domingo, 31 de dezembro de 2017

Os corruptos por trás dos atos contra Dilma

Aécio Neves (PSDB), derrotado nas urnas em 2014 (e chamado de “Mineirim” na lista de propina da Odebrecht), foi delatado várias vezes por empreiteiros e executivos por receber propina e caixa dois ao partido, gravado em ligação pedindo 2 milhões de reais a um empresário e dizendo que mataria o próprio primo. Teve pedido de prisão solicitado pelo MP e rejeitado pelo senado federal, no qual tem grande influência. Alvo de vários inquéritos na lista de Edson Fachin, Aécio é quem tem o maior número de pedidos de investigação feitos pelo ministro STF. O político participou das manifestações que ajudaram Eduardo Cunha (PMDB) e Temer (PMDB) a derrubar a então presidenta eleita Dilma Rouseff.

Alckmin (PSDB) O atual presidente do PSDB, Alckmin, e o atual ministro do STF indicado por Temer, Alexandre de Morais (filiado ao PSDB na época), também ajudaram nas manifestações. Alckmin (chamado de “Santo”pela Odebrecht na lista de propina) é acusado de favorecimentos de empresas no cartel de trens de SP, roubo de merenda das crianças, recebimento de propina e caixa 2 pela Lava Jato (R$ 10,7 milhões) e recentemente foi delatado por empreiteiros e executivos que alegam ter pagado propina diretamente para ele para conseguir obras em seu governo.

3) Jair Bolsonaro (sem partido) Congressista há mais de 25 anos, o político também esteve nas manifestações. O tradicional político (que arrumou espaço para toda família no meio público) é acusado de enriquecimento ilícito e de ter empregado sua mulher e parentes dela na Câmara de Deputados.

4) Eduardo Cunha (PMDB) - Deputado foi preso logo após o impeachment e atualmente comanda boa parte das ações de Temer ainda da prisão de Curitiba por meio do político Marun (PMDB) (Ministro de Temer representante do Centrão), conhecido como braço direito de Cunha. O deputado aprovou durante sua atuação na Câmara as chamadas pautas bomba e travou o governo de Dilma no legislativo, junto aos políticos do PSDB e PMDB, articulou a saída da petista na casa. Durante as manifestações “contra a corrupção” e até hoje o político foi visto como amigo da “causa” pelo MBL e Vem Pra Rua.

5) José Serra (PSDB) - Apoiado pelo movimento “Vem Para Rua” em São Paulo, José Serra, se tornaria Ministro das Relações Exteriores no governo Temer. O político tucano é acusado nas delações “por recebimento de pagamentos irregulares nas campanhas de 2004 (R$ 2 milhões), 2006 (R$ 4 milhões), 2008 (R$ 3 milhões) e 2010 (R$ 23 milhões).” O peessedebista era chamado de “Careca” na lista de propina da Odebrecht.

6) Aloísio Nunes (PSDB) - Vice de Aécio na eleição de 2014, Aloísio Nunes, que se tornaria Ministro das Relações Exteriores no governo Temer, parece que também não aceitou o resultado das eleições e foi para rua. O político é acusado de “ter recebido R$ 500 mil em caixa dois na campanha para o Senado em 2010″. Ele ainda é “investigado na Lava Jato nas delações da UTC e no Trensalão dos tucanos em São Paulo.”

7) Senador Anastasia (PSDB) - O relator do impeachment no senado, Anastasia, braço direito de Aécio Neves em Minas Gerais, “foi citado nas delações pelo recebimento de R$ 7,3 milhões, em 2009 e 2010, a pretexto de doação eleitoral para campanha ao governo de Minas.”

8) Rodrigo Maia (DEM) - Maia (chamado de Botafogo na lista de propina da Odebrecht) veio a se tornar presidente da Câmara dos Deputados, substituindo Eduardo Cunha, durante o governo de Michel Temer (PMDB). “Citado nas delações porque teria recebido R$ 350 mil em campanha, em 2008, sem ser candidato, e outros R$ 100 mil para garantir aprovação da Medida Provisória do Refis, o atual presidente da Câmara Rodrigo Maia teria ainda solicitado em 2010, segundo as delações, R$ 600 mil para a campanha do pai, César Maia.” Botafogo recentemente foi citado como beneficiário de “caixa 3” pela Odebrecht.

9) Agripino (DEM) - “Com dois codinomes – “Gripado” e “Pino” -, José Agripino Maia do DEM é mais um político que também apareceu na Paulista em março contra Dilma e é acusado pela Odebrecht. Ele teria recebido R$ 1 milhão a pedido do seu amigo Aécio Neves.” O político fazia vários discursos na tribuna do congresso e seus vídeos eram viralizados por “movimentos” parceiros.

10) Cássio Cunha Lima (PSDB) - Ao lado de militante do “Vem Pra Rua”, “o tucano acusado de ter recebido R$ 800 mil não contabilizados (caixa dois) na campanha ao governo da Paraíba em 2014″, no senado, dizia que o Brasil não aguentava tanta corrupção do PT.

11) Caiado (DEM) - “A família do senador do DEM aparece no ranking “sujo” de trabalho análogo ao escravo, segundo o site Repórter Brasil. Ruralista, Ronaldo Caiado é um dos mais estridentes antipetistas no Parlamento e esteve nos protestos na Paulista. Ele também foi acusado em março de 2015 de receber propina do bicheiro Carlinhos Cachoeira em pelo menos três campanhas para a Câmara Federal: 2002, 2006 e 2010. O acusador foi seu ex-parceiro de partido na época, Demóstenes Torres.”

12) Paulinho da Força (Solidariedade) - “Citado nas delações porque teria recebido R$ 1 milhão de propina na campanha à Câmara em 2014, além de outros R$ 200 mil em espécie para a campanha de 2010, o fundador da Força Sindical, segunda maior central sindical do país, vinha ao menos desde 2015 defendendo a queda de Dilma em um discurso “contra a corrupção”. Ele ainda “teve os direitos políticos suspensos pela Justiça, por improbidade na utilização dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).”

13) Blairo Maggi (PMDB) - Presente na lista de inquérito de Fachin: “O pedido de instauração de inquérito acusa Maggi de ter recebido R$ 12 milhões na campanha para o governo de Mato Grosso no ano de 2006.” O político também ficou famoso após um avião ser pego pela PF com drogas após ter decolado de uma de suas fazendas.

14) Empresário Alexandre Accioly (amigo de Aécio) - “O empresário Alexandre Accioly, dono da academia Bodytech (que tem como sócios Bernadinho e Luciano Huck), aparece na delação da Odebrecht como (…) laranja de Aécio, ao fornecer uma conta fora do país para o tucano receber propina; (…) Pelo menos dois delatores da Odebrecht falaram da obra; em delação, Marcelo Odebrecht disse ter acertado um repasse de R$ 50 milhões para Aécio, em troca do apoio e da participação da Cemig e de Furnas no leilão de uma das usinas do Rio Madeira”.

15) Geddel (“Babel”), PMDB, e seu irmão Lúcio Vieira Lima “Bitelo” (PMDB) - “Os irmãos do PMDB Geddel Vieira Lima e Lúcio Vieira Lima participaram em família de manifestação em março de 2016. Com o apelido de “Babel”, o ex-ministro de Temer teria recebido R$ 5,8 milhões da empreiteira. Já o deputado “Bitelo” teria recebido R$ 1,9 milhão.” Já no governo Temer os irmãos se envolveram novamente no episódio de pedido de propina à JBS e malas de dinheiro no valor de 51 milhões de reais.

16) Paulo Skaf (PMDB) - “O chefão da FIESP é uma das estrelas da delação de Cláudio Melo Filho, da Odebrecht. Ele afirma que Michel Temer pediu, em 2014, R$ 10 milhões a Marcelo Odebrecht. Para o delator, o atual ministro Eliseu Padilha ficou responsável por receber R$ 4 milhões, sendo que os outros R$ 6 milhões dados a Paulo Skaf, candidato do PMDB ao governo do estado.” Skaf cedia a sede da FIESP aos manifestantes e chegou a financiar almoço e carros de som aos manifestantes, além de bonecos infláveis como o famoso PATO amarelo.

17) Antonio Imbassahy (PSDB) - “Antonio Imbassahy, delatado por um ex-diretor da Odebrecht: a empreiteira teria dado R$ 300 mil ao então deputado federal em troca de favores. Mesmo depois da denúncia, a carreira de Imbassahy seguiu normalmente: ele se tornou ministro da Secretaria de Governo de Michel Temer, em substituição a outro suspeito, Geddel Vieira Lima.”

18) Bruno Araújo (PSDB) - “Ele é suspeito de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro”. “O ministro do governo Temer é acusado por delatores de receber doação de R$ 600 mil não declarados em 2010 e 2012. Foi de Bruno Araújo o voto 342 na Câmara dos Deputados contra Dilma Rousseff — número necessário para abertura do processo de impeachment.”

