domingo, 11 de dezembro de 2016

Inflação e metas de inflação no Brasil

Quadro inflacionário pelo IPCA cheio no período 1999-2015 (Wikipedia)

1999 = 9,52% (Teto da meta de 10%) - 1º ano do 2º governo FHC
2000 = 6,59% (Teto da meta de 8%) - 2º ano do 2º governo FHC
2001 = 7,67% (Teto da meta de 6%) - 3º ano do 2º governo FHC
2002 = 12,53% (Teto da meta de 5,5% )- 4º ano do 2º governo FHC
2003 = 9,3% (Teto da meta de 5,25%) - 1º ano do 1º governo Lula
2004 = 7,6% (Teto da meta de 8%) - 2º ano do 1º governo Lula
2005 = 5,69% (Teto da meta de 7%) - 3º ano do 1º governo Lula
2006 = 3,14% (Teto da meta de 6,5%) - 4º ano do 1º governo Lula
2007 = 4,46% (Teto da meta de 6,5%) - 1º ano do 2º governo Lula
2008 = 5,90% (Teto da meta de 6,5%) - 2º ano do 2º governo Lula
2009 = 4,31% (Teto da meta de 6,5%) - 3º ano do 2º governo Lula
2010 = 5,91% (Teto da meta de 6,5%) - 4º ano do 2º governo Lula
2011 = 6,50% (Teto da meta de 6,5%) - 1º ano do 1º governo Dilma
2012 = 5,84% (Teto da meta de 6,5%) - 2º ano do 1º governo Dilma
2013 = 5,91% (Teto da meta de 6,5%) - 3º ano do 1º governo Dilma
2014 = 6,41% (Teto da meta de 6,5%) - 4º ano do 1º governo Dilma
2015 = 10,67% (Teto da meta de 6,5%) - 1º ano do 2º governo Dilma

Moedas brasileiras

Até 1942: Real (Réis) - instituido no governo colonial
De 1942 a 1967: cruzeiro - instituído no governo Getúlio Vargas
De 1967 a 1970: cruzeiro novo - instituído no governo Castello Branco
De 1970 a 1986: cruzeiro -  instituído no governo Emílio Garrastazu Mécici
De 1986 a 1989: cruzado -  instituído no governo José Sarney
De 1989 a 1990: cruzado novo -  instituído no governo José Sarney
De 1990 a 1993: cruzeiro  -  instituído no governo Fernando Collor de Mello
De 1993 a 1994: cruzeiro real e Unidade Real de Valor (URV)  -  instituído no governo Itamar Franco
De 1994 até hoje: Real -  instituído no governo Itamar Franco

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Ministro do STF orientou Renan a não receber oficial de Justiça

Da coluna de Lauro Jardim no Globo:

Renan Calheiros conversou por telefone com um ministro do STF na segunda-feira, após saber que havia sido afastado por uma decisão liminar (provisória) de Marco Aurélio Mello.

Logo depois, ele conversou por telefone com outro ministro do STF. Foi este ministro que o orientou a não receber o oficial de Justiça.

Aliança Serra-Moro


sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Curitiba em Transe

Do Justificando, Curitiba em Transe, Sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Por Fuad Faraj, promotor de Justiça do Paraná


Os pretensos boys magia da Car Wash, na República de Curitiba, foram tragados por alguma espécie de histerismo paranoico diante de uma decisão tomada pela Câmara dos Deputados, em Brasília, que soterrou as desmedidas criadas e capitaneadas pelos magnânimos Redentoristas da Procuradoria da República. Travestido de projeto de iniciativa popular, as desmedidas apresentadas foram gestadas por longos meses no ventre de todos os Ministérios Públicos do Brasil, com utilização de expressivos recursos públicos.

Não me surpreenderia se tivéssemos a notícia de que palestras e assinaturas ao projeto fossem critérios de avaliação do estágio probatório dos que recém ingressaram na carreira. Não se aventa, portanto, iniciativa popular nas medidas que propalavam necessárias para o combate eficiente à corrupção. Tudo foi um sortilégio. A iniciativa do projeto de lei é de um ente estatal chamado Ministério Público, o qual usou toda a sua estrutura e poder de fogo para buscar assinaturas de cidadãos induzidos a erro pelo título do projeto. O título do projeto de lei vendia combate à corrupção, mas o conteúdo dava ao cidadão também opressão e violação de direitos fundamentais.

De cunho autoritário, algumas delas buscavam solapar em suas bases o estado democrático de direito para que se erigisse, em seu lugar, um estado policialesco gerido por integrantes de um ministério cada vezes menos público e cada vez mais corporativo, unido na sanha persecutória inspirada no segregacionismo, na parcialidade seletiva e no sectarismo social, ideológico e político.

