à aberta torcida para que “ela quebre, para acabar com o governo”; ou para que seja privatizada, de preferência, com a entrega de seu controle para estrangeiros, para que se possa — como afirmou um internauta — “pagar um real por litro de gasolina, como nos EUA”?

Para quem investe em bolsa, o valor da Petrobras se mede em dólares, ou em reais, pela cotação do momento, e muitos especuladores estão fazendo fortunas, dentro e fora do Brasil, da noite para o dia, com a flutuação dos títulos derivada, também, da campanha antinacional em curso, refletida no clima de “terrorismo” e no desejo de “jogar gasolina na fogueira”, que tomou conta dos espaços mais conservadores — para não dizer golpistas, fascistas, até mesmo por conivência — da internet.

Para os patriotas, e ainda os há, graças a Deus, o que importa mais, na Petrobras, é seu valor intrínseco, simbólico, permanente, e intangível, e o seu papel estratégico para o desenvolvimento e o fortalecimento do Brasil.

Quanto vale a luta, a coragem, a determinação, daqueles que, em nossa geração, foram para as ruas e para a prisão, e apanharam de cassetete e bombas de gás, para exigir a criação de uma empresa nacional voltada para a exploração de uma das maiores riquezas econômicas e estratégicas da época, em um momento em que todos diziam que não havia petróleo no Brasil, e que, se houvesse, não teríamos, atrasados e subdesenvolvidos que “somos”, condições técnicas de explorá-lo?

Quanto vale a formação, ao longo de décadas, de uma equipe de 86.000 funcionários, trabalhadores, técnicos e engenheiros, em um dos segmentos mais complexos da atuação humana?

Quanto vale a luta, o trabalho, a coragem, a determinação daqueles, que, não tendo achado petróleo em grande quantidade em terra, foram buscá-lo no mar, batendo sucessivos recordes de poços mais profundos do planeta; criaram soluções, “know-how”, conhecimento; transformaram a Petrobras na primeira referência no campo da exploração de petróleo a centenas, milhares de metros de profundidade; a dezenas, centenas de quilômetros da costa; e na mais premiada empresa da história da OTC – Offshore Technology Conferences, o “Oscar” tecnológico da exploração de petróleo em alto mar, que se realiza a cada dois anos, na cidade de Houston, no Texas, nos Estados Unidos?

Quanto vale a luta, a coragem, a determinação, daqueles que, ao longo da história da maior empresa brasileira — condição que ultrapassa em muito, seu eventual valor de “mercado” — enfrentaram todas as ameaças à sua desnacionalização, incluindo a ignominiosa tentativa de alterar seu nome, retirando-lhe a condição de brasileira, mudando-o para “Petrobrax”, durante a tragédia privatista e “entreguista” dos anos 1990?

Quanto vale uma companhia presente em 17 países, que provou o seu valor, na descoberta e exploração de óleo e gás, dos campos do Oriente Médio ao Mar Cáspio, da costa africana às águas norte-americanas do Golfo do México?

Quanto vale uma empresa que reuniu à sua volta, no Brasil, uma das maiores estruturas do mundo em Pesquisa e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, trazendo para cá os principais laboratórios, fora de seus países de origem, de algumas das mais avançadas empresas do planeta?

Por que enquanto virou moda — nas redes sociais e fora da internet — mostrar desprezo, ódio e descrédito pela Petrobras, as mais importantes empresas mundiais de tecnologia seguem acreditando nela, e querem desenvolver e desbravar, junto com a maior empresa brasileira, as novas fronteiras da tecnologia de exploração de óleo e gás em águas profundas?

Por que em novembro de 2014, há apenas pouco mais de três meses, portanto, a General Electric inaugurou, no Rio de Janeiro, com um investimento de 1 bilhão de reais, o seu Centro Global de Inovação, junto a outras empresas que já trouxeram seus principais laboratórios para perto da Petrobras, como a BG, a Schlumberger, a Halliburton, a FMC, aSiemens, a Baker Hughes, a Tenaris Confab, a EMC2 a V&M e a Statoil?

Quanto vale o fato de a Petrobras ser a maior empresa da América Latina, e a de maior lucro em 2013 — mais de 10 bilhões de dólares — enquanto a PEMEX mexicana, por exemplo, teve um prejuízo de mais de 12 bilhões de dólares no mesmo período?

Quanto vale o fato de a Petrobras ter ultrapassado, no terceiro trimestre de 2014, a EXXON norte-americana como a maior produtora de petróleo do mundo, entre as maiores companhias petrolíferas mundiais de capital aberto?