19) Romero Jucá (PMDB) - Famoso pela célebre frase “Um grande acordo nacional, com o Supremo, com tudo.” Alvo de vários inquéritos,“um deles sobre recebimento de R$ 10 milhões para favorecer a Odebrecht na construção da usina de Santo Antônio, Jucá foi às ruas em março do ano passado pelo impeachment de Dilma Rousseff e “contra a corrupção”. Presidente do PMDB, o senador é o político que acumula, ao lado de Aécio Neves, o maior número de pedidos de investigações feitas por Fachin.” Segundo delatores da Odebrecht, “Jucá tinha o apelido de “Caju”, e centralizou a distribuição de pelo menos R$ 19 milhões dentro do PMDB”.

20) Wladimir Costa (Deputado – SDD-PA) - Wladimir Costa ficou famoso por estourar um “foguete” durante seu voto no Impeachment e por ter tatuado a foto de Temer em seu braço. “Costa foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) porque não prestou contas dos gastos em sua campanha e não informou a origem dos recursos.”

21) José Carlos Aleluia (DEM) - “Acusado de ter recebido R$ 300 mil em caixa dois em 2010 e R$ 280 mil em doação oficial, com contrapartidas, em 2014, Aleluia foi às ruas de Salvador, em 2015, contra a corrupção.” O seu apelido na lista de propina da Odebrecht era “Missa”.

22) Silas Malafaia - O pastor Silas Malafaia, da Associação Vitória em Cristo, foi alvo de um mandado de condução coercitiva no dia 16/12/2016, “pela Polícia Federal no âmbito da Operação Timóteo, que investiga um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral.” “Em 17 de fevereiro de 2017, a PF indiciou Silas Lima Malafaia por lavagem de dinheiro e corrupção. De acordo com a PF, o pastor “se locupletou com valores de origem ilícita””.

Fontes:





sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Promotor relembra estratégias de Maluf para se safar da Justiça

Sílvio Marques, do MP, investigou o político por 16 anos; entenda os escândalos em que o deputado federal se envolveu.

BBC BRASIL.com 20 DEZ2017 17h21 atualizado às 17h30

Após dezenas de depoimentos, quebras de sigilos de contas no Brasil e no exterior e intensos embates jurídicos que "pareciam não ter fim", o promotor paulista que investiga o deputado federal Paulo Maluf (PP) há 16 anos se diz satisfeito.

Foto: BBCBrasil.com

"A sensação é de dever cumprido", afirma Sílvio Marques, do Ministério Público de São Paulo. "Hoje nasce um novo lema: roubou, fez e foi preso".

Maluf, que se entregou à Polícia Federal nesta quarta-feira, acumula um extenso currículo de acusações e processos que incluem superfaturamento em obras de avenidas e túneis, fraude em compra de frango na Prefeitura de São Paulo e um processo por doar 25 fuscas para jogadores da Seleção Brasileira de 1970 com dinheiro público (veja detalhes abaixo).

Nesta terça, o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin determinou que Maluf comece a cumprir a pena de 7 anos, 9 meses e 10 dias em regime fechado por lavagem de dinheiro - um caso que teve início na mesa do promotor Marques, em São Paulo.

"Ele fez de tudo para atrasar, enrolar e empurrar (os processos) com a barriga", diz o promotor, que desvendou um esquema de caixa 2 e remessas para o exterior a partir do depoimento de um ex-diretor financeiro da empreiteira Mendes Jr., citado na decisão de Fachin.

Segundo o promotor Marques, Maluf recorreu a "truques jurídicos" para atrasar seu julgamento.

"A principal artimanha foi contestar insistentemente todos os laudos periciais feitos pelo Ministério Público de São Paulo. Ele queria anular nossos pareceres técnicos, sempre para ganhar tempo. Mas o Supremo não aceitou e disse que o nosso laudo estava correto", diz o promotor.

"Essa estratégia causa atrasos no julgamento dos processos, mas não só isso. Essas estratégias se estendem até a prescrição do caso. Maluf se livrou de vários processos por conta disso", diz Marques. No caso do processo avaliado por Fachin, um dos crimes investigados - de corrupção passiva - prescreveu antes que os magistrados pudessem sentenciá-lo.

Segundo as investigações de Marques e do colega José Carlos Blat, também do MP paulista, Maluf teria enviado pelo menos US$ 100 milhões (ou R$ 350 milhões) em remessas ilegais para o exterior, entre 2002 e 2004.

O ex-prefeito de São Paulo sempre negou todas as acusações.

Nesta quarta, o advogado Ricardo Torso, afirmou que pedirá à Justiça que Maluf seja transferido para a prisão domiciliar.

"Ele tem 86 anos, (pode) ficar em casa em domiciliar até o julgamento", disse. A defesa também afirmou que o político tem câncer de próstata. No fim da tarde de quarta-feira, Maluf seria transferido da carceragem da Polícia Federal em São Paulo para o Complexo Penitenciário da Papuda.
'Nunca mais votem em mim'

Filho de imigrantes libaneses, o empresário paulista é figura tradicional e controversa na política: foi governador biônico de São Paulo - nomeado pela ditadura -, prefeito da capital por duas vezes e deputado federal por quatro mandatos.

Em São Paulo, "doutor Paulo" costuma apontar para uma obra pública e comentar: "foi o Maluf que fez". Ele construiu, por exemplo, as marginais Tietê e Pinheiros, o túnel Ayrton Senna e o Minhocão, viaduto de mais de 3 km de extensão que degradou parte do centro de São Paulo.

Também colocou nome de parentes em obras viárias: o túnel Maria Maluf (sua mãe) e a avenida Salim Farah Maluf (seu pai).

Em 1996, quando deixava a prefeitura de São Paulo, Maluf era aprovado por 46% dos paulistanos, segundo pesquisa Datafolha da época. Na campanha para eleger Celso Pitta como sucessor, ele apelou para uma frase que depois seria lembrada por opositores: "Se Pitta não for um grande prefeito, nunca mais vote em mim".

Pitta venceu e chegou a ser afastado do cargo após denúncias de corrupção. Maluf nunca mais conseguiu se eleger para cargos do Executivo.

No entanto, as grandes polêmicas da carreira do deputado são acusações de corrupção. Ele já foi processado diversas vezes - em alguns casos, terminou condenado. No total, até esta quarta, havia ficado preso por 40 dias - entre 10 de setembro e 20 de outubro de 2005.

A BBC listou alguns dos processos contra o deputado e as estratégias que ele usou para escapar de punições mais pesadas. Em alguns casos, ele se beneficiou da prescrição dos crimes ou de recursos que prolongaram os processos por décadas.

1 - Embargos infringentes

Em maio deste ano, após 17 anos do início das investigações, Paulo Maluf foi condenado à prisão e perda de mandato pela primeira turma do STF por lavagem de dinheiro.

Ele foi acusado de desviar milhões da construção da avenida Jornalista Roberto Marinho quando era prefeito de São Paulo (1993-1996).

Após a decisão do STF, os advogados entraram com embargos infringentes - quando a defesa questiona a decisão de um colegiado de magistrados.

Maluf pediu anulação do processo, alegando problemas na perícia técnica dos documentos que comprovariam a autoria do crime.

"A acusação era de corrupção e lavagem de dinheiro. Com essas estratégias de atraso, ele conseguiu se livrar da acusação de corrupção, que prescreveu", diz o promotor Marques.

Ainda assim, US$ 100 milhões que teriam sido desviados por Maluf para contas no exterior voltaram aos cofres de São Paulo a partir de convênios com Ministérios Públicos de países como EUA, Suíça, França, Jersey e Luxemburgo.

2 - Procurado pela Interpol e polícia francesa

Paulo Maluf também conseguiu se livrar de ser preso pela Interpol. Ele começou a ser procurado pela organização internacional em 2010, quando já ocupava o cargo de deputado federal.

O Ministério Público de Nova York acusa Maluf de lavar milhões nos Estados Unidos, montante que teria sido desviado da obra da avenida Jornalista Roberto Marinho.

Caso ele saísse do país, poderia ser preso pela Interpol. Desde 2008, Maluf não faz viagens internacionais.

Maluf também foi condenado pela Justiça francesa a três anos de prisão por lavagem de dinheiro - a defesa recorreu.

Segundo o promotor paulista, a nova Lei de Imigração, recentemente sancionada pelo presidente Michel Temer, permite que Maluf cumpra a pena aplicada pela justiça francesa em prisões brasileiras.

"Agora depende do Supremo Tribunal de Justiça, responsável por este tipo de caso, segundo a nova lei", diz Marques.

3 - Fuscas para a seleção

Em 1970, Maluf era prefeito e deu 25 fuscas para os jogadores da seleção brasileira de futebol que haviam acabado de vencer a Copa do Mundo. O presente foi comprado com dinheiro público, segundo a Justiça.

Quatro anos depois, ele foi condenado a devolver o dinheiro dos fuscas, mas recorreu da decisão. Em 1981, o STF confirmou a decisão, mas o político também recorreu por meio de embargos. Outra decisão só ocorreu em 1995 - 14 anos mais tarde - e Maluf venceu com um argumento técnico sobre o processo.

4 - Compra de frangos

Em 2010, Maluf foi condenado por improbidade administrativa em um processo sobre compra irregular de frangos para a prefeitura de São Paulo, em 1996. Ele foi condenado a devolver R$ 21 mil aos cofres municipais.

Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, houve superfaturamento na compra. O caso foi apelidado de "frangogate".

Depois de um recurso, o Tribunal de Justiça absolveu o deputado.

5 - Maluf se livra de ser ficha suja

Em 2014, após se eleger deputado federal mais uma vez, Maluf conseguiu se livrar da lei de Ficha Limpa que quase o impediu de assumir o mandato.

Antes, a Justiça eleitoral havia considerado o parlamentar ficha suja devido a sua condenação por superfaturamento na construção do túnel Ayrton Senna.

Porém, a maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou que, para ser ficha suja, era necessário que o parlamentar tivesse participado do esquema de forma dolosa.

Na primeira condenação, a Justiça paulista não afirmou que Maluf teve a intenção de participar do superfaturamento. Por isso, ele não foi barrado.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Para Datafolha, Lula transfere votos em caso de plano B nas eleições de 2018

17 de dezembro de 2017 por Blog do Esmael


Se o TRF-4 impedir o ex-presidente Lula no julgamento do próximo dia 24 de janeiro, em Porto Alegre, o petista tem poder de transferência de votos para o plano B nas eleições de 2018. A informação é do Datafolha.

O plano B do PT nas eleições do ano que vem é o senador paranaense Roberto Requião, hoje no PMDB, que faria uma “filiação democrática” no partido de Lula.

Lula lidera as pesquisas de intenções de voto em todos os cenários possíveis e, segundo as mais recentes sondagens, ele venceria a disputa já no primeiro turno.

De acordo com o Datafolha, quando o petista não está na disputa, ele consegue mobilizar metade dos brasileiros, que acenam com a possibilidade real de votar em um candidato indicado por Lula.

Sem o petista na corrida presidencial, também aumenta o índice dos que pretendem votar em branco ou anular cresce em pelo menos dez pontos percentuais, ou seja, é um eleitorado cativo que ainda pode ser mantido.

O Datafolha afirma que identificou um país dividido não em dois, como sugerem os dados isoladamente, mas em três grandes grupos:

1- O “Pró-Lula” que é composto por 38% do eleitorado cuja quase totalidade votaria no candidato indicado pelo ex-presidente.

2- O “Anti-Lula” soma 31% do eleitorado e está mais consolidado nas regiões Sul e Sudeste, diz o instituto.

3- O “eleitor-pêndulo” soma 31% do eleitorado, que reprova o governo federal e critica a precarização dos serviços públicos; eles se dividem entre as candidaturas de Jair Bolsonaro (PSC), Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT). Entretanto, ressalta o Datafolha, a taxa de rejeição de Lula nesse grupo é baixa e isso lhe garante a vitória nas simulações de segundo turno.

O Datafolha explica que os “eleitores-pêndulo” são aqueles que titubeiam mais em relação aos dois outros grupos.

sábado, 16 de dezembro de 2017

Paulistano faz lista com 23 marcos do primeiro ano de gestão de Dória


por Matheus Cardoso

• Instalou telas para esconder moradores de rua em grandes avenida da cidade. Alegou que não e foi desmentido pelos próprios funcionários da prefeitura.

• Declarou guerra contra a arte de rua e pintou painéis urbanos de cinza. Meses depois, disse que avaliou mal a questão e inaugurou painéis pela cidade.

• Visando o populismo, o prefeito se fantasiou de gari para iniciar o programa cidade Cidade Linda, que buscava ampliar os serviços de limpeza e zeladoria na cidade. Até dezembro, todos os índices de zeladoria apresentaram resultados piores que no ano anterior.

• Resolveu mudar o nome do Bom Retiro para “Little Seul”. Após críticas, alegou que o nome não seria mudado oficialmente.

• Desmantelou a Virada Cultural em 5 palcos em bairros diferentes. Ao descaracterizar e descentralizar o evento, que tinha a ideia de fazer as pessoas transitarem pelo centro de São Paulo ao se locomoverem entre as atrações, o evento registrou seu menor público desde a criação, em 2005.

• Em seu ato mais desastroso, visando acabar com a Cracolândia, João Dória promoveu uma ação de guerra contra civis. Com total desrespeito à dignidade e a existência humana, o prefeito usou de violência, demolição de um abrigo com pessoas dentro e pediu ao MP a internação compulsória de usuário de drogas. A ação espalhou os usuários de crack pela cidade e iniciou diversas “minicracolândias”.

• Semanas depois, João Dória anuncia o lançamento do projeto “Nova Luz”, que visa a demolição da arquitetura histórica de parte do centro para renovação e construção de modernos edifícios aos moldes da Berrini. O que justificaria a barbárie na Cracolândia.

• O prefeito mandou aplicar jatos d’água em moradores de rua. Ao ser questionado, o prefeito alegou “foi um descuido”.

• Tentou distribuir farinata ou “ração humana”, para a população carente. Ao ser duramente criticado pela adoção do “alimento”, João Dória alegou “o pobre tem fome, o pobre não tem hábito alimentar”. Ao ver a medida se transformar em publicidade negativa, o prefeito voltou atrás com o projeto.

• Durante grande parte do ano, viajou a outros estados para receber premiações em um esforço de pré-campanha presidencial. Ao ser criticado, alegou que consegue administrar a cidade pelo celular.

• Para mascarar números da gestão, a gestão Dória age para dificultar acesso a dados e viola Lei de Acesso à Informação. Secretário da Comunicação disse em gravação que vai “botar pra dificultar” pedidos de jornalistas.

• Com suas “doações”, a gestão Dória concedeu diversos “favores” aos doadores. Operou livremente a mão invisível do mercado. Um exemplo disso foram as doações de remédio próximos a validade, onde as empresas se livraram dos custos de descarte e ganharam R$66 milhões em isenções fiscais.

• Publicou um “showreel” da cidade e anunciou o maior programa de privatizações de São Paulo. O prefeito quer realizar 55 privatizações e PPPs leiloando São Paulo à iniciativa privada.

• Contrariando tendências mundiais, lançou o programa Marginal Segura que aumenta a velocidade máxima nas marginais Tietê e Pinheiro. O prefeito dificultou o acesso às informações públicas e não é possível obter informações concretas sobre o número de acidentes, mas foram registradas 20 mortes no período.

• Sem construir um único quilômetro de ciclovia, João Dória burocratizou o processo de ampliação da malha cicloviária. E em alguns pontos, removeu a ciclovia em prol de comerciantes que alegavam perder vagas de estacionamento em seus negócios. Só em 2017, foram 32 ciclistas mortos em São Paulo.

• Quer transformar as crianças da rede pública em mídia alternativa, colocando propaganda nos uniformes escolares. Após polêmica, anunciou que irá vetar a lei.

• Cortou a verba da saúde e com isso, paralisou as obras nos hospitais Brasilândia e Parelheiros, que atenderam parte da demanda das periferias norte e sul da cidade.

• Cortou o transporte escolar e disse aos pais para mudarem filhos de escola.

• Em uma posição autoritária, João Dória demitiu ou afastou diversos funcionários que fizeram declarações contrárias a suas decisões.

• Proibiu as crianças da rede pública de repetir as refeições, marcando a mão de quem já comeu com um carimbo.

• Ofereceu para a iniciativa privada a gestão de informação sobre o Bilhete Único, facilitando o monitoramento do direito de ir e vir do cidadão.

• Deixou cães e gatos sem comida no Centro de Controle de Zoonoses, por problemas de licitação. Alguns animais morreram de fome e outras doenças relacionadas à falta de alimentação.

• Cortou em mais da metade a verba do "Leve Leite", e com os ajustes deixou de fora do programa 690 mil crianças e adolescentes.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Médico lista 5 feitos históricos dos governos Lula e Dilma pela saúde


1- Criação do Samu - Em 2003 Lula criou o Serviço de Atendimento Médico de Urgência, o SAMU. Lula distribuiu 2.312 ambulâncias para 789 municípios e Dilma distribuiu mais 2.180 ambulâncias a 1000 municípios. Hoje o Samu atende 72% do território nacional. O atendimento rápido nos casos de urgência reduz o número de mortes e o tempo de internação no hospital.

http://www.conversaafiada.com.br/politica/2014/06/29/felipao-ainda-bem-que-tem-o-samu/

http://www.brasil247.com/pt/247/alagoas247/99557/Dilma-anuncia-26-mil-%C3%B4nibus-escolares-para-4-mil-munic%C3%ADpios.htm

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EDG75234-6009,00.html


2- Vacina Contra o HPV - No governo Dilma a vacina contra o HPV passou a ser distribuída gratuitamente pelo SUS. Na rede particular a vacina custa cerca de R$ 1.500,00. O HPV é o vírus que é responsável por 90% dos casos de câncer do colo do útero.

