domingo, 16 de abril de 2017

Temer revela motivo que levou Cunha a abrir impeachment de Dilma

Em entrevista, presidente admitiu que o ex-presidente da Câmara iniciou processo de impedimento após petistas votarem contra ele em Conselho de Ética

© Marcos Corrêa/PR

O presidente Michel Temer admitiu, em entrevista à TV Bandeirantes, o motivo que levou o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a iniciar o processo de impeachment contra Dilma Rousseff.
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Segundo Temer, Cunha insurgiu contra Dilma porque os três petistas do Conselho de Ética que o julgou por cerca de dez meses – Léo de Brito (PT-AC), Valmir Prascidelli (PT-SP) e Zé Geraldo (PT-PA) – não aceitaram votar pela sua absolvição.

“Ele [Cunha], na verdade… Até vou contar um episódio aqui, que foi o seguinte…”, disse Temer, mudando de assunto. “Em uma ocasião, ele foi me procurar – e isso era umas duas horas da tarde, mais ou menos – dizendo: ‘Olha, eu hoje vou arquivar todos os pedidos de impeachment da presidente – e eram dez ou 12 pedidos –, porque prometeram-me os três votos do PT no Conselho de Ética’. Eu disse: ‘Ora, que bom. Muito bom. Assim acaba com esse história de você estar na oposição, etc. Até porque, convenhamos, eu sou o vice-presidente da República, do PMDB, e fica muito mal essa situação de você, a todo momento, estar se posicionando como oposicionista".

“Naquele dia, curiosamente, tinha uma reunião dos governadores com a então senhora presidente Dilma Rousseff. Eu fui ao Palácio da Alvorada, onde se daria a reunião, e ela estava na biblioteca. Eu fui até a biblioteca e disse: ‘Presidente, pode ficar tranquila porque o presidente [da Câmara] Eduardo Cunha me disse, agora, que vai arquivar todos os processos de impedimento’. Ela disse: ‘Ô, que coisa boa.’ Até, convenhamos, ela foi muito tranquila para a reunião com os governadores. Pois bem. No dia seguinte, eu vejo logo o noticiário dizendo que o presidente do partido – o PT, naturalmente – e os três membros do PT se insurgiam contra aquela fala e votariam contra [Cunha]. Quando foi três horas da tarde, mais ou menos, ele me ligou dizendo: ‘Olha, tudo aquilo que eu disse não vale, porque agora eu vou chamar a imprensa e dar início ao processo de impedimento. Então, veja que coisa curiosa: se o PT tivesse votado nele naquela comissão de ética, é muito provável que a senhora presidente continuasse [no mandato]’”, completou presidente.

Durante a entrevista, Temer reiterou a ideia de que não que não atuou nos bastidores para derrubar a ex-presidente.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Conheça os ministros de Temer citados na lista de Fachin

Ministro determinou abertura de inquérito contra políticos nesta terça-feira

O ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, determinou abertura de inquérito contra nove ministros da gestão de Michel Temer e, ainda, contra 29 senadores e 42 deputados federais nesta terça-feira (11).

De acordo com o Jornal de O Estado de S. Paulo, entre os investigados estão os presidentes da Câmara e do Senado. Os nomes surgiram em decorrência das delações de executivos da empreiteira Odebrecht. 

Fachin acolheu o pedido de Rodrigo Janot e tirou o sigilo das delações. “Percebe-se, nesse cenário, que a própria Constituição, em antecipado juízo de ponderação iluminado pelos ideais democráticos e republicanos, no campo dos atos jurisdicionais, prestigia o interesse público à informação”, ressaltou o ministro.

Confira abaixo a lista de ministros que serão investigados

Eliseu Padilha/PMDB  (Casa Civil)

Gilberto Kassab/PSD (Ciência e Tecnologia)

Moreira Franco/PMDB (Secretaria-Geral da Presidência)

Roberto Freire/PPS (Cultura)

Bruno Cavalcanti de Araújo/PSDB (Cidades)

Aloysio Nunes Ferreira/PSDB (Relações Exteriores)

Marcos Antônio Pereira/PRB (Indústria, Comércio Exterior e Indústria)

Helder Barbalho/PMDB (Integração Nacional)

Blairo Maggi/PPS/PR/PP (Agricultura, Pecuária e Abastecimento)

Vital do Rego Filho/PMDB (Ministro do TCU)