terça-feira, 28 de julho de 2015

Scania e USP desenvolvem caminhão autônomo no Brasil

Pesquisa levou dois anos para ser concluída; investimento da montadora sueca foi de R$ 1,2 milhão

São Paulo, 27 julho de 2015 – Em parceria com a Scania, a Universidade de São Paulo (USP) apresenta um protótipo de caminhão autônomo totalmente desenvolvido por pesquisadores brasileiros. A tecnologia aplicada no veículo, um caminhão Scania G360 6x4, é fruto do convênio de cooperação tecnológica firmado em 2013 entre a montadora sueca, a Escola de Engenharia de São Carlos e o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC). 

O projeto consiste na automação do caminhão e em incentivar programas de pesquisa e desenvolvimento com a comunidade acadêmica, um modelo já consolidado na Europa. “Temos experiência em parcerias com universidades na Suécia e algumas já consolidadas no Brasil. Esse tipo de trabalho traz conhecimento para dentro da empresa e, ao mesmo tempo, permite aos alunos e professores envolvidos vivenciar desafios concretos da indústria”, diz Rogério Rezende, diretor de Assuntos Institucionais e Governamentais da Scania Latin America. 

Ao todo foi destinado ao projeto R$ 1,2 milhão, e a Scania disponibilizou dois caminhões para a realização da pesquisa. “O investimento é um conjunto de iniciativas que vão muito além do aporte financeiro. Nós entendemos que incentivar a pesquisa é pensar no futuro, e os resultados alcançados por meio de parcerias como esta geram conhecimento, matéria-prima para desenvolver as melhores soluções para um transporte sustentável”, explica Rogério.

A expectativa é ter um caminhão capaz de executar percursos de forma autônoma, além de gerar artigos e teses científicos que serão publicados na comunidade acadêmica. “A Scania é uma empresa de vanguarda em inovação e tecnologia. Estar próximo às instituições de ensino é parte de nosso negócio”, acrescenta Rogério. 

Apesar de ainda se tratar de um protótipo, que circula apenas na área 2 do campus da USP, em São Carlos, os resultados obtidos projetam um futuro promissor para caminhões autônomos. Operações confinadas e off-road, com roteiros predefinidos, podem utilizar essa solução em benefício da produtividade e segurança. “O sistema autônomo não vai substituir os motoristas, mas foi criado para ajudá-los a cumprir suas tarefas com mais segurança e tranquilidade”, acrescenta Denis Wolf, professor do ICMC e um dos coordenadores do projeto. 

No transporte rodoviário, por exemplo, com um simples toque em um botão o sistema autônomo poderá assumir o controle do caminhão durante parte do trajeto, solicitando que o motorista volte a assumir o comando ao entrar em uma cidade, onde o trânsito é mais complicado. “Grandes empresas como a Scania e institutos de pesquisa em todo o mundo estão investindo no transporte inteligente. Nosso projeto também abre caminho nesse campo, oferecendo soluções e novas tecnologias para responder a essa tendência global”, afirma Denis Wolf. 

Também participam do projeto os professores Fernando Osório e Kalinka Castelo Branco, ambos do ICMC; Valdir Grassi Junior e Marco Terra, da EESC, e vários estudantes de graduação e pós-graduação. 

Como funciona – O caminhão recebeu diversos itens para que o sistema autônomo pudesse controlar todos os movimentos. Foram acoplados alguns pequenos motores que atuam no volante e nos freios, além da instalação de um circuito eletrônico no comando do acelerador para que seja possível controlar a velocidade do caminhão. Não foi preciso realizar nenhuma outra alteração no trem de força do veículo, pois o caminhão já dispõe de câmbio automático. 

“Substituímos os pés e as mãos do motorista por sistemas de atuação mecânica e eletrônica. Depois, colocamos sensores para que atuassem como os olhos e os demais sentidos dos seres humanos. Mas a tarefa mais difícil é substituir nosso cérebro por meio de um computador”, conta Wolf. Um computador ligado a todos os sistemas do caminhão é responsável por captar as informações dos sensores, sistema GPS, interpretá-las e realizar o comando correto para a manobra – acelerar, fazer uma curva e frear. Tudo isso para chegar ao destino final com segurança.

O desafio dos pesquisadores foi encontrar soluções de baixo custo para viabilizar, no futuro, uma possível aplicação comercial do projeto. Dessa forma, eles dispensaram o uso de sensores a laser, que onerariam muito a proposta, e optaram por empregar radares para detectar obstáculos e um par de câmeras em estéreo, localizadas na parte frontal do caminhão. Essas câmeras imitam a atuação do olho humano, captando duas imagens, o que possibilita estimar a profundidade e a forma dos objetos (um semáforo, por exemplo). Há, ainda, antenas de GPS no topo da cabine, além de um sensor na barra de direção, que registra qualquer movimento no volante.

O maior desafio, contudo, foi desenvolver programas de computador capazes de interpretar as informações dos sensores. “As câmeras registram apenas cores, precisamos criar programas extremamente complexos para interpretar se o que está naquela imagem é um carro, uma pessoa, uma árvore ou a rua”, diz o professor. Outro problema é que essa interpretação precisa ser realizada de forma extremamente rápida. “O sistema tem centésimos ou até milésimos de segundo para entender o que está acontecendo, planejar o que deve fazer e executar essa ação.”

Desde 2014, quando os testes com o caminhão autônomo começaram nas ruas do campus da USP em São Carlos, os pesquisadores vêm trabalhando para aprimorar a qualidade da navegação e do sistema de percepção. “Encontramos poucos trabalhos científicos que tratavam do controle de um veículo de grande porte. Foi preciso adaptar soluções para manter o caminhão em sua faixa de trânsito, fazer curvas de forma suave e com precisão, o que reflete diretamente na segurança”, diz Wolf.

Todos os testes feitos no campus seguem à risca um protocolo de segurança criado pela equipe de pesquisadores. Entre eles, um pedal de freio mecânico adicional no assoalho do passageiro que, durante os testes, permite que o caminhão seja freado a qualquer momento. Além disso, no ICMC, os pesquisadores testam os programas de computador que criaram em um simulador virtual, antes de colocarem em funcionamento dentro do caminhão. “Essa ferramenta é fundamental para o projeto, pois facilita a logística e acelera o processo de testes. No laboratório, podemos reproduzir situações de risco alto, como a fechada de outro veículo ou o aparecimento inesperado de um obstáculo na via”, relata o professor.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Ferramenta facilita processo de implantação do eSocial

Solução de RH realiza todo o procedimento para as empresas, obrigadas a cumprir a regulamentação a partir do ano que vem

Todas as empresas brasileiras devem começar a se preparar para a implantação do eSocial, uma iniciativa do Governo Federal que tem o objetivo de unificar o envio de informações pelo empregador em relação aos seus empregados.