http://revistacrescer.globo.com/Criancas/Saude/noticia/2013/07/vacina-do-hpv-sera-oferecida-gratuitamente-no-brasil-para-meninas-entre-10-e-11-anos.html

https://ams.petrobras.com.br/portal/ams/beneficiario/ministerio-da-saude-amplia-faixa-etaria-da-vacina-contra-hpv.htm

http://drauziovarella.com.br/mulher-2/a-seguranca-da-vacina-contra-hpv/


3- Criação de 121 Novos Cursos de Medicina - Lula e Dilma criaram 121 novos cursos de medicina em Universidades Federais. Para se ter uma comparação, Aécio Neves, em oito anos como governador, não criou nenhum em Minas. FHC também não criou nenhum quando foi presidente.

http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/155172/Marina-em-Caruaru-vem-ver-como-Lula-e-Dilma-mudaram-a-vida-da-gente!.htm

http://www.valmirprascidelli.com.br/noticia/122


4- Lei do Câncer - Sancionada por Dilma a lei do câncer entrou em vigor em maio de 2013 e estabelece um prazo máximo de 60 dias para que pessoas com câncer iniciem o tratamento pelo SUS. Nesse período, que conta a partir da confirmação do diagnóstico e da inclusão dessas informações no prontuário médico, os pacientes devem passar por cirurgia ou iniciar as sessões de químio ou radioterapia, conforme a indicação de cada caso.

http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2013/05/lei-que-preve-tratamento-de-cancer-em-60-dias-vale-partir-desta-quinta.html


5- Mais Médicos - Até agosto de 2014, 14.462 médicos já estavam trabalhando em postos de saúde na periferia e em cidades pequenas, onde faltavam médicos. Mais de 50 milhões de brasileiros que não tinham acesso a um médico gratuito passaram a ter.

http://www.redebrasilatual.com.br/saude/2014/09/mais-medicos-atente-demanda-e-leva-medico-para-todos-distritos-indigenas-pela-1a-vez-2896.html

http://www.valor.com.br/politica/3598638/dilma-mais-medicos-supera-meta-e-ja-atende-50-milhoes-de-pessoas



5 NÃO SÃO SUFICIENTES? BÔNUS - FARMÁCIA POPULAR

Criado em 2004, programa conta com uma rede própria (governamental) de 534 farmácias, e uma rede conveniada de 12.499 drogarias privadas que oferecem medicamentos com 90% de desconto. O governo arca com os custos do remédio e a população paga apenas 10% do preço. A farmácia do povo também derrubou o alto preço dos medicamentos em farmácias particulares que passaram a ter uma concorrente cobrando preços baixíssimos.

http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/2010/10/farmacia-popular-de-lula-e-dilma.html

http://www.redefarmaciacentral.com.br/farmaciacentral/index.php?option=com_content&view=article&id=164:farmacia-popular


BÔNUS 2 - SAÚDE NÃO TEM PREÇO

Criado por Dilma, o programa oferece remédios gratuitos a pessoas que sofrem diversas doenças consideradas raras ou crônicas, como insuficiência renal crônica, hepatite viral B e C, osteoporose, problemas de crescimento, mal de Alzheimer, mal de Parkinson, mal de Gaucher, diabetes e hipertensão. Remédios caríssimos passaram a ser distribuídos gratuitamente pelo governo. Mais de 33 milhões de brasileiros são beneficiados.

http://www.agora.uol.com.br/dicas/100servicos/saude/lista_medicamentos_sus.shtml

http://www.brasil.gov.br/saude/2012/04/remedio-gratuito

* * *

Falta muito a ser feito para que a saúde pública no Brasil seja de fato boa. No entanto não podemos ignorar os avanços que tivemos entre 2003 e 2014 e nem esquecer de como era a situação da saúde pública antes do governo de Lula.


MAIS




por Thiago dos Reis com ajuda do doutor Euclides Rocha.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Os votos bolsonaros

1- Bolsonaro votou a favor da PEC 55
A PEC 55 – conhecida como #PECdoFimdoMundo – foi aprovada no ano passado. Essa emenda na constituição prevê o congelamento de investimentos do governo em saúde, educação, moradia, entre outras por 20 anos. Jair e Eduardo Bolsonaro chegaram a se manifestar contra a Lei mas no dia da votação mudaram de ideia e votaram a favor do governo o que revoltou seus seguidores.
A própria ONU lançou parecer contra a PEC 55, dizendo que ela irá esmagar os mais pobres e irá acabar com a saúde, educação e seguridade social no Brasil.

2- Bolsonaro votou a favor da Reforma Trabalhista
O voto de Bolsonaro e família a favor da Reforma trabalhista pode ser conferido aqui no G1.
A Reforma Trabalhista prevê entre outras medidas o aumento da jornada de trabalho de 44h para 48h semanais, o aumento do trabalho temporário de 90 para 120 dias, e a prevalência do negociado sobre o legislado. Isso significa que a CLT (legislado) não vale mais. O que vale é o que for negociado entre patrão e sindicato. É evidente para qualquer trabalhador que o trabalho que já tava difícil vai ficar ainda pior.
Além de outras perdas de direitos, retira a obrigatoriedade na prática do 13º salário, além da Organização dos Estados Americanos aceitar denúncia contra a reforma trabalhista por seus direitos que serão perdidos Leia aqui

3- Bolsonaro e a terceirização
O projeto de lei (PL 4302/98) aprovado permite a terceirização até da atividade-fim de uma empresa. Ou seja, uma escola poderá terceirizar não apenas o serviço de limpeza, mas até contratação de seus professores, por exemplo. Os operários e principalmente as operárias terceirizadas sabem como é terrível ser terceirizado: salários menores, piores condições de trabalho, menos direitos e benefícios, muitas vezes sem sindicato e um longo etc. Os terceirizados são trabalhadores precarizados, tratados como de 2ª divisão.
Apesar disso Jair Bolsonaro se absteve da votação. Abstenção é não votar a favor nem contra. Por que Jair Bolsonaro ficou em cima do muro numa lei que prejudica tanto o povo trabalhador? Acho que ele não quer perder a popularidade com a maioria dos trabalhadores que apoiam ele e nem com os empresários que financiam suas campanhas. Seu filho Eduardo Bolsonaro não hesitou: votou a favor da Lei.

domingo, 1 de outubro de 2017

Melão de São Caetano (ou Pepino Amargo), pelo Dr. Peter Liu

Melão de São Caetano, nome cientifica Momordica Charantia, popular pepino amargo, Bitter melon. Principais função medicinal: 1. Anti Diabetes: descobriu se existe um tipo de insulina P nesse planta tanto na sementes quando a fruta. por tanto abaixa açúcar no sangue. Bom para diabeticos. 2. Anti Câncer. mais eficiente contra câncer de glândula como câncer de mama, limfoma, e leucemia. Outro tipo de câncer por conta de redução de glicose. 3. Bom para acnes e melhora pele. diuretico. 4. Anti bacteriana. foi pesquisado efeito contra úlcera e H. Pyrori. 5. Pode ajudar emagrecimento. 6. Grávidas não pode consumir por efeito abortivo. 

Ref: A. paul, S. S. Raychanhuri, " Medicinal uses and molecular identification of two momordica charantia varieties - a review", Eletronic Journl of Biology, 2010, vol 6(2), 43-51. link desse artigo: http://ejbio.imedpub.com/medicinal-us... 

Mais informações no site Medicina Oriental Https://m.facebook.com/saudezen Agente sua consulta: Medicina Oriental Rua Ferreira de Almeida 92 Jd Guanabara, Campinas, SP Telefone: (019) 3305-6000 WhatsApp (019)984106241 

Dr. Peter Liu é o maior especialista de acupuntura e medicina Chinesa. Trata as dores músculares, neuropatias, articulações, fibromialgia, dor de coluna, neuroplastia para paralizados. Doenças como diabetes, pressão alto, tireoides. intestinais. Doenças como fobias, traumas, depressão. Doenças graves como câncer, tem acompanhamento. Dr. Liu trata seu corpo, mente e alma.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Lista de palavras que já estão aportuguesadas

Senado Federal 11/10/2012 - 17h05 | Atualizado em 17/11/2015 - 18h00

Prefira a forma aportuguesada em:

balé
basquete
boxe
bufê
caratê
champanhe
chique
clipe
comércio eletrônico
conhaque
críquete
currículo
fac-símile, fac-símiles
fôlder, fôlderes
gangue
golfe
hambúrguer, hambúrgueres
handebol
jetom
pingue-pongue
piquenique
pôquer
portfólio
pôster, pôsteres
premiê
quórum
ringue
surfe
sutiã
tarô
uísque
vôlei
xampu

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Moro merece presunção de Inocência?

Antônio Carlos de Almeida Castro Kakay

É claro que temos que dar ao Moro e aos Procuradores a presunção de inocência, o que este juiz e estes procuradores não fariam, mas é interessante notar e anotar algumas questões:

1- O juiz diz que não se deve dar valor à palavra de um “acusado”, opa, isto é rigorosamente o que ele faz ao longo de toda a operação!

2- O juiz confirma que sua esposa participou de um escritório com o seu amigo Zucolotto, mas sem “comunhão de trabalho ou de honorários”. Este fato seria certamente usado pelo juiz da 13 vara como forte indício suficiente para uma prisão contra um investigado qualquer. Seria presumida a responsabilidade, e o juiz iria ridicularizar esta linha de defesa.