O Projeto aprovado, e talvez deva ser essa a razão do ódio profundo que suas Excelências devotam ao parlamento integrado por deputados eleitos pelo voto popular, inclui responsabilização criminal para promotores e juízes, entre outros atos, por atos ilícitos por eles praticados, antes “punidos” apenas na seara disciplinar. Com arroubos próprios de primas-donas descompensadas, sem qualquer razoabilidade, “ameaçaram” renunciar caso o projeto legislativo seja sancionado pelo Presidente. Um motim praticado por altos servidores públicos, integrantes de uma Carreira de Estado, que estão no topo da pirâmide da remuneração estatal. Este disparate dos Procuradores da República, junto com todo conjunto da obra, é algo inominável.

Queriam acaso poder violar, sem punição alguma, a Constituição e todas as leis do país? Acaso fazem parte de uma classe de superdotados infalíveis que deve ser colocada acima de todos os demais cidadãos para poder prejudicar com seus atos, impunemente, o cidadão, a nação e o país? A bem pouco tempo, a lembrança me é vaga, os ilustrados integrantes da Car Wash diziam que a lei deve valer pra todos. Para todos, menos para eles.

A julgar pelo que falaram, vê-se que são muito ciosos de si e os únicos que podem fazer alguma coisa para salvar o Brasil. Passam a impressão, por este discurso mendaz e bravateiro, que a Procuradoria da República são eles e o resto dos seus pares constitui o rebotalho sem cérebro e sem estampa daquela instituição. Os demais membros do Ministério Público Federal não devem valer nem mesmo o auxílio-moradia que recebem, quanto mais o subsídio integral. É sério isso, preclaros jurisconsultos?

Vê-se que os bem dotados juristas desta novel república nos ensinam sempre uma nuance jurídica que escapa aos simples mortais como nós. Assim como, para dar um único exemplo, aprendemos com eles regras nunca antes vistas no cenário jurídico nacional ou mundial, do tipo que estabelecem conduções coercitivas sem lastro em Lei e na Constituição, aprendemos agora que a um membro do Ministério Público se concede a prerrogativa de dar às costas ao seu trabalho e ir voltar ao dolce far niente de seu gabinete ou o que quer que possa ser entendido como “voltar às nossas atividades”.

Pelo nível do discurso, deve-se entender que são uns incendiários da República que propalam proteger. Seu discurso toca as almas daqueles embebidos de ódio e rancor, em busca da destruição de um inimigo, qualquer inimigo, que possa dar vazão, como num transe, aos seus sentimentos mais violentos e lhes sirva de catarse.

Nos passam a impressão, falsa espera-se, que não tiveram outro interesse além de levantar, através do uso absoluto dos meios de comunicação, uma massa de cidadãos com os quais se alinharam, desde a primeira hora, na ação e na ideologia, no ódio e no rancor, para concretizar uma ruptura institucional de consequências nefastas para o nosso Brasil. Neste domingo, 4 de dezembro, todo planeta saberá, mais uma vez, que tipo de manifestações de massa eles tiveram a capacidade de invocar, provocar e estimular sem se importar com quaisquer consequências.

É sintomático perceber, e também é um traço revelador do que se trata, que olhando para o passado vemos uma sincronia temporal mágica entre as ações destes paladinos da justiça, do Juiz Supremo, dos vazamentos, das grandes manchetes, dos eventos políticos e das manifestações de rua. Nós, comuns mortais, sequer conseguimos planejar com tal acurácia e eficiência um almoço em família num domingo. Estes caras respeitáveis, notáveis juristas e comportados piás de prédio, fizeram uma “revolução”, alinhando-se, desavisadamente espera-se, ao que tinha de mais retrógrado no esquema de poder que submete este país debaixo de uma canga desde 1500. A história não os absolverá.

Graças a esses gênios, pioneiros da jurisdição-espetáculo, teremos, ano que vem, eleição indireta para eleger o Presidente da República pela primeira vez desde o fim do regime instaurado pela Redentora Revolução de 64. Graças a esses notáveis de vanguarda, temos uma ÚNICA operação policial comandando os destinos de um país inteiro, gestada à forma de um seriado de televisão para durar anos, indo para a 4ª temporada, enquanto o nosso país definha econômica, social e politicamente. Cansados da “brincadeira”, esses luminares agora ameaçam “renunciar”.

Transformaram nossa terra numa Bananalândia. Nosso País, com o recrudescimento das divisões internas que vão se tornando a cada dia mais inconciliáveis está deixando de ser uma Nação. Aos poucos, também, o Brasil vai deixando de ser uma País soberano.

Não, a história nunca os absolverá. 

Fuad Furaj é Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado do Paraná.

Notas do arqDT:
piá, substantivo masculino; 1. menino indígena; 2. p.ext. menino mestiço de indígena com branco.
dolce far niente: palavra italiana que significa "agradável ociosidade"; locução italiana que exprime o ideal dos preguiçosos.