A determinação foi publicada no Diário Oficial da União no último dia 25. A medida contempla, inicialmente, corporações que tiveram um faturamento acima de R$ 78 milhões no ano de 2014. As obrigações devem ser cumpridas a partir de setembro de 2016, mas especialistas sugerem não deixar para a última hora.

Visando facilitar o trabalho das empresas e permitir com que elas cumpram 100% da legislação, de forma rápida e sem complicações, já está disponível o Conect eSocial, software criado e pensado de forma estratégica para a execução do sistema. “Nossa grande experiência em Recursos Humanos foi fundamental para o desenvolvimento de soluções exclusivas que atendam a demanda da corporação, independentemente da plataforma de folha de pagamento ou gestão empresarial que ela utiliza”, afirma Wagner Silva, diretor-geral da Employer, empresa criadora da ferramenta.

A solução executa os serviços de todas as áreas envolvidas no eSocial, como o RH, a contabilidade, o departamento fiscal e jurídico, além da medicina do trabalho. A ferramenta é online e conta com o recurso “Sou Eu Mesmo”, onde o próprio colaborador insere seus dados pessoais e os mantém atualizados, contribuindo, assim, com a organização das informações que o RH terá que enviar ao eSocial.

Um dos segredos do sucesso dessa implantação é a capacitação dos funcionários que terão que lidar diretamente com o sistema. Por isso, a Employer oferece cursos presenciais, virtuais, ou in company. E para quem quer ainda mais facilidade, é possível terceirizar todo o procedimento.

A Employer disponibiliza ainda um trabalho de consultoria, abrangendo a revisão de processos para a identificação dos ciclos de negócios dos setores envolvidos. Saiba mais em www.conectesocial.com.br.

Karin Dalle

Teste vocacional: Pesquisa mostra que 47% não dão importância

Descobrir a verdadeira vocação ainda não é uma prática muito comum no início da carreira de muitos profissionais brasileiros. Essa foi uma das principais constatações de pesquisa recente da consultoria ETALENT, com apoio da Catho, realizada com base em 5.294 respostas obtidas por meio de questionário online entre os dias 6 e 13 de março de 2015.

Quando perguntados se já tinham realizado algum tipo de teste vocacional no início da carreira, 61% dos entrevistados responderam que não e 47% consideram que estes tipos de testes têm “média, pouco ou nenhuma importância como norteador para a carreira”.


Como alternativas aos testes tradicionais, projetos de orientação de carreira, como coaching ou mentoring, surgem como boas opções na busca pela verdadeira vocação profissional. No entanto, estes projetos ainda são poucos utilizados pelos profissionais brasileiros. Para se ter uma ideia, a pesquisa aponta que apenas 14% dos entrevistados declararam já ter participado de algum tipo de projeto nesta área. Entre jovens de 18 a 25 anos, este índice é ainda menor: apenas 8%.

Para ajudar a transformar esta realidade, a ETALENT lançou a Plataforma MyEtalent (www.myetalent.com.br), ferramenta interativa, 100% online e que funciona como uma verdadeiro processo de coaching estruturado.

“O autoconhecimento é o pontapé inicial e principal para o indivíduo que busca sua verdadeira vocação, tanto no aspecto profissional quanto no pessoal. Quando você não sabe o suficiente sobre si mesmo, poderá se encontrar no modo automático ou, o que é pior, perdido. Isso significa que, uma vez que você não sabe quem você é, qual a sua característica comportamental mais marcante, consequentemente você também não saberá para onde ir e de que forma trilhar essa caminhada” orienta Jorge.

Sobre a Catho
A Catho é o site de empregos líder no Brasil e pioneiro no seu segmento. Com o objetivo principal de facilitar contratações, o site funciona como um canal entre os candidatos que buscam novas oportunidades e as empresas e consultorias de RH que buscam candidatos. Anualmente, mais de 1 milhão de profissionais utilizam a Catho e têm acesso a 1,8 milhão de vagas publicadas por cerca de 95 mil empresas. Utilizando cruzamento de dados, inteligência artificial e outras tecnologias, a empresa segue modernizando o processo de recrutamento e seleção do país e facilitando as contratações. Os profissionais ainda podem beneficiar-se de ferramentas gratuitas como o Guia de Profissões e Salários da Catho e conteúdos exclusivos com dicas de carreiras no canal da Catho no Youtube.

Sobre a ETALENT
A ETALENT é uma empresa de tecnologia especializada na gestão da mudança pessoal e na educação do comportamento. Desde 1987 vem desenvolvendo um conjunto de soluções inovadoras para potencializar o talento das pessoas e os resultados de organizações de pequeno, médio e grande porte.
A empresa conta com uma equipe de 60 colaboradores e um universo de 2 mil clientes, dentre eles Petrobrás, Magazine Luiza, Coca-Cola, Vivo, Oi, Embratel e Rede Globo. Ao longo dos últimos anos, a ETALENT se consolidou como uma das líderes no desenvolvimento de projetos de atração, educação, gestão e manutenção de pessoas.

Negócios lucrativos... e sociais

Bruno Caetano

As empresas privadas são criadas para dar lucro; é assim em qualquer economia capitalista. No entanto, elas têm condições de ir além desse objetivo. Um negócio pode ter seu lado social, inclusive os de pequeno porte, contribuindo positivamente para o meio ambiente, a comunidade e a qualidade de vida de todos. Faturar e ser socialmente responsável se encaixam perfeitamente no dia a dia de um empreendimento. 

Porém, antes de enveredar por esse caminho, é necessário organizar a casa. Não adianta assumir uma postura louvável da porta para fora se, da porta para dentro, há problemas. Isso implica estar em dia com as obrigações trabalhistas, com o recolhimento de impostos, respeitar as leis e o próximo e ter a prática de descartar corretamente seus resíduos. A ação social começa aí.

Com esse aspecto bem resolvido, é hora de pensar em que frente agir. Não há regras para definir o rumo, porém observar as características do contexto em que o negócio está é um bom ponto de partida. A ideia é suprir as carências dos excluídos e oferecer soluções para questões sociais. Isso fica mais fácil se a empresa aproveitar sua especialidade, seus produtos e serviços. Uma escola de informática, por exemplo, pode oferecer aulas gratuitas para moradores das proximidades que não têm como pagar. Auxiliar uma entidade beneficente também é uma opção, contudo, é importante certificar-se de que se trata de uma organização séria, cumpridora de suas promessas e de histórico idôneo. Pesquisar no Conselho Municipal de Assistência Social é útil nesse sentido.

O empreendedor que abraçar uma causa dessa natureza deve estar consciente de que as iniciativas não são voltadas para o ganho pessoal, mas em favor de terceiros. Claro que a empresa vai se beneficiar em um segundo momento. A imagem do negócio acaba sendo valorizada. No entanto, qualquer marketing feito com base em ações sociais deve ser discreto ou colocará em risco a legitimidade.

