sexta-feira, 17 de julho de 2015

CONSCIÊNCIA AMBIENTAL NO BRASIL

Por Bruna Silveira Ortenzi e Tânia Cabral de Oliveira

A educação é um fenômeno observado na manutenção da sociedade de geração em geração, formando o ser humano em seu modo de ser, agir, interagir. Educar é fundamentalmente necessário para a convivência em sociedade, bem como para a interação com o ambiente, já que a preservação dos recursos naturais é de grande importância na qualidade de vida das gerações futuras.

Nesse contexto, a Educação Ambiental visa desenvolver a consciência da realidade global do homem com relação ao tipo de integração que estabelece com a natureza, analisando suas consequências mais profundas, para o bem ou para o mal. Promover educação para o exercício da cidadania e preservação ambiental não tem sido, entretanto, prioridade no Brasil. As iniciativas permanecem no campo da retórica, carecendo de ações efetivas e proativas. Além disso, enquanto o discurso estimula a preservação, o cuidado e o uso racional de recursos do ambiente, mediante políticas e planos de ação educativa, na prática vislumbramos o contrário. Exemplo disso é que, apesar de ser campeão mundial no reaproveitamento de garrafas pet e latas de alumínio, o país ainda despeja a maior parte dos plásticos nos lixões a céu aberto. Atualmente, apenas 327 municípios brasileiros (de um universo de 5564) dispõem de um sistema de coleta seletiva.

Países como a Alemanha, Holanda, Japão, por exemplo, estão cada dia mais preocupados e empenhados com a diminuição do impacto ambiental. O Japão é um dos países que mais reciclam no mundo. Dados da prefeitura de Tóquio indicam que, já em 2007, o Japão reciclava aproximadamente 80% do seu lixo. E as medidas sustentáveis não param por aí: um bom exemplo é a cidade de Fujusawa, a 50 km de Tóquio, que foi recém-inaugurada. Ela oferece serviços de compartilhamento de carros e bicicletas elétricas, casas alimentadas por energia solar e incentivo financeiro para a redução do consumo de energia. O país ocupa o 2º lugar no ranking de educação da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e, na prática, demonstra verdadeiro cuidado com as questões ambientais. Excelente exemplo de como aliar educação e preocupação ambiental.

Dar um destino adequado ao lixo tem sido um grande desafio para a administração pública no Brasil, pois o país reaproveita cinco vezes menos lixo do que os países mais desenvolvidos. E é preciso mudar essa realidade! Como? Há muitos exemplos consistentes e viáveis que visam à educação para mudança de hábitos e a ações alinhadas com práticas de redução da produção de lixo, transformação de resíduos em matéria-prima para utilização em outros setores, diminuição do desperdício, entre outras que contribuam para a sustentabilidade ambiental e social das cidades. O difícil é alinhar discurso e prática, embora não seja impossível.

O que se espera das futuras gerações é consciência ecológica, mas, para isso, é preciso educar e tornar o ser humano capaz de interagir com o mundo de forma que o meio ambiente seja preservado no discurso e na prática!

Bruna Silveira Ortenzi: Acadêmica do curso de Direito da UFMS – Campus de Três Lagoas/MS. E-mail: brna.silveira@gmail.com

Tânia Cabral de Oliveira: Graduada em Ciências Biológicas e Mestre em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) – Campus de Marília/SP. Professora das Faculdades Gammon (FUNGE – Paraguaçu Paulista/SP).

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