3- A afirmação de que 2 procuradores enviaram por email uma proposta nos mesmos termos da que o advogado, padrinho de casamento do juiz e sócio da esposa do juiz, seria certamente aceita como mais do que indício, mas como uma prova contundente da relação do advogado com a força tarefa.

4- O fato do juiz ter entrado em contato diretamente com o advogado Zucolatto, seu padrinho de casamento, para enviar uma resposta à Folha, ou seja combinar uma resposta a jornalista, seria interpretado como obstrução de justiça, com prisão preventiva decretada com certeza.

5- A negativa do tal procurador Carlos Fernando de que o advogado Zucolatto , embora conste na procuração, não é seu advogado mas sim um outro nome da procuração, seria ridicularizada e aceita como motivo para uma busca e apreensão no escritório de advocacia.

6- O tal Zucolatto diz que trabalha com a banca Tacla Duran, mas que conhece só Flávia e nem sabia que Rodrigo seria sócio, o que, se fosse analisada tal afirmação pelo juiz da 13 vara certamente daria ensejo a condução coercitiva.

7- E o fato simples da advogada ser também advogada da Odebrecth seria usado como indício de participação na operação.

8- A foto apresentada, claro, seria usada como prova.

9-A negativa de Zucolatto que afirma não ter o aplicativo no seu celular seria fundamento para busca e apreensão do aparelho .

10- Enfim , a afirmação de que o pagamento deveria ser em espécie, não precisaria ter prova, pois o próprio juiz admitiu ontem numa palestra, que a condenação pode ser feita sem sequer precisar do ato de ofício, sem nenhuma comprovação.

Conclusão: Ou seja, embora exista, em tese, a hipótese destes fatos serem falsos o que nos resta perguntar é como eles seriam usados pela República do Parana? Se o tal Dalagnol não usaria a imprensa e a rede social para expor estes fortes “indícios” que se entrelaçam na visão punitiva. Devemos continuar dando a eles a presunção de inocência, mesmo sabendo que eles agiriam de outra forma.

Como diz o poeta “a vida dá, nega e tira”, um dia os arbitrários provarão do seu próprio veneno.

domingo, 7 de maio de 2017

O caso das APAEs, os Arns e a esposa de Sérgio Moro


SAB, 29/04/2017 - 12:56  ATUALIZADO EM 03/05/2017 - 17:20


Circula na Internet um vídeo editado de palestra que proferi no mês passado em um evento em São Paulo. O vídeo é fiel ao que eu disse. Mas o título e o texto podem induzir a conclusões taxativas que não fiz ou passar a ideia de que o vídeo faz parte dessas guerrilhas que ocorrem periodicamente em redes sociais. As informações foram divulgadas em 2014 e 2015. Estão sendo agitadas agora.

O trecho em questão faz parte de um seminário no mês passado, do qual participei com a colega Helena Chagas

Limitei-me a apontar indícios, indícios fortes, sem dúvida, que merecem ser investigados, mas não acusações frontais.

Aqui, o que falei sobre o tema, não editado.


A história é a seguinte.

Historicamente, as APAEs (Associações de País e Amigos de Excepcionais) fizeram-se contando, na ponta, com cidadãos bem intencionados, mas passando a trabalhar com recursos públicos, sem prestar contas para os órgãos formais de controle.

Essas liberalidades abriram espaço para desvios e uma utilização política da estrutura das APAEs, através da Confederação e das Federações estaduais de APAEs, incluindo a do Paraná.

Na sua gestão, o ex-Ministro da Educação Fernando Haddad decidiu assumir a tese da educação inclusiva – segundo a qual, o melhor local para desenvolvimento de crianças com necessidades especiais seria as escolas convencionais, convivendo com crianças sem problemas.

Sabendo da resistência que seria feita pelas APAEs – já que a segregação de crianças com deficiência, apesar de tão anacrônica quanto os antigos asilos para tuberculoses, é o seu negócio – Haddad pensou em um modelo de dupla matrícula: a escola pública que acolhesse um aluno com deficiência receberia 1,3 vezes o valor original da matrícula; e uma segunda matrícula de 1,3 se houvesse um projeto pedagógico específico para aquela criança. Imaginava-se que essa parcela seria destinada à APAE de cada cidade, atraindo-a para os esforços de educação inclusiva.

As APAEs mais sérias, como a de São Paulo, aderiram rapidamente ao projeto, sabendo que a educação inclusiva é pedagogicamente muito superior ao confinamento das pessoas, tratadas como animais.

O jogo das Federações de APAES foi escandaloso. Trataram de pressionar o Congresso para elas próprias ficarem com as duas matrículas, preservando o modelo original.

O ápice desse jogo é a proposta do inacreditável senador Romário, nesses tempos de leilão escancarado de recursos públicos, visando canalizar para as APAEs e Institutos Pestalozzi todos os recursos da educação inclusiva.

É um jogo tão pesado que, na época da votação do Plano Nacional da Educação, a própria Dilma Rousseff pressionou senadores a abrandar a Meta 4, que tratava justamente da educação inclusiva, com receio de que as APAEs do Paraná boicotassem a candidatura da então Ministra-Chefe da Casa Civil Gleise Hoffmann.

O caso do Paraná

Comecei a acompanhar o tema através da procuradora da República Eugênia Gonzaga, uma das pioneiras da luta pela educação inclusiva.

Em 2002, Eugenia levantou princípios constitucionais - do direito à educação - para forçar o poder público a preparar a rede para crianças com deficiência. Na ocasião, foi alvo de 3.500 ações judiciais de APAEs de todo o país.

No auge da pressão política das APAEs, ainda no governo Dilma, decidi investigar o tema.

As APAEs tem dois lobistas temíveis. A face "boa" é a do ex-senador Flávio Arns, do Paraná; a agressiva de Eduardo Barbosa, mineiro, ex-presidente da Federação das APAEs, que pavimentou sua carreira política com recursos das APAEs.

Uma consulta ao site da Secretaria da Educação do Paraná confirmou o extraordinário poder de lobby das APAEs. O então Secretário de Educação Flávio Arns direcionou R$ 450 milhões do estado para as APAEs, com o objetivo de enfrentar a melhoria do ensino inclusivo da rede federal.

No próprio site havia uma relação de APAEs. Escolhi aleatoriamente uma delas, Nova Califórnia.

Indo ao seu site constatei que tinha um clube social, com capacidade para 2.500 ou 4.500 pessoas; uma escola particular. Tudo em cima das isenções fiscais e dos repasses públicos dos governos federal e estadual.

O argumento era o de que o clube era local para os professores poderem confraternizar com a comunidade; e a escola privada para permitir aos alunos com necessidades especiais conviverem com os demais.

Telefonei para a escola. Não havia ninguém da direção. Atendeu uma senhora da cozinha. Indaguei como era o contato dos alunos com deficiência e os da escola convencional. Respondeu-me que havia um encontro entre eles, uma vez por ano.

A república dos Arns

As matérias sobre as APAEs, especialmente sobre o caso Paraná, tiveram desdobramentos. Um dos comentários postados mencionava o controle das ações das APAEs do estado pelo escritório de um sobrinho de Flávio, Marlus Arns.

Entrei no site do Tribunal de Justiça. Praticamente toda a ação envolvendo as APAEs tinha na defesa o escritório de Marlus.

Uma pesquisa pelo Google mostrou um advogado polêmico, envolvido em rolos políticos com a Copel e outras estatais paranaenses, obviamente graças à influência política do seu tio Flávio Arns.

Quando a Lava Jato ganha corpo, as notícias da época falavam da esposa de Sérgio Moro. E foi divulgada a informação de que pertencia ao jurídico da Federação das APAEs do estado.

Por si, não significava nada.

No entanto, logo depois veio a dica de um curso de direito à distância, de propriedade de outro sobrinho de Flávio Arns, irmão de Marlus, o Cursos Online Luiz Carlos (http://www.cursoluizcarlos.com.br).. No corpo docente do cursinho, pelo menos um da força tarefa da Lava Jato.

Finalmente, quando Beatriz Catta Preta desistiu de participar dos acordos de delação, um novo elo apareceu. Até hoje não se sabe o que levou Catta Preta a ser tão bem sucedida nesse mercado milionário. Nem o que a levou a sair do Brasil.Mas, saindo, seu lugar passou a ser ocupado justamente por Marlus Arns que, pouco tempo antes, escrevera artigos condenando o instituto da delação premiada.

São esses os elementos de que disponho.

Recentemente, fui convidado pela Polícia Federal para um depoimento em um inquérito que apura um suposto dossiê criado pela inteligência da PF supostamente para detonar com a Lava Jato – conforme acusações veiculadas pela Veja.

Fui informado sobre o dossiê na hora do depoimento. Indagaram se eu tinha tomado conhecimento das informações.