Fazer o bem é recompensador. Nada impede que o negócio seja lucrativo e ao mesmo tempo tenha responsabilidade social. Em perspectiva, esse direcionamento pavimenta o caminho de um futuro melhor para todos.

Bruno Caetano é diretor superintendente do Sebrae-SP

quarta-feira, 22 de julho de 2015

MEDIDA PROVISÓRIA 680/2015 E SEUS IMPACTOS NAS RELAÇÕES DE TRABALHO

*Por Vanessa Muller, advogada trabalhista da Employer

No dia 06 de julho de 2015, o Governo Federal encaminhou ao Congresso Nacional, conforme permissivo legal previsto no teor do art. 62 da Constituição Federal do Brasil, o texto da Medida Provisória n º 680, cujo teor foi publicado em DOU em 07/07/2015.

O intuito de referida medida provisória é promover ações que auxiliem os empregadores a preservar postos de trabalho e a empregabilidade de seus trabalhadores, ainda em tempos de crises econômicas e financeiras, promovendo medidas que viabilizam uma redução importante no custo destas empresas.

A MP 680/2015 institui o Programa de Proteção ao Emprego - PPE, cujo teor prevê a possibilidade de que empresas que estiverem em situação de dificuldade econômico-financeira possam, por meio de acordos coletivos de trabalho e mediante a adesão ao PPE, promover temporariamente a redução em de até 30% (trinta por cento) da jornada de trabalho de todos os seus empregados, ou, no mínimo, de todos os empregados de um determinado setor (art. 3ºcaput e § 2ºda MP 680/2015), com redução proporcional do salário destes trabalhadores.

Nossa Constituição Federal prevê no teor de seu art. 7º, VI, que é direito dos trabalhadores urbanos e rurais a irredutibilidade salarial, no entanto, o mesmo texto constitucional viabiliza que as negociações sindicais tenham por objeto a transação de eventuais reduções salariais.

CF/88

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

(...)

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

E é justamente em razão desta flexibilização pela via única da negociação sindical que a MP 680/2015 prevê no teor do §1º, de seu art. 3º, a obrigatoriedade de que a redução salarial prevista nesta medida, necessariamente deverá ser objeto da celebração de um acordo coletivo de trabalho entre o sindicato da categoria dos trabalhadores da empresa e este empregador.

Art. 3º As empresas que aderirem ao PPE poderão reduzir, temporariamente, em até trinta por cento, a jornada de trabalho de seus empregados, com a redução proporcional do salário.

§ 1º A redução que trata o caput está condicionada à celebração de acordo coletivo de trabalho específico com o sindicato de trabalhadores representativo da categoria da atividade econômica preponderante, conforme disposto em ato do Poder Executivo.

Importante ainda é destacar que a redução salarial decorrente deste PPE será, em parte, complementada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador – FAT, isto porque o texto de referida MP destaca que os empregados que tiverem o seu salário reduzido, farão jus a uma compensação pecuniária equivalente a 50% (cinquenta por cento) do valor da redução salarial suportada, isto enquanto perdurar o período de redução temporária da jornada de trabalho.

No entanto, esta complementação pecuniária estará limitada a um teto de até 65% (sessenta e cinco por cento) do valor máximo previsto para a parcela do seguro-desemprego (R$1.385,91 X 65% = R$900,84 valor máximo da complementação pelo FAT)

Ainda, há que se destacar o fato de que a data limite para a adesão das empresas ao PPE é até o dia 31 de dezembro de 2015, sendo que o prazo máximo para a duração desta redução de jornada, com consequente diminuição dos salários dos trabalhadores, é de até 12 (doze) meses.

Art. 2º Poderão aderir ao PPE as empresas que se encontrarem em situação de dificuldade econômico-financeira, nas condições e forma estabelecidas em ato do Poder Executivo federal.

§ 1º A adesão ao PPE terá duração de, no máximo, doze meses e poderá ser feita até 31 de dezembro de 2015.

§ 2º Ato do Poder Executivo federal disporá sobre a possibilidade de suspensão e interrupção da adesão ao PPE, as condições de permanência no PPE e as demais regras para o seu funcionamento.

As regras e os procedimentos para que as empresas em dificuldade financeira possam aderir ao PPE serão definidas pelo Comitê do Programa de Proteção ao Emprego – CPPE, órgão este criado pelo Decreto 8.479/2015 (DOU 07/07/2015) que regulamenta a MP 680/2015.

Este Comitê do Programa de Proteção ao Emprego – CPPE deverá ser composto pelo Ministro do Trabalho e Emprego, que inclusive deverá coordenar este Comitê, pelo Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, pelos Ministros da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e ainda pelo Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.

Ainda, o prazo para que o CPPE edite as regras e os procedimentos do PPE é de 15 (quinze) dias, contado da data de publicação deste Decreto 8.479/2015 (DOU 07/07/2015).

A MP 680/2015 ainda garante aos empregados das empresas que aderem ao PPE os depósitos de FGTS sobre o valor da remuneração recebida neste período, ou seja, sobre o valor custeado pelo empregador somado à complementação pecuniária oriunda do FAT (art. 15 da Lei 8.036/90, com nova redação dada pela MP 680/2015).

De mesmo modo, a contribuição previdenciária a cargo da empresa, deverá incidir sobre o total das remunerações pagas ao trabalhador, inclusive sobre o valor da compensação pecuniária a ser paga no âmbito do Programa de Proteção ao Emprego – PPE (art. 22, I, d, da Lei 8.212/91 com nova redação dada pela MP 680/2015).

As empresas que aderirem ao PPE não poderão dispensar arbitrariamente ou sem justa causa os empregados que tiverem a sua jornada de trabalho temporariamente reduzida, isto enquanto vigorar a adesão ao Programa e também após o seu término, devendo observar para tanto o prazo equivalente a um terço do período de adesão (art. 5º, da MP 680/2015).

Outra garantia prevista ao trabalhador no teor da MP 680/2015 está relacionada a vedação ao empregador que aderiu ao Programa de Proteção ao Emprego PPE, de pagar aos seus trabalhadores um salário inferior ao mínimo legal.

Art. 4º Os empregados que tiverem seu salário reduzido, nos termos do art. 3º, farão jus a uma compensação pecuniária equivalente a cinquenta por cento do valor da redução salarial e limitada a 65% (sessenta e cinco por cento) do valor máximo da parcela do seguro-desemprego, enquanto perdurar o período de redução temporária da jornada de trabalho.

(...)

§ 2º O salário a ser pago com recursos próprios do empregador, após a redução salarial de que trata o caput do art. 3º, não poderá ser inferior ao valor do salário mínimo.

O texto da Medida Provisória do PPE também delineia em seu teor punições às empresas que praticarem fraude no âmbito do Programa de Proteção ao Emprego, prevendo deste de multas administrativas até a restituição dos valores pagos pelo FAT a título de complementação pecuniária aos seus trabalhadores (art. 6º, parágrafo único, MP 680/2015).

