segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Fique longe das estatísticas negativas

Bruno Caetano

Não está fácil para ninguém. Você já deve ter ouvido alguém falar isso ultimamente. Reflexo da crise econômica, que anda fazendo estragos grandes e não dá mostras de arrefecimento. Para quem tem um negócio, a situação não é nada tranquila. Nos sete primeiros meses do ano foram registradas 627 falências no Brasil, o patamar mais elevado para o período desde 2006. As micro e pequenas empresas ficaram com a nada honrosa liderança: 323 pedidos de falência diante de 174 das médias e 130 das grandes de janeiro a julho, segundo dados do Indicador Serasa Experian.

Em julho, o número de requerimentos de falência também foi recorde na comparação com igual mês desde 2006. Foram 135 casos. Isso representou ainda 28,6% a mais do que em junho, quando houve 105 pedidos. E lá estão as micro e pequenas empresas mais uma vez no topo da lista com 68 requerimentos em julho, ante 40 das grandes e 27 das médias.

O empreendedor que não quiser ver seu negócio virar estatística negativa tem de agir. O primeiro passo é cortar gastos. Eliminar excessos, repensar a logística, trocar materiais mais caros por mais baratos (mas sem comprometer o produto final, claro). 

O segundo passo é ter uma boa comunicação com a clientela. E o que comunicar? Que tal ações para atrair o consumidor e que o convençam a gastar? Estenda os prazos de financiamento. Se ele puder pagar em mais parcelas, a compra pesará menos no orçamento, que vem sendo corroído pela escalada da inflação.

Ofereça produtos de preços menores e competitivos, mas de qualidade semelhante ao que o cliente costumava levar. Faça promoções, uma por mês, por exemplo. Aumente a variedade de itens, assim há mais chances de agradar.

Faça parcerias com outros varejistas. Por que não ter vale-presente da sua loja na floricultura, livraria ou em outros pontos de circulação próximos? Parceria com fornecedores também é interessante, assim é possível ter algum item exclusivo e mais em conta. 

Prestigie quem é fiel. Pizzarias usam muito tal estratégia: dê vales aos consumidores que, após um número determinado de compras, recebem algo grátis. 

Tenha tudo na ponta do lápis. Veja quais os produtos com mais giro e controle o estoque para não faltar nem sobrar (mercadoria sem saída é prejuízo). Organize o ponto de venda para torná-lo mais atrativo para quem o vê.

Use sua criatividade, bom senso e esteja antenado aos hábitos de compra do seu público e ao movimento da concorrência. O importante é ter agilidade para se adaptar à conjuntura e sobreviver a mais essa má fase.

Bruno Caetano é diretor superintendente do Sebrae-SP

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