Informei que o dossiê tinha se limitado a reproduzir os artigos que escrevi acerca da República dos Arns.


domingo, 16 de abril de 2017

Temer revela motivo que levou Cunha a abrir impeachment de Dilma

Em entrevista, presidente admitiu que o ex-presidente da Câmara iniciou processo de impedimento após petistas votarem contra ele em Conselho de Ética

© Marcos Corrêa/PR

O presidente Michel Temer admitiu, em entrevista à TV Bandeirantes, o motivo que levou o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a iniciar o processo de impeachment contra Dilma Rousseff.
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Segundo Temer, Cunha insurgiu contra Dilma porque os três petistas do Conselho de Ética que o julgou por cerca de dez meses – Léo de Brito (PT-AC), Valmir Prascidelli (PT-SP) e Zé Geraldo (PT-PA) – não aceitaram votar pela sua absolvição.

“Ele [Cunha], na verdade… Até vou contar um episódio aqui, que foi o seguinte…”, disse Temer, mudando de assunto. “Em uma ocasião, ele foi me procurar – e isso era umas duas horas da tarde, mais ou menos – dizendo: ‘Olha, eu hoje vou arquivar todos os pedidos de impeachment da presidente – e eram dez ou 12 pedidos –, porque prometeram-me os três votos do PT no Conselho de Ética’. Eu disse: ‘Ora, que bom. Muito bom. Assim acaba com esse história de você estar na oposição, etc. Até porque, convenhamos, eu sou o vice-presidente da República, do PMDB, e fica muito mal essa situação de você, a todo momento, estar se posicionando como oposicionista".

“Naquele dia, curiosamente, tinha uma reunião dos governadores com a então senhora presidente Dilma Rousseff. Eu fui ao Palácio da Alvorada, onde se daria a reunião, e ela estava na biblioteca. Eu fui até a biblioteca e disse: ‘Presidente, pode ficar tranquila porque o presidente [da Câmara] Eduardo Cunha me disse, agora, que vai arquivar todos os processos de impedimento’. Ela disse: ‘Ô, que coisa boa.’ Até, convenhamos, ela foi muito tranquila para a reunião com os governadores. Pois bem. No dia seguinte, eu vejo logo o noticiário dizendo que o presidente do partido – o PT, naturalmente – e os três membros do PT se insurgiam contra aquela fala e votariam contra [Cunha]. Quando foi três horas da tarde, mais ou menos, ele me ligou dizendo: ‘Olha, tudo aquilo que eu disse não vale, porque agora eu vou chamar a imprensa e dar início ao processo de impedimento. Então, veja que coisa curiosa: se o PT tivesse votado nele naquela comissão de ética, é muito provável que a senhora presidente continuasse [no mandato]’”, completou presidente.

Durante a entrevista, Temer reiterou a ideia de que não que não atuou nos bastidores para derrubar a ex-presidente.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Conheça os ministros de Temer citados na lista de Fachin

Ministro determinou abertura de inquérito contra políticos nesta terça-feira

O ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, determinou abertura de inquérito contra nove ministros da gestão de Michel Temer e, ainda, contra 29 senadores e 42 deputados federais nesta terça-feira (11).

De acordo com o Jornal de O Estado de S. Paulo, entre os investigados estão os presidentes da Câmara e do Senado. Os nomes surgiram em decorrência das delações de executivos da empreiteira Odebrecht. 

Fachin acolheu o pedido de Rodrigo Janot e tirou o sigilo das delações. “Percebe-se, nesse cenário, que a própria Constituição, em antecipado juízo de ponderação iluminado pelos ideais democráticos e republicanos, no campo dos atos jurisdicionais, prestigia o interesse público à informação”, ressaltou o ministro.

Confira abaixo a lista de ministros que serão investigados

Eliseu Padilha/PMDB  (Casa Civil)

Gilberto Kassab/PSD (Ciência e Tecnologia)

Moreira Franco/PMDB (Secretaria-Geral da Presidência)

Roberto Freire/PPS (Cultura)

Bruno Cavalcanti de Araújo/PSDB (Cidades)

Aloysio Nunes Ferreira/PSDB (Relações Exteriores)

Marcos Antônio Pereira/PRB (Indústria, Comércio Exterior e Indústria)

Helder Barbalho/PMDB (Integração Nacional)

Blairo Maggi/PPS/PR/PP (Agricultura, Pecuária e Abastecimento)

Vital do Rego Filho/PMDB (Ministro do TCU)

sexta-feira, 24 de março de 2017

O péssimo hábito de não saber ouvir

Publicado por CdB em: 24/03/2017

O que se precisa é de um partido político que assuma um projeto, que mantenha atualizado um programa. Que saiba que o poder emana do povo e que é com esse povo que se deve, obrigatoriamente dialogar. Isso é, falar e ouvir

Por Maria Fernanda Arruda – do Rio de Janeiro

O golpe de 1964 foi planejado por muitos, tomado o cuidado de deixar-se à conta dos militares a façanha inglória. Mas o golpe foi político, tramado com a orientação e o financiamento das elites nacionais. A partir do momento em que a conspiração tomou corpo, foi necessário criar novos instrumentos. Monta-se um esquema de marketing político. Em 1961 foi criado o IPES – Instituto de Pesquisas Sociais, iniciativa de um grupo de empresários. O IPES elaborou o seu discurso, pretendendo que ele estivesse baseado em dois documentos contemporâneos: a encíclica Mater et Magistra e o programa da “Aliança para o Progresso”.

Maria Fernanda Arruda é colunista do Correio do Brasil, sempre às sextas-feiras

Apresentava-se como agremiação sem cores partidárias, com finalidades educacionais e cívicas, pretendendo defender a democracia, contra os extremos de direita e de esquerda. O IPES mostrava-se defensor de reformas, o que implicou em considerável número de estudos e projetos, preparados com a colaboração de intelectuais e técnicos. Foram assinados convênios com a Pontifícia Universidade Católica, em São Paulo, em Campinas e depois no Rio de Janeiro. Criou-se o GPE – Grupo de Publicações/Editorial, com a participação de Wilson Figueiredo, Augusto Frederico Schmidt, Odylo Costa Filho e Raquel de Queiroz.

Arquitetura organizada

As suas publicações contavam com apoio de editoras como O Cruzeiro, Agir, Saraiva e Editora Nacional. Formou-se ainda o GOP – Grupo de Opinião Pública, com Jose Sette Câmara e Augusto Frederico Schmidt, secretariados por Nelida Piñon. A programação de cursos e seminários, que teria sido idealizada por Golbery do Couto e Silva, obteve repercussão e sucesso. Houve grande empenho para que ela se apresentasse como esforço competente para compreensão da realidade brasileira. Por isso mesmo, contou com a colaboração de intelectuais de diversas tendências.

Convencidos de que, em 1985, a Democracia nos fora devolvida, três anos depois fazendo-se a “Constituição Cidadã”, caminhamos livres, sem lenço nem documento. O presidente metalúrgico dava ao Brasil o otimismo dos que podiam comer e estudar. Caminhávamos distraídos, dispostos a não enxergar os sinais, prontos à satisfação daquele slogan: “nunca antes, na história desse país …”. E, no entanto, novamente foi se compondo uma arquitetura muito bem planejada, organizada, composta e operada por homens de importância maior.

Doações ao golpe

Em 2005 foi criado o Instituto Millenium, propondo-se a disseminar uma visão de mundo baseada no liberalismo econômico (ou uma visão de “direita moderna”). Conta com o apoio de importantes grupos empresariais e meios de comunicação de massa. Busca influenciar a sociedade brasileira através da divulgação das ideias de seus representantes, especialistas e colunistas. O que foi criado: um partido político, acima dos demais, sem qualquer respeito ao Estado de Direito e à Constituição.

Reconhecido legalmente como instituição de interesse público, o Instituto Millenium tornou-se apto à “receber doações dedutíveis de Imposto de Renda de pessoas jurídicas de até 2%”. Enquanto os que são reconhecidos formalmente como partidos políticos não podem mais receber doações de pessoas jurídicas, esse super-partido é sustentado por doações da Rede Globo, Grupo Abril, Grupo OESP, a ABERT, por grupos industriais, como Gerdau e Suzano.

Saber ouvir

O Millenium chegou para tentar sustentar teoricamente a luta dos que ainda defendem o neoliberalismo à brasileira. Não lembra o IPES e o IBAD por acaso. O Millenium acompanha uma tradição golpista existente no Brasil. Uma tradição golpista da nossa velha mídia inclusive. Não aceita, não engole um governo que, pela via democrática, e com parâmetros distintos do neoliberalismo, estava mudando o Brasil. E faz de tudo para derrotar esse projeto.

Conta com a orientação de homens como: Alexandre Schwartsman, Armínio Fraga, Gustavo Franco, Ives Gandra, João Roberto Marinho, Jorge Gerdau Johannpeter, Ricardo Diniz, entre vários outros. O gestor do Fundo Patrimonial é ninguém menos do que Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, no segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, mas ao seu lado está Henrique Meirelles.