Mais de 1/3 dos trabalhadores não tiram férias há um ano

Mais de 1/3 dos trabalhadores brasileiros (36,9%) afirmam não ter tirado férias nos últimos doze meses. Esse dado faz parte da Pesquisa dos Profissionais Brasileiros da Catho, que traça um panorama sobre a contratação, demissão e carreira dos profissionais do país. A pesquisa também mostra que 7,6% dos profissionais tiveram apenas uma semana de descanso. Já 15,2% e 14,3% tiveram, respectivamente, 3 e 2 semanas desfrutadas, enquanto 26% dos trabalhadores tiraram o período completo de repouso.


De acordo com a pesquisa, a mediana nacional seria de 2,4 semanas de férias por ano, tanto para homens como para mulheres. Em relação ao porte das empresas, os funcionários das maiores companhias recebem mais tempo que a média nacional: 3,1 semanas desfrutadas em doze meses. Já as empresas médias possuem 2,5 semanas enquanto as pequenas e micro possuem média de 1,9 e 1,4 semanas, respectivamente. 


“O período de férias deve ser desfrutado por todos os trabalhadores. É benéfico para o profissional e para a empresa, já que a tendência é que o tempo aproveitado devolva um funcionário menos estressado e mais motivado, além da possibilidade de uma viagem melhorar a criatividade do trabalhador”, afirma Fabrício Kuriki, coordenador de Pesquisa Estratégica da Catho.

Pesquisa Catho

A Pesquisa dos Profissionais Brasileiros - Um Panorama sobre a Contratação, Demissão e Carreira dos Profissionais é uma publicação da Catho, site de empregos líder no Brasil, desde 1988. Originalmente lançada a cada dois anos, passou a ser anual em 2013.

O levantamento atual contou com 26.459 respondentes de todo o Brasil. Do total de respondentes, 65% estão empregados; sendo que 35,9% são de grandes empresas (com mais de 500 funcionários.

terça-feira, 21 de julho de 2015

A crise como oportunidade para empresas de tecnologia

Jhonata Emerick*

É certo que uma pergunta que sempre há de surgir em discussões sobre a atual situação econômica brasileira refere-se ao desafio de se empreender em um momento aparentemente desfavorável. Com certeza você já ouviu a frase “a crise também gera oportunidades”. De fato! É justamente nesse momento, quando a sobrevivência está em risco, que a criatividade fica mais aguçada e, assim, surgem caminhos alternativos para os empreendedores, em especial para os de tecnologia.

É difícil prever as crises, porém o movimento de expansão e retração econômica é cíclico. Uma crise afeta setores e empresas de maneiras diferentes e um empreendedor que busca nela oportunidades precisa entender a dinâmica de suas áreas de interesse, inclusive seus possíveis movimentos, para conseguir se posicionar de forma diferenciada e atrativa.

Normalmente os primeiros passos para conter a crise incluem rever investimentos e reduzir gastos. Então, começam as negociações para baixar custo, espremendo fornecedores, o que, consequentemente, agrava-se com a queda da qualidade do serviço prestado. É nessa lacuna de redução de custos que se encaixam perfeitamente as empresas de tecnologia.

Empresas que tenham no seu DNA a tecnologia disruptiva aliada à otimização de recursos conseguem, de forma inovadora, oferecer a possibilidade de reduzir custos e ainda melhorar a qualidade dos serviços prestados, apresentando soluções criativas e eficientes.

De maneira mais prática, custos que envolvam logística são sempre alvos desses cortes. Normalmente, com decisões já tomadas e, ainda assim, a tentativa de se manter qualidade, as empresas ficam dispostas e menos desconfiadas com novas tecnologias, muitas vezes até adaptando seus processos para isso. Uma alternativa pode ser, por exemplo, adotar o serviço de moto courier. Ele gera uma redução de até 30% no custo de entregas rápidas, o que nos permite concluir que a tecnologia e a inovação estão a serviço da praticidade e, sobretudo, da economia.

O Brasil não é para amadores, no entanto essa é a melhor hora para as startups e seus empreendedores mostrarem que suas soluções são viáveis e, além de reduzir custos, melhoram processos. Vejo um cenário duplamente vantajoso para o empreendedor: a possibilidade de conquistar novos clientes e aproveitar o momento de crise como uma oportunidade para um crescimento acelerado, tomando por base dois ingredientes básicos: o pensar fora da caixa e a viabilidade de reduzir custos, seja qual for sua área de atuação, para seu cliente final.

* Jhonata Emerick é CEO e fundador da 99Motos, empresa que oferece serviço on-line de contratração de motoboys para entrega expressa.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Planejamento é a chave para uma sucessão familiar sem risco na empresa

Bruno Sales - OS2 Comunicação bruno@os2comunicacao.com.br por smtplw-16.com 

Segundo o Sebrae-SP, os herdeiros só devem assumir o comando se estiverem preparados para isso

O ditado popular “de pai para filho” nem sempre é uma verdade no mundo dos negócios. São muitas as histórias de empresas que fecharam suas portas depois que os herdeiros assumiram o cargo. No Brasil, mais de 90% das empresas são familiares, segundo o IBGE. Pesquisas mostram que de cada 100 empresas familiares abertas e bem-sucedidas, 30 chegam à segunda geração e 15 à terceira. Um alerta de que a falta de planejamento e de cuidados na preparação da sucessão das empresas familiares pode trazer graves problemas e até acabar com um sonho. 

Para garantir a continuidade do trabalho realizado sem prejudicar a empresa, é fundamental que haja um planejamento sucessório. “A sucessão é um processo demorado, que exige planejamento e, portanto, precisa começar o quanto antes. O processo de sucessão é a definição de quem assumirá o comando da empresa após a saída do fundador. É importante escolher um profissional que se identifique com a missão, visão e valores da empresa, e que deseje ocupar essa posição, sendo que essa pessoa pode ser da família ou não. ”, explica Esmeralda Queiroz, consultora do Sebrae-SP. 

Se for definido que um herdeiro assumirá a gestão da empresa, é importante que ele conheça todos os processos do negócio. “O principal erro é quando o herdeiro já entra com um cargo de comando sem conhecer o dia a dia da companhia. O herdeiro precisa ganhar o respeito dos funcionários, mas isso só acontece quando ele está integrado no negócio. O curso natural é que o pai sinta segurança no filho, perceba que é a hora de delegar mais responsabilidade e aos poucos vá se afastando e deixando a empresa sob os cuidados do sucessor”, complementa a especialista. 