É preciso tomar cuidado com a desconstrução artificial, rasteira, e odiosa, da Petrobras e com a especulação com suas potenciais perdas no âmbito da corrupção, especulação esta que não é apenas econômica, mas também política.

A PETROBRAS teve um faturamento de 305 bilhões de reais em 2013, investe mais de 100 bilhões de reais por ano, opera uma frota de 326 navios, tem 35.000 quilômetros de dutos, mais de 17 bilhões de barris em reservas, 15 refinarias e 134 plataformas de produção de gás e de petróleo.

É óbvio que uma empresa de energia com essa dimensão e complexidade, que, além dessas áreas, atua também com termoeletricidade, biodiesel, fertilizantes e etanol, só poderia lançar em balanço eventuais prejuízos com o desvio de recursos por corrupção, à medida que esses desvios ou prejuízos fossem “quantificados” sem sombra de dúvida, para depois ser — como diz o “mercado” — “precificados”, um por um, e não por atacado, com números aleatórios, multiplicados até quase o infinito, como tem ocorrido até agora.

As cifras estratosféricas (de 10 a dezenas de bilhões de reais), que contrastam com o dinheiro efetivamente descoberto e desviado para o exterior até agora, e enchem a boca de “analistas”, ao falar dos prejuízos, sem citar fatos ou documentos que as justifiquem, lembram o caso do “Mensalão”.

Naquela época, adversários dos envolvidos cansaram-se de repetir, na imprensa e fora dela, ao longo de meses a fio, tratar-se a denúncia de Roberto Jefferson, depois de ter um apaniguado filmado roubando nos Correios, de o “maior escândalo da história da República”, bordão esse que voltou a ser utilizado maciçamente, agora, no caso da Petrobras.

Em dezembro de 2014, um estudo feito pelo instituto Avante Brasil, que, com certeza não defende a “situação”, levantou os 31 maiores escândalos de corrupção dos últimos 20 anos.

Nesse estudo, o “mensalão” — o nacional, não o “mineiro” — acabou ficando em décimo-oitavo lugar no ranking, tendo envolvido menos da metade dos recursos do “trensalão” tucano de São Paulo e uma parcela duzentas menor que a cifra relacionada ao escândalo do Banestado, ocorrido durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso, que, em primeiríssimo lugar, envolveu, segundo o levantamento, em valores atualizados, aproximadamente 60 bilhões de reais.

E ninguém, absolutamente ninguém, que dizia ser o mensalão o maior dos escândalos da história do Brasil, tomou a iniciativa de tocar, sequer, no tema — apesar do “doleiro” do caso Petrobras, Alberto Youssef, ser o mesmo do caso Banestado — até agora.

Os problemas derivados da queda da cotação do preço internacional do petróleo não são de responsabilidade da Petrobras e afetam igualmente suas principais concorrentes.

Eles advém da decisão tomada pela Arábia Saudita de tentar quebrar a indústria de extração de óleo de xisto nos Estados Unidos, aumentando a oferta saudita e diminuindo a cotação do produto no mercado global.

Como o petróleo extraído pela Petrobras destina-se à produção de combustíveis para o próprio mercado brasileiro, que deve aumentar com a entrada em produção de novas refinarias, como a Abreu e Lima; ou para a “troca” por petróleo de outra graduação, com outros países, a empresa deverá ser menos prejudicada por esse processo.

A produção de petróleo da companhia está aumentando, e também as descobertas, que já somam várias depois da eclosão do escândalo.

E, mesmo que houvesse prejuízo — e não há — na extração de petróleo do pré-sal, que já passa de 500.000 barris por dia, ainda assim valeria a pena para o país, pelo efeito multiplicador das atividades da empresa, que garante, com a política de conteúdo nacional mínimo, milhares de empregos qualificados na construção naval, na indústria de equipamentos, na siderurgia, na metalurgia, na tecnologia.

A Petrobras foi, é e será, com todos os seus problemas, um instrumento de fundamental importância estratégica para o desenvolvimento nacional, e especialmente para os estados onde tem maior atuação, como é o caso do Rio de Janeiro.

Em vez de acabar com ela, como muitos gostariam, o que o Brasil precisaria é ter duas, três, quatro, cinco Petrobras.

É necessário punir os ladrões que a assaltaram?

Ninguém duvida disso.

Mas é preciso lembrar, também, uma verdade cristalina.

A Petrobras não é apenas uma empresa.

Ela é uma Nação.

Um conceito.

Uma bandeira.

E por isso, seu valor é tão grande, incomensurável, insubstituível.

Esta é a crença que impulsiona os que a defendem.

E, sem dúvida alguma, também, a abjeta motivação que está por trás dos canalhas que pretendem destruí-la.