Entre os “membros convidados”: Ali Kamel, André Franco Montoro Filho, Carlos Alberto Di Franco e Carlos Alberto Sardenberg. Ainda, Cláudia Costin, Eugênio Bucci, Demétrio Magnoli, Denis Rosenfield, Guilherme Fiúza, Gustavo Franco, José Padilha, José Roberto Guzzo. Mailson da Nóbrega, Marcos Cintra, Merval Pereira, Nelson Motta,Paulo Brossard e Pedro Malan. Especialistas colaboradores: Arnaldo Niskier, Bolivar Lamounier, Hélio Beltrão, Jose Neumanne Pinto, José Álvaro Moisés, Leôncio Martins Rodrigues, Roberto Da Matta. Ainda, Rodrigo Constantino, Rolf Kuntz e Salomon Schwartzman. Este último possui notória competência junto ao sistema financeiro.

‘Tíbia, acorvadada’

E os empresários souberam agir, de forma coordenada, assumindo o controle absoluto dos meios de comunicação, de pressão e de exercício do lobby. Controlam o Poder Executivo, o Congresso Nacional e o Poder Judiciário. Seguem assentados nas poltronas confortáveis do Supremo Tribunal Federal. Manipulam o Tribunal Superior Eleitoral, com a figura lastimável de Gilmar Mendes. E transformaram o Tribunal de Contas da União em câmara de uma nova Santa Inquisição.

A tentativa de regulação da mídia, quando foi feita, foi tímida e reservada. Não se discute conteúdo. O que se discute então? Agora, quem sabe, o tamanho do fracasso do PT será o alvo da discussão. O poder de fogo concentrado pelo Instituto Millenium foi, hoje se constata, um desperdício. Poderia ter sido menor, diante da fraqueza tíbia, acovardada, de um Poder Executivo que se desejava derrubar. Não demonstrou competência e nem mesmo vontade de sustentar-se. Culpemos os outros, os que impediram Dilma Rousseff de governar: eles tiveram vontade e competência para cometer o crime.

E uma última observação: derrotado o PT, não foram as “esquerdas” as derrotadas. Nem Lula e nem o PT jamais foram forças de esquerda. Hoje, exatamente, o que se precisa é de um partido político que assuma um projeto, que mantenha atualizado um programa. Que saiba que o poder emana do povo e que é com esse povo que se deve, obrigatoriamente dialogar. Isso é, falar e ouvir.

Maria Fernanda Arruda é escritora, midiativista e colunista do Correio do Brasil.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Como votam os deputados para a terceirização ilimitada

Projeto de lei 4330/04 foi aprovado por 230 votos contra 203 e permite que empresas subcontratem para todos os setores

Em azul = deputados paulistas que votam não. Em vermelho = deputados paulistas que foram a favor da terceirização ilimitada. Fonte: CartaCapital

Parlamentar  UF Voto 


PSDB
Adérmis Marini SP Sim
Arthur Virgílio Bisneto AM Não
Betinho Gomes PE Não
Bruna Furlan SP Sim
Caio Narcio MG Sim
Célio Silveira GO Não
Daniel Coelho PE Não
Domingos Sávio MG Sim
Eduardo Barbosa MG Sim
Eduardo Cury SP Sim
Elizeu Dionizio MS Sim
Fábio Sousa GO Sim
Geovania de Sá SC Não
Geraldo Resende MS Sim
Giuseppe Vecci GO Sim
Guilherme Coelho PE Sim
Izalci Lucas DF Sim
Izaque Silva SP Não
João Gualberto BA Sim
Jutahy Junior BA Sim
Lobbe Neto SP Não
Luiz Carlos Hauly PR Sim
Mara Gabrilli SP Não
Marco Tebaldi SC Sim
Marcus Pestana MG Sim
Mariana Carvalho RO Não
Miguel Haddad SP Sim
Nelson Padovani PR Sim
Nilson Leitão MT Sim
Nilson Pinto PA Sim
Otávio Leite RJ Sim
Paulo Abi-Ackel MG Sim
Pedro Cunha Lima PB Sim
Pedro Vilela AL Não
Ricardo Trípoli SP Sim
Rocha AC Não
Rodrigo de Castro MG Sim
Rogério Marinho RN Sim
Shéridan RR Sim
Sílvio Torres SP Sim
Vanderlei Macris SP Sim
Vitor Lippi SP Sim
Yeda Crusius RS Sim
Total PSDB: 43 

PT
Adelmo Carneiro Leão MG Não
Afonso Florence BA Não
Ana Perugini SP Não
Andres Sanchez SP Não
Angelim AC Não
Arlindo Chinaglia SP Não
Assis Carvalho PI Não
Benedita da Silva RJ Não
Beto Faro PA Não
Bohn Gass RS Não
Caetano BA Não
Carlos Zarattini SP Não
Chico D Ângelo RJ Não
Décio Lima SC Não
Énio Verri PR Não
Givaldo Vieira ES Não
Helder Salomão ES Não
Henrique Fontana RS Não
João Daniel SE Não
José Airton Cirilo CE Não
José Guimarães CE Não
Leo de Brito AC Não
Leonardo Monteiro MG Não
Luiz Couto PB Não
Luiz Sérgio RJ Não
Luizianne Lins CE Não
Marco Maia RS Não
Marcon RS Não
Margarida Salomão MG Não
Maria do Rosário RS Não
Nelson Pellegrino BA Não
Nilto Tatto SP Não
Padre João MG Não
Patrus Ananias MG Não
Paulão AL Não
Paulo Pimenta RS Não
Paulo Teixeira SP Não
Pedro Uczai SC Não
Pepe Vargas RS Não
Reginaldo Lopes MG Não
Robinson Almeida BA Não
Rubens Otoni GO Não
Ságuas Moraes MT Não
Valmir Assunção BA Não
Valmir Prascidelli SP Não
Vander Loubet MS Não
Vicente Cândido SP Não
Vicentinho SP Não
Wadih Damous RJ Não
Waldenor Pereira BA Não
Zé Carlos MA Não
Zé Geraldo PA Não
Zeca Dirceu PR Não
Zeca do PT MS Não
Total PT: 54

PRB
Alan Rick AC Não
Antonio Bulhões SP Sim
Beto Mansur SP Sim
Carlos Gomes RS Sim
Celso Russomanno SP Sim
César Halum TO Sim
Cleber Verde MA Sim
Jhonatan de Jesus RR Sim
João Campos GO Sim
Jony Marcos SE Não
Lincoln Portela MG Não
Lindomar Garçon RO Sim
Marcelo Squassoni SP Sim
Márcio Marinho BA Sim
Pr. Luciano Braga BA Abstenção
Roberto Alves SP Sim
Roberto Sales RJ Sim
Ronaldo Martins CE Não
Sérgio Reis SP Sim
Silas Câmara AM Sim
Vinícius Carvalho SP Sim
Total PRB: 21

PR
Adelson Barreto SE Não
Alexandre Valle RJ Não
Alfredo Nascimento AM Não
Bilac Pinto MG Sim
Cabo Sabino CE Não
Cajar Nardes RS Sim
Capitão Augusto SP Sim
Christiane de Souza Yared PR Não
Delegado Edson Moreira MG Sim
Delegado Waldir GO Não
Edio Lopes RR Sim
Gorete Pereira CE Sim
João Carlos Bacelar BA Sim
José Carlos Araújo BA Sim
José Rocha BA Sim
Laerte Bessa DF Sim
Lúcio Vale PA Sim
Luiz Nishimori PR Sim
Magda Mofatto GO Sim
Marcelo Álvaro Antônio MG Sim
Marcelo Delaroli RJ Não
Márcio Alvino SP Sim
Miguel Lombardi SP Sim
Paulo Feijó RJ Sim
Paulo Freire SP Não
Remídio Monai RR Sim
Silas Freire PI Sim
Tiririca SP Não
Vicentinho Júnior TO Sim
Zenaide Maia RN Não
Total PR: 30

DEM
Abel Mesquita Jr. RR Sim
Alberto Fraga DF Sim
Alexandre Leite SP Sim
Carlos Melles MG Sim
Cláudio Cajado BA Sim
Eli Corrêa Filho SP Não
Elmar Nascimento BA Sim
Felipe Maia RN Sim
Francisco Floriano RJ Não
Hélio Leite PA Sim
Jorge Tadeu Mudalen SP Sim
José Carlos Aleluia BA Sim
Juscelino Filho MA Sim
Mandetta MS Não
Marcelo Aguiar SP Não
Marcos Rogério RO Não
Marcos Soares RJ Abstenção
Misael Varella MG Abstenção
Missionário José Olímpio SP Não
Osmar Bertoldi PR Sim
Pauderney Avelino AM Sim
Paulo Azi BA Sim
Professora Dorinha Seabra Rezende TO Não
Rodrigo Maia RJ Art. 17
Vaidon Oliveira CE Sim
Total DEM: 25

PV
Antonio Carlos Mendes Thame SP Sim
Evair Vieira de Melo ES Não
Evandro Gussi SP Sim
Leandre PR Não
Roberto de Lucena SP Não
Uldurico Junior BA Não
Total PV: 6 