Cada vez mais os brasileiros estão apostando, acreditando e investindo em empreendimentos próprios, no sonho de montar seu próprio negócio. O Sebrae-SP aconselha que o empresário tome alguns cuidados para que o negócio continue crescendo de forma estruturada após sua saída. É muito importante que o fundador faça um plano de sucessão e incentive seu sucessor a se aperfeiçoar. Também é recomendado que o herdeiro já tenha passado por outras companhias para aumentar a bagagem profissional. 

O herdeiro deve ainda possuir espírito inovador, já que enfrentará um mercado em constante transformação e se não acompanhar as mudanças, apostando só em repetir o pai, corre sério risco de perder o rumo e fracassar. Empresários que preparam seus filhos com antecedência têm muito mais chances de ver seu sonho de empreender atravessar gerações. 

Dicas para uma sucessão familiar sem risco na empresa 

1 – Planejamento sucessório: defina quem assumirá o comando da empresa após a saída do fundador. É importante escolher um profissional que se identifique com a missão, visão e valores da empresa, e que deseje ocupar essa posição, sendo que essa pessoa pode ser da família ou não. 

2 – Conhecimento: é importante que o herdeiro / sucessor conheça todos os processos e o dia a dia da empresa. 

3 – Aproximação com funcionários: o herdeiro / sucessor precisa ganhar o respeito dos funcionários, mas isso só acontece quando ele está integrado no negócio. 

4 – Responsabilidades: incentive seu herdeiro / sucessor a se aperfeiçoar. O curso natural é que o empresário sinta segurança no filho ou no profissional que vai assumir o cargo e perceba que é a hora de delegar mais responsabilidade e aos poucos vá se afastando e deixando a empresa sob os cuidados do sucesso. 

5 – Experiência: é recomendado que o sucessor / herdeiro já tenha passado por outras companhias para aumentar a bagagem profissional. O herdeiro / sucessor deve ainda possuir espírito inovador

Justiça a tempo (Marina Silva, ex-senadora)

Brasil 247 - Quem ainda tem esperança de um mundo e de um Brasil melhores deve manter neste momento uma grande atenção nas conquistas democráticas e apoiar com firmeza o trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça. O que está em curso no Brasil não é apenas a desconstrução de um sistema político que revela, a cada dia, sua falência. Há também uma lenta construção da democracia e de instituições independentes e fortes, instrumentos de navegação em meio às crises.

Assim como saímos do impeachment de Collor para outro ciclo de evolução, com a estabilização econômica nos governos de Itamar e Fernando Henrique, que possibilitou avanços sociais no governo Lula, da mesma forma podermos ser capazes de sair da crise atual para outro momento positivo. Para isso, entretanto, devemos cuidar de manter as bases institucionais democráticas que construímos a duras penas e, como diz o ditado popular, não jogar a criança fora com a água suja.

Aparentemente, há apenas sujeira. Mas devemos ver além das aparências, ou seja, além da crise e da confusão política que se profundam e crescem. Na realidade, as novidades são poucas. A crise é a mesma e todos os envolvidos nela já faziam o que fazem e diziam o que dizem – com os mesmos maus resultados na vida do povo brasileiro – há vários meses. Os rompantes dos dirigentes políticos e as manifestações de seus seguidores, a histeria na guerrilha virtual, as justificativas diante das denúncias, tudo igual.

Num artigo que escrevi há alguns meses, quando reclamavam que eu estava em silêncio, mostrei que continuava participando da vida política brasileira com os poucos meios que tenho à minha disposição. Naquela ocasião afirmei: "basta olhar o ambiente político para ver que tudo serve à manipulação, que o objetivo não é sair da crise, mas usá-la". Isso também continua.

Se a manipulação da crise foi o modo como o presidente da Câmara encontrou para aumentar seu poder, é normal que ele agora tente explicar as denúncias de corrupção que recebe como sendo manipulação dos outros – o governo, no caso. Não há novidade nisso e boa parte dos que saem gritando "fora Cunha" parecem querer apenas aproveitar a oportunidade de apontar um novo inimigo público para desviar a atenção dos gritos de "fora Dilma".

O Congresso Nacional divide com o governo as responsabilidades pela crise e a atenção pública se volta para os parlamentares. Neste momento, deveria predominar entre eles a consciência de que o Poder Legislativo é maior que seus membros, mesmo aqueles que ocupam cargos de direção. Como poder independente, deve respeitar a independência dos demais poderes e avaliar suas ações em conformidade com a Constituição Federal.

Repito o que disse há pouco mais de uma semana, numa nota pedindo apoio aos órgãos de investigação e do sistema judiciário: "a confiança vigilante nas instituições é a melhor maneira de evitar precipitações ou aventuras". Precisamos estar alertas contra a manipulação política de qualquer lado e contra todas as formas de pressão e intimidação sobre a Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal.

Quando as investigações resultarem em provas e denúncias formais ao Supremo Tribunal Federal, devemos exigir o afastamento dos que ocupam cargos cujos poderes possam interferir nas decisões. Mas desde já precisamos estar atentos contra qualquer tentativa de sabotagem.

Aos denunciados resta rever suas práticas e posturas. Ao menos em nome do bom senso impõe-se evitar mexer mais ainda num equilíbrio institucional que já está precário, não usando poderes públicos como navios de guerra de onde os litigantes disparam contra os outros.

Obviamente, ninguém mais espera um comportamento minimamente virtuoso da maioria dos personagens no palco da política brasileira dos dias atuais. Mas se temos que respeitar as instituições que eles, infelizmente, dirigem tão mal, e respeitar a população que lhes confiou seu voto, temos também que manter viva nossa esperança de que a Justiça será feita e os erros serão punidos. Afinal, como disse Rui Barbosa, "a Justiça tardia nada mais é do que injustiça institucionalizada".

Que o epílogo desse drama, quando ocorrer, seja o prólogo de uma nova história de afirmação da democracia no Brasil.

domingo, 19 de julho de 2015

Epa (Coluna Veríssimo)

Às vezes imagino como seria ser um judeu na Alemanha dos anos 20 e 30 do século passado, pressentindo que algo que ameaçava sua paz e sua vida estava se formando mas sem saber exatamente o quê.

No filme 2001 — Uma odisseia no espaço, do Stanley Kubrick, astronautas descobrem na Lua (ou era em Marte?) um misterioso monólito, de origem desconhecida. Depois fica-se sabendo que o monólito fora posto ali como uma espécie de alarme. Quando exploradores da Terra o descobrissem, seria o sinal de que nossa civilização tinha os meios para invadir o espaço e se tornava uma ameaça para as civilizações extraterrenas que nos estudavam de longe desde que o primeiro primata acertara a primeira cacetada na cabeça de outro, e sabiam do que nós éramos capazes. A descoberta do monólito era um aviso: atenção, a barbárie vem aí, disfarçada de conquista científica.

Às vezes imagino como seria ser um judeu na Alemanha dos anos 20 e 30 do século passado, pressentindo que alguma coisa que ameaçava sua paz e sua vida estava se formando, mas sem saber exatamente o quê. Este judeu hipotético teria experimentado preconceito e discriminação em sua vida, mas não mais do que era comum na história dos judeus. Podia se sentir como um cidadão alemão, seguro de seus direitos, e nem imaginar que em breve perderia seus direitos e eventualmente sua vida só por ser judeu. Em que ponto, para ele, o inimaginável se tornaria imaginável? E a pregação nacionalista e as primeiras manifestações fascistas deixariam de ser um distúrbio passageiro na paisagem política do que era, afinal, uma sociedade em crise, mas com uma forte tradição liberal, e se tornaria uma ameaça real? O ponto de reconhecimento da ameaça não era evidente como o monólito do Kubrick. Muitos não o reconheceram e morreram pela sua desatenção à barbárie que chegava.

A preocupação em reconhecer o ponto pode levar a paralelos exagerados, até beirando o ridículo. Mas não algo difuso e ominoso se aproximando nos céus do Brasil, à espera que alguém se dê conta e diga “Epa” para detê-lo? Precisamos urgentemente de um “Epa” para acabar com esse clima. Pessoas trocando insultos nas redes sociais, autoridades e ex-autoridades sendo ofendidas em lugares públicos, uma pregação francamente golpista envolvendo gente que você nunca esperaria, uma discussão aberta dentro do sistema jurídico do país sobre limites constitucionais do poder dos juízes… Epa, pessoal.

Se está faltando um monólito para nos avisar quando chegamos ao ponto de reconhecimento irreversível, proponho um: o momento da posse do Eduardo Cunha na presidência da nação, depois do afastamento da Dilma e do Temer.

Luis Fernando Verissimo é escritor

sábado, 18 de julho de 2015

Especialista aponta 4 maneiras para dificultar a clonagem do cartão

Raphael Diegues raphael.diegues@misasi.com.br por imcgrupo.com 

São Paulo, julho de 2015 – Disseminando-se no mercado brasileiro, a clonagem de cartões de crédito é um problema que consegue causar mal-estar no consumidor, além de gerar inúmeras burocracias para sua resolução. Na internet, o uso do dinheiro de plástico para compras ilegais tem aumentado, e em 2014 apresentou índice médio de 3,98% durante o período. Isto é, a cada R$ 100 movimentados no comércio eletrônico, R$ 3,98 são referentes a uma tentativa de fraude.

Para Omar Jarouche, gerente de Inteligência Estatística da ClearSale, empresa especializada em soluções antifraude para transações comerciais, o aumento das fraudes online em detrimento às da realizadas presencialmente se dá pela facilidade de todo o processo, especialmente pela chipagem dos cartões de crédito no Brasil. “Efetuar uma compra ilegal na internet, mesmo com toda a segurança disponível, acaba sendo mais rápido, pois não é preciso copiar o cartão físico. Basta ter as informações necessárias para usá-lo de maneira ilegal”, explica

A fim de dificultar o número de infrações, o executivo lista a seguir quatro dicas que podem auxiliar o consumidor em uma compra pela internet:

1. A internet é segura, mas todo cuidado é pouco

Hoje podemos afirmar que a internet é um ambiente seguro para compras online. Ainda assim, é preciso estar atento aos detalhes, para não cair em uma armadilha. As lojas mais famosas tendem a ser também as menos arriscadas, mas é preciso sempre averiguar a credibilidade das lojas virtuais com buscas pela internet, além de órgãos e certificações que atestem sua idoneidade.

2. Parece, mas não é

Uma prática muito comum na internet hoje em dia é o uso de sites falsos, iguaizinhos aos originais, e imperceptíveis aos olhos mais desatentos. Duas das melhores maneiras de se resguardar contra este problema são, primeiro, perceber qual o endereço da tal loja virtual (muitas vezes o endereço não bate, e já é um indício de adulteração) e em segundo lugar, perceber as ofertas boas demais. Quando uma promoção está muito fora da curva no site, é sempre bom tomar cuidado.

3. Atenção aos dados passados pelo telefone

Algumas vezes, é possível que a loja entre em contato com você para validar alguns dados da compra. Entretanto, os dados solicitados são apenas de cunho informativo, então cuidado com perguntas que peça dados bancários ou o número completo do cartão de crédito.

4. Senha do cartão jamais

Seja qual for o local que resolver fazer sua compra, tenha em mente que a senha do seu cartão nunca será solicitada para efetuar a compra. Caso exista o campo, saia do site imediatamente. Como de costume, os únicos dados pedidos são o próprio número do cartão, data de validade e os três dígitos de segurança.

Sobre a ClearSale

Empresa especializada em soluções antifraude para transações comerciais de diversos segmentos do mercado, entre eles e-commerce, telecomunicações e mercado financeiro. A ClearSale autentica 80 milhões de pedidos por ano e, em 2014, evitou a fraude de R$ 324 milhões. Atualmente, possui 700 colaboradores e mais de 1.600 clientes.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

A desagradável tarefa de cobrar os inadimplentes

Bruno Caetano

A inadimplência do consumidor brasileiro atingiu em maio a maior alta mensal do ano, um crescimento de 4,8% em relação a abril. No confronto com maio de 2014, o aumento foi de 14,9%. Também ficou em 14,9% a elevação dos atrasos de pagamento no acumulado dos cinco primeiros meses do ano sobre o mesmo período de 2014, segundo dados da Serasa Experian, empresa de análise de crédito.

O crescimento da inadimplência é um tormento para as empresas que veem o dinheiro de suas vendas não chegar ao caixa e podem ter o equilíbrio das finanças comprometido. Para os donos de pequenos negócios a situação é até pior se comparados aos de maior porte, pois têm reduzida margem de manobra para lidar com calotes. Esses empresários muitas vezes nem sabem como cobrar de forma eficaz os atrasados. E cá entre nós, não é das tarefas mais agradáveis. 

Mas não há o que inventar nessa hora. O Código de Defesa do Consumidor impõe limites para a maneira como isso pode ser feito como não expor o inadimplente à situação vexatória.

O primeiro passo para correr atrás do que é devido é agir no tempo certo. O contato com o cliente não deve demorar. É recomendado telefonar para ele entre três e dez dias após a data de vencimento. Estudo da Serasa mostra que a probabilidade de obter o pagamento nos primeiros 30 dias é de 60%. Com o passar do tempo essa porcentagem vai caindo.

Se depois de 30 dias não houver resultado, a próxima medida é enviar carta de cobrança ou notificação pelo correio, com aviso de recebimento, para assegurar que o devedor seja alertado. Nessa comunicação devem estar o valor da dívida e o novo prazo para quitação e informação que, em caso de não cumprimento da obrigação, órgãos de proteção ao crédito serão acionados.

Se tampouco isso funcionar, a empresa pode entrar com ação judicial.