PP
Adail Carneiro CE Sim
Afonso Hamm RS Não
Aguinaldo Ribeiro PB Sim
André Abdon AP Sim
Arthur Lira AL Sim
Beto Salame PA Não
Cacá Leão BA Sim
Conceição Sampaio AM Não
Dilceu Sperafico PR Sim
Dimas Fabiano MG Sim
Eduardo da Fonte PE Sim
Esperidião Amin SC Não
Ezequiel Fonseca MT Sim
Fausto Pinato SP Sim
Fernando Monteiro PE Sim
Franklin Lima MG Sim
Guilherme Mussi SP Sim
Hiran Gonçalves RR Sim
Iracema Portella PI Sim
Jerônimo Goergen RS Sim
Jorge Boeira SC Não
Júlio Lopes RJ Sim
Lázaro Botelho TO Sim
Luís Carlos Heinze RS Sim
Luiz Fernando Faria MG Sim
Maia Filho PI Sim
Marcus Vicente ES Sim
Mário Negromonte Jr. BA Sim
Nelson Meurer PR Sim
Paulo Henrique Lustosa CE Sim
Renato Andrade MG Sim
Renato Molling RS Sim
Renzo Braz MG Sim
Ricardo Izar SP Sim
Roberto Britto BA Sim
Ronaldo Carletto BA Sim
Rôney Nemer DF Não
Simão Sessim RJ Sim
Toninho Pinheiro MG Sim
Waldir Maranhão MA Não
Total PP: 40 

PSC
André Moura SE Sim
Arolde de Oliveira RJ Sim
Eduardo Bolsonaro SP Sim
Irmão Lazaro BA Não
Jair Bolsonaro RJ Abstenção
Júlia Marinho PA Sim
Pr. Marco Feliciano SP Abstenção
Professor Victório Galli MT Sim
Total PSC: 8 

PTN
Ademir Camilo MG Não
Alexandre Baldy GO Sim
Aluísio Mendes MA Sim
Antônio Jácome RN Abstenção
Bacelar BA Não
Carlos Henrique Gaguim TO Sim
Dr. Sinval Malheiros SP Sim
Ezequiel Teixeira RJ Sim
Francisco Chapadinha PA Sim
Jozi Araújo AP Sim
Luiz Carlos Ramos RJ Não
Renata Abreu SP Sim
Ricardo Teobaldo PE Sim
Total PTN: 13 

PPS
Alex Manente SP Não
Arnaldo Jordy PA Não
Arthur Oliveira Maia BA Sim
Carmen Zanotto SC Não
Eliziane Gama MA Não
Marcos Abrão GO Sim
Pollyana Gama SP Não
Rubens Bueno PR Sim
Total PPS: 8 

PSB
Adilton Sachetti MT Sim
Átila Lira PI Sim
César Messias AC Sim
Creuza Pereira PE Não
Danilo Cabral PE Não
Flavinho SP Não
George Hilton MG Não
Janete Capiberibe AP Não
José Reinaldo MA Sim
José Stédile RS Não
Júlio Delgado MG Não
Leopoldo Meyer PR Sim
Luciano Ducci PR Sim
Luiz Lauro Filho SP Sim
Maria Helena RR Sim
Marinaldo Rosendo PE Sim
Rafael Motta RN Não
Rodrigo Martins PI Sim
Severino Ninho PE Não
Tenente Lúcio MG Sim
Tereza Cristina MS Sim
Total PSB: 21 

PTB
Alex Canziani PR Sim
Arnaldo Faria de Sá SP Não
Benito Gama BA Sim
Deley RJ Não
Jorge Côrte Real PE Sim
Josué Bengtson PA Sim
Nelson Marquezelli SP Sim
Nilton Capixaba RO Sim
Paes Landim PI Sim
Pedro Fernandes MA Sim
Sabino Castelo Branco AM Sim
Sérgio Moraes RS Não
Wilson Filho PB Não
Zeca Cavalcanti PE Sim
Total PTB: 14 

PSOL
Chico Alencar RJ Não
Edmilson Rodrigues PA Não
Glauber Braga RJ Não
Ivan Valente SP Não
Jean Wyllys RJ Não
Luiza Erundina SP Não
Total PSOL: 6 

Solidariedade
Augusto Carvalho DF Não
Augusto Coutinho PE Sim
Áureo RJ Não
Benjamin Maranhão PB Sim
Carlos Manato ES Sim
Genecias Noronha CE Sim
Laércio Oliveira SE Sim
Lucas Vergilio GO Não
Major Olímpio SP Sim
Paulo Pereira da Silva SP Não
Wladimir Costa PA Sim
Zé Silva MG Não
Total Solidariedade: 12

PCdoB
Alice Portugal BA Não
Assis Melo RS Não
Chico Lopes CE Não
Daniel Almeida BA Não
Davidson Magalhães BA Não
Jandira Feghali RJ Não
Jô Moraes MG Não
Luciana Santos PE Não
Moisés Diniz AC Não
Orlando Silva SP Não
Professora Marcivania AP Não
Rubens Pereira Júnior MA Não
Total PCdoB: 12 

PSD
André de Paula PE Sim
Átila Lins AM Sim
César Souza SC Abstenção
Danrlei de Deus Hinterholz RS Sim
Diego Andrade MG Sim
Domingos Neto CE Sim
Edmar Arruda PR Sim
Evandro Roman PR Sim
Expedito Netto RO Não
Fábio Faria RN Sim
Fábio Mitidieri SE Não
Herculano Passos SP Sim
Heuler Cruvinel GO Não
Irajá Abreu TO Sim
João Paulo Kleinübing SC Sim
João Rodrigues SC Não
Joaquim Passarinho PA Sim
José Nunes BA Sim
Júlio Cesar PI Sim
Marcos Montes MG Sim
Marcos Reategui AP Sim
Paulo Magalhães BA Sim
Raquel Muniz MG Sim
Reinhold Stephanes PR Sim
Rogério Rosso DF Não
Rômulo Gouveia PB Sim
Sandro Alex PR Sim
Sérgio Brito BA Sim
Stefano Aguiar MG Não
Thiago Peixoto GO Sim
Victor Mendes MA Sim
Total PSD: 31 

PDT
Afonso Motta RS Não
André Figueiredo CE Não
Assis do Couto PR Não
Carlos Eduardo Cadoca PE Sim
Dagoberto Nogueira MS Não
Damião Feliciano PB Não
Félix Mendonça Júnior BA Não
Flávia Morais GO Não
Hissa Abrahão AM Não
Julião Amin Castro MA Não
Leônidas Cristino CE Não
Mário Heringer MG Não
Pompeo de Mattos RS Não
Sérgio Vidigal ES Não
Subtenente Gonzaga MG Não
Weverton Rocha MA Não
Wolney Queiroz PE Não
Total PDT: 17 

PEN
Junior Marreca MA Sim
Walney Rocha RJ Sim
Total PEN: 2 

PHS
Dr. Jorge Silva ES Não
Givaldo Carimbão AL Não
Marcelo Matos RJ Não
Pastor Eurico PE Sim
Total PHS: 4 

PMB
Weliton Prado MG Não
Total PMB: 1 

PMDB
Alceu Moreira RS Sim
André Amaral PB Sim
Aníbal Gomes CE Sim
Carlos Bezerra MT Sim
Celso Jacob RJ Abstenção
Celso Maldaner SC Sim
Celso Pansera RJ Não
Cícero Almeida AL Sim
Daniel Vilela GO Sim
Darcísio Perondi RS Sim
Fábio Ramalho MG Sim
Fábio Reis SE Não
Flaviano Melo AC Sim
Hermes Parcianello PR Não
Hildo Rocha MA Sim
Jarbas Vasconcelos PE Sim
Jéssica Sales AC Não
João Marcelo Souza MA Sim
Jones Martins RS Sim
José Fogaça RS Não
José Priante PA Sim
Josi Nunes TO Não
Laura Carneiro RJ Sim
Lelo Coimbra ES Sim
Leonardo Quintão MG Sim
Marco Antônio Cabral RJ Sim
Marinha Raupp RO Sim
Mauro Lopes MG Sim
Mauro Pereira RS Sim
Moses Rodrigues CE Não
Pedro Paulo RJ Sim
Rodrigo Pacheco MG Sim
Rogério Peninha Mendonça SC Sim
Saraiva Felipe MG Sim
Sérgio Souza PR Sim
Sérgio Zveiter RJ Sim
Simone Morgado PA Não
Soraya Santos RJ Sim
Valdir Colatto SC Sim
Valtenir Pereira MT Sim
Veneziano Vital do Rego PB Não
Walter Alves RN Não
Wilson Beserra RJ Sim
Zé Augusto Nalin RJ Sim
Total PMDB: 44 

PROS
Eros Biondini MG Não
Felipe Bornier RJ Sim
Odorico Monteiro CE Não
Ronaldo Fonseca DF Não
Toninho Wandscheer PR Sim
Total PROS: 5 

PRP
Nivaldo Albuquerque AL Sim
Total PRP: 1 

PSL
Alfredo Kaefer PR Sim
Dâmina Pereira MG Não
Total PSL: 2 

PTdoB
Cabo Daciolo RJ Não
Luis Tibé MG Sim
Rosinha da Adefal AL Sim
Sílvio Costa PE Não
Total PTdoB: 4 

REDE
Alessandro Molon RJ Não
Aliel Machado PR Não
João Derly RS Não
Miro Teixeira RJ Não
Total REDE: 4