Períodos de crise econômica como o atual produzem efeitos negativos em série, com crescimento do desemprego, redução da renda da população e consequente aumento da inadimplência. O importante é conseguir receber e, se não for o caso de um devedor contumaz (a falta de pagamento pode ser um problema pontual), manter o cliente para que volte a consumir seu produto. Em caso de dúvida, procure o Sebrae-SP.

Bruno Caetano é diretor superintendente do Sebrae-SP

Salário fixo ou comissão? Qual funciona no seu negócio?

Bruno Sales - OS2 Comunicação bruno@os2comunicacao.com.br

Muito dono de comércio fica em dúvida na hora de definir a remuneração de seus vendedores. Comissão ou salário fixo? A escolha errada pode resultar em funcionários desmotivados e piora no faturamento. Em um cenário de crise e consumidor menos disposto a pôr a mão no bolso, ter uma equipe desanimada é o pior dos mundos.

Mas qual a melhor forma de remunerar? A comissão sobre o volume de vendas é um sistema adotado largamente no varejo, mas não imune a problemas. Vejamos o caso de um vendedor que se esforça ao máximo mas, por motivos diversos, não fecha nada. Ele simplesmente não terá o que receber e ficará desestimulado. Nem sempre a lógica de “quanto mais vende, mais ganha” funciona. Mesmo porque, depois de um tempo, os resultados tendem a se estabilizar, podendo provocar até uma competição não muito saudável, abrindo a possibilidade de práticas pouco éticas entre os funcionários. Essa fórmula serve mais com representantes comerciais que são autônomos.

O modelo de salário fixo também terá suas contraindicações em algum momento. Imagine que dois vendedores com desempenhos diferentes terão a mesma remuneração; quem se dedica mais e concretiza mais negócios acabará desanimando.

Diante do exposto, a alternativa de combinar as duas fórmulas parece ser a que mais se encaixa nas diferentes situações. Ao pagamento fixo soma-se a comissão de acordo com as vendas efetivadas. A questão é dosar bem o primeiro com a segunda. Fixo muito alto e comissões baixas podem levar à acomodação por parte dos empregados. O contrário faz com que o profissional desanime quando o mercado está desaquecido e a dificuldade de finalizar pedidos aumenta. Uma solução é dar um fixo não muito baixo e adicionar uma comissão atrativa. Assim, do total da remuneração do vendedor, 25% ou 30% podem vir do fixo e 75% ou 70% da comissão.

Equalizar essa conta vai trazer uma certa estabilidade entre patrão e equipe de vendas, permitindo um clima mais tranquilo no ambiente de trabalho. Isso é bom para que as pessoas concentrem seus esforços em suas atividades, sem perder tempo discutindo se o pagamento é justo ou não.

Bruno Caetano é diretor superintendente do Sebrae-SP

CONSCIÊNCIA AMBIENTAL NO BRASIL

Por Bruna Silveira Ortenzi e Tânia Cabral de Oliveira

A educação é um fenômeno observado na manutenção da sociedade de geração em geração, formando o ser humano em seu modo de ser, agir, interagir. Educar é fundamentalmente necessário para a convivência em sociedade, bem como para a interação com o ambiente, já que a preservação dos recursos naturais é de grande importância na qualidade de vida das gerações futuras.

Nesse contexto, a Educação Ambiental visa desenvolver a consciência da realidade global do homem com relação ao tipo de integração que estabelece com a natureza, analisando suas consequências mais profundas, para o bem ou para o mal. Promover educação para o exercício da cidadania e preservação ambiental não tem sido, entretanto, prioridade no Brasil. As iniciativas permanecem no campo da retórica, carecendo de ações efetivas e proativas. Além disso, enquanto o discurso estimula a preservação, o cuidado e o uso racional de recursos do ambiente, mediante políticas e planos de ação educativa, na prática vislumbramos o contrário. Exemplo disso é que, apesar de ser campeão mundial no reaproveitamento de garrafas pet e latas de alumínio, o país ainda despeja a maior parte dos plásticos nos lixões a céu aberto. Atualmente, apenas 327 municípios brasileiros (de um universo de 5564) dispõem de um sistema de coleta seletiva.

Países como a Alemanha, Holanda, Japão, por exemplo, estão cada dia mais preocupados e empenhados com a diminuição do impacto ambiental. O Japão é um dos países que mais reciclam no mundo. Dados da prefeitura de Tóquio indicam que, já em 2007, o Japão reciclava aproximadamente 80% do seu lixo. E as medidas sustentáveis não param por aí: um bom exemplo é a cidade de Fujusawa, a 50 km de Tóquio, que foi recém-inaugurada. Ela oferece serviços de compartilhamento de carros e bicicletas elétricas, casas alimentadas por energia solar e incentivo financeiro para a redução do consumo de energia. O país ocupa o 2º lugar no ranking de educação da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e, na prática, demonstra verdadeiro cuidado com as questões ambientais. Excelente exemplo de como aliar educação e preocupação ambiental.

Dar um destino adequado ao lixo tem sido um grande desafio para a administração pública no Brasil, pois o país reaproveita cinco vezes menos lixo do que os países mais desenvolvidos. E é preciso mudar essa realidade! Como? Há muitos exemplos consistentes e viáveis que visam à educação para mudança de hábitos e a ações alinhadas com práticas de redução da produção de lixo, transformação de resíduos em matéria-prima para utilização em outros setores, diminuição do desperdício, entre outras que contribuam para a sustentabilidade ambiental e social das cidades. O difícil é alinhar discurso e prática, embora não seja impossível.

O que se espera das futuras gerações é consciência ecológica, mas, para isso, é preciso educar e tornar o ser humano capaz de interagir com o mundo de forma que o meio ambiente seja preservado no discurso e na prática!

Bruna Silveira Ortenzi: Acadêmica do curso de Direito da UFMS – Campus de Três Lagoas/MS. E-mail: brna.silveira@gmail.com

Tânia Cabral de Oliveira: Graduada em Ciências Biológicas e Mestre em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) – Campus de Marília/SP. Professora das Faculdades Gammon (FUNGE – Paraguaçu Paulista/SP).

sábado, 11 de julho de 2015

A incoerência da oposição


Sistema de amortização no financiamento imobiliário

 Daniele Akamine

Anatocismo ou legalidade? Entender como funcionam os sistemas de amortização é essencial para saber fechar o negócio 

Diversas demandas judiciais por todo o País, decisões controversas e a polêmica, é legal a utilização da Tabela Price nos financiamentos imobiliários? Sustentam muito operadores do direito que a Tabela Price contempla a capitalização composta de juros, ou como se costuma dizer a cobrança de juros sobre juros, ou, ainda, o anatocismo.

Pelo sistema chamado Tabela Price, você paga os juros do financiamento durante os primeiros ¾ do prazo contratual e só no último ¼ do prazo contratual é que você amortiza o saldo devedor. Ou seja, vão lhe dar maciças doses de veneno durante um longo tempo e, se você sobreviver a elas, atingirá a cura (quitação do financiamento). Mas existe ou não anatocismo no calculo da Tabela Price? Primeiramente devemos tratar de alguns conceitos para melhor esclarecimento:

O que é Tabela Price? Tabela Price é um sistema de amortização. Sistema de amortização nada mais é que modelo matemático desenvolvido para operações de empréstimos e financiamento, envolvendo desembolso periódico do principal e encargos financeiros, objetivando quitar a dívida ao final do prazo contratado. Não se deve confundir Sistema de Amortização com Sistema de Capitalização, pois o ultimo nada mais é do que a forma como adicionamos os juros ao capital ao longo do tempo. O sistema de capitalização pode ser simples ou composto.

Anatocismo é palavra de origem grega (ana = repetição, tokos = juros), e significa a cobrança de juros sobre os juros. O Vocabulário Jurídico ensina: “anatocismo é vocábulo que nos vem do latim anatocismus, de origem grega, significando usura, prêmio composto ou capitalização. Desse modo, vem significar a contagem ou cobrança de juros sobre juros” e o Novo Dicionário Jurídico Brasileiro, que “anatocismo é a capitalização de juros, vencendo novos juros. É a contagem de juros sobre juros já produzidos pelo capital empregado”. O Dicionário de Administração defende: “anatocismo é o pagamento de juros sobre juros, isto é, a capitalização de juros segundo o critério de juros compostos, definidos pela fórmula (1+i)n. Os juros não pagos no final do período são capitalizados e sobre eles incidem novos juros”; É espantosa a quantidade de discussões sobre o tema, haja vista, tratar-se de um tema ligado à matemática financeira, um ramo da ciência exata.

Os críticos da Tabela Price afirmam que este sistema é perverso e que prejudica o mutuário, em virtude de direcionar menos recursos para amortização, quando comparados ao Sistema de Amortização Constante. Que a Tabela Price é o grande responsável pela capitalização de juros, o que o tornaria impróprio para ser aplicado em financiamentos imobiliários. Afirmam, ainda, que o Decreto nº 22.626/33, Lei de Usura, proíbe “contar juros dos juros”, ou seja, proíbe a prática do anatocismo. Defende também que se deve alterar o sistema de amortização para o Sistema de Amortização Constante – SAC.

Ocorre que o critério de calculo dos juros é idênticos tanto para o SAC e a Tabela Price, isto é, incidem sempre sobre o capital, sem qualquer acréscimo de juros, os quais são quitados e não incorporados ao saldo devedor, sendo a base de cálculo decrescente, em função da quota de amortização e, referidos juros se reduzem exatamente pelo valor que deixa de incidir sobre o capital amortizado.

A Tabela Price, no que pertine ao cálculo dos juros, da apuração da quota de amortização e da evolução do saldo devedor obedece, literalmente, os mesmos princípios aplicáveis a qualquer outro sistema de amortização que utilize o mecanismo de quitação periódica dos juros e amortização parcial do capital, termos matemáticos, a única diferença entre estes sistemas se restringe ao cálculo da prestação.

Qualquer que seja o sistema de amortização em que os juros são quitados mensalmente, sem serem incorporados ao saldo devedor, inexiste, o fenômeno denominado ‘juros sobre juros’ e a única hipótese disso ocorrer é quando a prestação torna-se inferior à parcela de juros, produzindo a denominada amortização negativa.

Logo, conclui-se que a capitalização de juros não existe nos contratos imobiliários, quer com a aplicação da Tabela Price ou qualquer outro sistema de amortização, pois, a prestação que se paga todo mês, uma parte dela já é destinada a pagar os juros mensais e a outra é utilizada para amortizar a dívida. Tanto é verdade que a Lei 11.977/2009, permite a capitalização mensal de juros e autoriza expressamente a utilização da Tabela Price como sistema de amortização.

Essa desinformação gera uma instabilidade que eleva o risco do crédito e consequentemente o preço dos imóveis. A regulamentação será positiva, pois ira reduzir o risco de perda de capital com discussões judiciais que refletira numa melhor oferta de crédito.

Artigo de: Daniele Akamine

Bacharelado em Direito, Pós-Graduada em Direito Civil, Direito Penal e Processo Penal, MBA em Economia da Construção e Financiamento Imobiliário, técnica em Contabilidade e sócia diretora da Akamines Negócios Imobiliários Ltdawww.akamines.com.br

domingo, 5 de julho de 2015

A desagradável tarefa de cobrar os inadimplentes

Bruno Caetano

A inadimplência do consumidor brasileiro atingiu em maio a maior alta mensal do ano, um crescimento de 4,8% em relação a abril. No confronto com maio de 2014, o aumento foi de 14,9%. Também ficou em 14,9% a elevação dos atrasos de pagamento no acumulado dos cinco primeiros meses do ano sobre o mesmo período de 2014, segundo dados da Serasa Experian, empresa de análise de crédito.

O crescimento da inadimplência é um tormento para as empresas que veem o dinheiro de suas vendas não chegar ao caixa e podem ter o equilíbrio das finanças comprometido. Para os donos de pequenos negócios a situação é até pior se comparados aos de maior porte, pois têm reduzida margem de manobra para lidar com calotes. Esses empresários muitas vezes nem sabem como cobrar de forma eficaz os atrasados. E cá entre nós, não é das tarefas mais agradáveis. 

Mas não há o que inventar nessa hora. O Código de Defesa do Consumidor impõe limites para a maneira como isso pode ser feito como não expor o inadimplente à situação vexatória.

O primeiro passo para correr atrás do que é devido é agir no tempo certo. O contato com o cliente não deve demorar. É recomendado telefonar para ele entre três e dez dias após a data de vencimento. Estudo da Serasa mostra que a probabilidade de obter o pagamento nos primeiros 30 dias é de 60%. Com o passar do tempo essa porcentagem vai caindo.

Se depois de 30 dias não houver resultado, a próxima medida é enviar carta de cobrança ou notificação pelo correio, com aviso de recebimento, para assegurar que o devedor seja alertado. Nessa comunicação devem estar o valor da dívida e o novo prazo para quitação e informação que, em caso de não cumprimento da obrigação, órgãos de proteção ao crédito serão acionados.

Se tampouco isso funcionar, a empresa pode entrar com ação judicial.

Períodos de crise econômica como o atual produzem efeitos negativos em série, com crescimento do desemprego, redução da renda da população e consequente aumento da inadimplência. O importante é conseguir receber e, se não for o caso de um devedor contumaz (a falta de pagamento pode ser um problema pontual), manter o cliente para que volte a consumir seu produto. Em caso de dúvida, procure o Sebrae-SP.

Bruno Caetano é diretor superintendente do Sebrae-SP

TV Record: Sonegação da Globo